1 - Uma carta para o alem

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Querida Tia Susan,

As coisas não são como antes. E como haveriam de ser?
Sua falta faz presença em todos os momentos. Às vezes, de manhã, espio pela janela na esperança de ter um vislumbre de seus longos cabelos loiros , chegando para mais uma visita e então... nada.
Você não está mais lá.
Tento lembrar-me de tuas palavras e consigo puxar algumas do embaralhado de memórias que tenho contigo, algumas vão embora junto a sua voz que nunca mais ouvirei.
A verdade é que nunca imaginei que você não estaria aqui para falar elas novamente, sussurrar suas lindas palavras em mus ouvidos.
Parece patético escrever para alguém que nunca vai ler, mas eu preciso falar contigo e sei que você nunca me acharia patética.
Tia, você habita meus pensamentos quase todos os instantes , penso no modo como estava tão dentro de mim ao ponto de nem notar que o câncer havia voltado e não aproveitar seus últimos momentos.
Eu pensei em mim, no Connie, no Jere e só isso.
Parte de mim morreu com você, parte de todos nós. Minha mãe bebe o tempo todo, talvez ela ache que vai te encontrar no fundo da garrafa (você diria a ela que isso não vai rolar), se ao menos você estivesse aqui para falar com ela.
E no meio dessa tormenta acabei me afastando de todos, com a perca de você, perdi muita coisa. Sei que alguma parte de você está em mim e devo a ela viver por ela, mas é difícil sem você para me dar a mão.
No final da carta, gostaria de declarar meu profundo ódio ao câncer que levou você de mim, levou você de nós.

Com amor, sua garotinha especial
*trarei atualizações, tia*

𝐒𝐔𝐍𝐒𝐇𝐈𝐍𝐄 - 𝐂𝐎𝐍𝐑𝐀𝐃 𝐅./𝐉𝐄𝐑𝐄𝐌𝐈𝐀𝐇 𝐅Onde histórias criam vida. Descubra agora