CAPÍTULO 7

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Mia Clark

Droga, começou a chover justo na hora que EU vou embora, certeza que foi aquele metido que jogou praga.

Não sei pegar metrô aqui ainda, terei que gastar com táxi, engraçado, me falaram que eu não iria precisar me preocupar com transporte... MUITO ENGRAÇADO!

Enquanto esperava meu taxi chegar apreciava a chuva caindo, as gotículas geladas da chuva caiam sobre meu braço erguido, e me lembrei de casa, quando eu e meus irmãos brincávamos na chuva de verão.

Sinto tanta falta dessa época, onde tudo era mais leve, um ralado no joelho se transformava em mais uma história para contar, nossas únicas preocupações eram saber se a mamãe deixaria a gente sair para brincar no parquinho ou até mesmo quando nós brigávamos pra saber quem escolheria o que iríamos assistir na televisão...

Estava tudo calmo até que um carro preto e grande acelera em minha direção, me assusto e me afasto da calçada, mas não deu tempo, o automóvel passa por cima da poça d'água que havia ali e me encharca dos pés a cabeça.

— EI! NÃO ME VIU AQUI NÃO? – grito, mas não adiantou muita coisa. – Palhaço. – sussurro.

Pareceu até que foi proposital, mas enfim, o motorista não deve ter me visto...

Ah, que ótimo, agora estou toda fedida e molhada, que primeiro dia incrível eu tive hoje!

Assim que chego percebo que o elevador do prédio também não está funcionando, hoje realmente não é meu dia, pelo menos eles deixaram avisado, eu teria pensamentos suicidas se ficasse presa de novo.

Subo DESOITO andares de escada e quando chego em meu andar não sentia mais minhas pernas, meu Deus, sou tão sedentária, quero apenas descansar agora, mais nada!

    _________________________

O chuveiro daqui é tão potente... ou eu tenho muito espírito de pobre ou isso é realmente muito bom.

Coloco meu incrível pijama super confortável do Iron Maiden que ganhei da minha amiga da faculdade, deito no sofá e mando uma mensagem para Francesca.

"Oi Fran, está tudo bem? A tontura e mal estar já passaram? Quer que eu vá aí te fazer companhia e dar uma de enfermeira?"

Logo sou respondida.

"Oi Mia, estou melhor sim, tomei uns remédios e tirei um cochilo, não se preocupe comigo, fique aí em sua casa e descanse, hoje foi um dia cheio para você."

Faz tão pouco tempo que a conheço, mas mesmo assim já a considero muito, tem sido meu porto seguro aqui, não conheço ninguém a não ser ela, amo que tivemos uma conexão muito boa desde quando nos conhecemos, lá no aeroporto.

Certo, antes de eu pedir algo para jantar, quero desestressar um pouco, vou tocar uma musiquinha na guitarra, nada demais, o vizinho da frente não vai nem se importar.

Onde está ela? Achei! Nem a tirei da capa ainda, coitadinha, bem vinda ao seu novo lar garota, agora vai ter uma cadeira confortável só para você.

Sento-me novamente no sofá, e começo a tocar aleatoriamente algumas notas, até que veio em minha mente a primeira música que aprendi: The Final Countdown!

Sinto a música em minhas veias e me empolgo.

"♪♪♪"

De repente ouço a mesma música em violino vindo do vizinho da frente, atrapalhando minha concentração.

Toco mais alto para irritar e mostrar quem manda aqui, mas, ao invés dele parar, o som do violino parecia cada vez mais alto.

E tocávamos incansavelmente, sem pausas. Ele é realmente muito bom com o instrumento.

No Ritmo do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora