Era Keiō

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Finalmente, eu estava vendo a minha casa, bom tem várias coisas diferentes, mas não importa.

Bati no portão até que Kimeri abriu, ela era uma enfermeira que trabalhava aqui, a mansão sempre foi o hospital dos hashiras.

- Vai ficar parada me olhando ou vai me chamar pra entrar? - Brinquei com ela e ela simplesmente desmaiou.

Peguei ela no colo e a levei para dentro.

- Quem era Kimeri? - Eu conheço essa voz, era ela, a minha mãe. - Mit...Mitsuha - Ela parecia assustada ao me ver.

Coloquei Kimeri sob o sofá e corri para abraçar minha mãe.

Ela chorava até que sentamos no chão mesmo.

- Como, como que está viva? Os deuses me devolveram você - Ela dizia.

- Eu estava morrendo de saudades. - Digo e a abraço.

- Você tem que me contar tudo. Ah deixe eu te olhar, como está linda - Ela disse segurando meu rosto. - Vá tomar um banho, jaja seu pai chega e terá uma grande surpresa.

Eu sorri e subi correndo para o meu quarto. Ele estava do mesmo jeito, tomei um banho vesti minhas roupas novamente e desci.

- Papai - Digo correndo até ele, o mesmo me abraçou tão forte que quase fiquei sem ar.

Sentamos para comer minha comida favorita, bolinho de arroz com salmão.

- Você tem muita coisa para nos contar - Meu pai disse - O que aconteceu com você?

- Como sobreviveu nesses últimos anos? - Minha mãe perguntou

- Espera? A senhora disse anos? - Perguntei, quanto tempo eu fiquei presa naquele lugar?

- Sim, Mitsuha, você desapareceu em 1863 - Minha mãe respondeu.

- Estamos em 1865 Mitsuha. O primeiro ano da Era Keiō. - Meu pai disse.

Tudo isso, tudo isso que eu vive naquele templo, foi em dois anos? A distorção do tempo naquele lugar é de outro mundo, ou só estava sob um feitiços.

- Mitsuha? - Minha mãe me chamou e eu a olhei - Como você passou estes anos? Não parece ter sido maltrata, nem ter passado fome, filha, o que houve? - Ela me perguntou.

- Eu estava vindo pra casa, decidi pegar um atalho na floresta, acabei sofrendo um acidente batendo com a cabeça. - Eles estavam prestando atenção em cada palavra - Acordei eu estava presa, em um lugar, parecia um templo, me davam comida, água, roupas e até banhos eu tomava regularmente. - Respirei fundo - Era o lar de uma lua superior. - A feição no rosto deles mudou - Ele só come mulheres e mulheres muito bonitas, para que fique bem mais forte e belo. - Como posso dizer que eu fui enganada por ele? Como explicar que eu fiquei lá por escolha? - Eu tinha tarefas, que cumpria, cuidava de uma estufa de plantas, ele tem fascínios por borboletas, então, está madrugada, consegui uma brecha e fugi. Ele estava se deliciando em um banquete, não sentiu minha falta até o sol nascer.

Não poderia dizer toda a verdade para meus pais. Como contar que escolhi isso.

- E qual era a lua superior ? - Meu pai perguntou.

- Eu não sei o nome daquele Oni - Respondi mentindo, me partia o coração mentir para meus pais - Mas eu sei que era a Lua Superior 2.

- Você ainda quer se tornar uma caçadora de Oni? - minha mãe me perguntou.

- Sim, quero ser Hashira, igual o papai - Respondi

- Eu não sou mais um Hashira, me aposentei. Urokodaki assumiu meu lugar. - Meu pai respondeu. - Vamos conversar com o Mestre, talvez não precise esperar até a próxima seleção, depois de tudo isso, você já está qualificada a ser uma espadachim.

- Filha, não precisa fazer isto só porque seu pai está pedindo. Siga seu coração - Minha mãe respondeu.

Eu estava chorando, não era choro de tristeza e sim de raiva, por tudo que Douma me fez sentir e passar, por me tornar quem eu me tornei hoje. Perder a minha essência.

Olhei para eles ainda lágrimas nos olhos e respondi.

- Eu vou matar a lua superior 2.

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