O templo

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Abri os olhos e não, aquilo não foi um pesadelo eu realmente estava em uma casa com um dos Doze Kizuki.

Me levantei e vi uma roupa pendurada, era um uniforme do esquadrão de exterminadores.

Serviu como uma luva, estranhei ter um desse aqui.

- Sei que deve achar estranho, mas foi de uma caçadora que eu ajudei e não sobreviveu - Minha mente estalava toda vez que ele falava comigo.

- Aonde estou? - Perguntei virando para ele, se quero ser uma grande caçadora preciso enfrentar-lo.

- Este aqui é meu templo, sou como uma divindade para as humanos que moram perto do vilarejo. Eu protejo elas dos homens. - Explicou ele.

Eu apenas balancei a cabeça em afirmação. Meu coração estava acelerado, eu sentia isso toda vez que eu o via.

- Você deve estar com fome, venha vou leva lá para comer - Ele puxou a minha mão.

Ao sentir seu corpo tocando no meu, minha pele estremeceu ao seu toque.

O templo era muito lindo, era nítido que Douma era fascinado pela beleza.

Me sentei para comer e ele somente ficou me olhando enquanto eu comia.

- Você é bem quieta não é Borboleta ? - Ele perguntou me olhando fixamente. - Está com medo de mim não é ?

- Sou sua prisioneira? - Perguntei

- Não borboleta, você tem liberdade de ir e voltar quando quiser, mas queria conhece lá um pouco mais - Ele respondeu

- Me conhecer ? - Engasguei

- Estou fascinado em você desde a hora em que lhe vi naquela mata e principalmente depois que estava limpa - Douma respondeu, seus olhos brilhavam enquanto ele me olhava, ele levou a mão até meu rosto e limpou do canto da minha boca e passou levemente os dedos sobre a meus lábios.

- Não deve ter muitos amigos não é - Respondi

- Apenas as moças que veem a procura de ajuda, Mas você borboleta é especial, os deuses fizeram você para mim - Ele disse.

Metade de mim estava assustada por ele ser um Oni, mas a outra metade entendia e estava confortável.

As outras crianças não gostavam de brincar comigo, pois meus pais eram caçadores e diziam que somos amaldiçoados por que arriscamos a vida para destruir os onis. Somente os que se interessavam criavam laços conosco.

Depois que comi ele me mostrou o resto do templo, lá era muito escuro, tudo para o proteger do sol.

Eu não tinha noção de tempo naquele lugar, parecia que tudo corria lentamente. Douma não me deixava sozinha quase por nenhum momento.

- Você gosta de ficar aqui? - Ele me perguntou

- É confortante, mas é pouco para dizer - Respondi e ele riu.

Entramos em uma sala diferente no templo, acho que era aonde acontecia o culto.

Ele me colocou sentada na parte mais alta.

- Este é meu altar, eu fico aí para que as humanas me cultuem - Ele pegou uma espécie de coroa e a colocou em minha cabeça. - Ora ora, a beleza de uma verdadeira rainha.

Ele foi chegando perto e toda vez que ele se aproximava meu corpo não reagia, me sentia péssima por isso, como poderia orgulhar meus pais sendo que não conseguia nem me mexer perante a um demônio.

Então ele me deu um leve selinho.

  - O que? - Eu pensei em voz alta enquanto levei meus dedos para aonde ele beijou.

- Não resisti, já posso ver você imortalizada bem aqui no meu templo - Ele exclamou - Bom, minha reunião vá começar, fique no seu quarto borboleta - Ele me orientou enquanto retirava a coroa da minha cabeça. - Não quero que elas sintam inveja da sua beleza para não estraga lá por enquanto.

Eu ainda estava em transe, apenas concordei e voltei pelo caminho que fizemos antes.

Meu corpo parecia gritar comigo mandando eu ir embora, dizendo que precisava fugir dali, mas minha mente me dizia para ficar que ali eu teria uma longa vida e não ficaria na sorte de sobreviver a uma missão.

A Primeira Borboleta | DOUMA Onde histórias criam vida. Descubra agora