285 - Abdução de uma assassina

Capítulo 2

A minha cabeça lateja, todo o meu corpo dói. Forço os meus olhos a abrirem. Não sei onde estou. Não no quarto de hotel onde adormeci de certeza. O meu coração dispara. Adrenalina faz o meu coração disparar. Levanto-me num pulo.

- Não fales alto, e não faças barulhos agudos. – uma voz feminina sussurra atrás de mim.

Olho para a origem do som. Uma mulher loira está encolhida a um canto da sala de metal, de com uma camisola com estampa de ovelhas e com os seus cabelos platinados totalmente desgrenhados. Uma mulher morena nas mesmas condições, agarra-se a ela como um bote salva-vidas. A loira acaricia-lhe a cabeça calmamente.

- Quem és tu? - pergunto sibilante.

Quero sair daqui. O mais rápido possível.

- Rose, Rose Stinger, mas isso não importa...só não fales muito alto....- a loira murmura.

- Porquê?

- Porque eles ouvirão e virão aqui. - ela sussurra.

- Eles quem?- pergunto já irritada com tanto mistério.

- As criaturas que nos raptaram! - outra voz soa, desta vez, do outro lado da sala.

   Olho para a mulher. Tem cabelos castanhos encaracolados desgrenhados e, tal como Rose, segura uma mulher nos braços. Uma mulher mais jovem muito parecida com ela. Irmã, provavelmente.

- Josie! - a loira reclamou.

- O quê?! Mais vale arrancar logo o penso! - elas trocaram olhares mortais.

- Como são as essas "criaturas"?

   Provavelmente são só traficantes de mulheres mascarados. Fáceis de abater...espero eu.

- São bem estranhos se queres que te diga...uma mistura de porco e sapo com olhos de mosca.- a irmã de Josie diz.

Paraliso. Sapo...porco...olhos de mosca...não...são Krots. Malditos! Traíram-nos! Tenho de avisar a associação...mas primeiro tenho que assegurar que os civis estão seguros... Olho em redor, não parece existir porta, mas eu conheço estas naves bem o suficiente. Um plano forma-se na minha cabeça. Retiro a faca do forro do meu soutien e grito o mais alto que posso.

- O que pensas que estás a fazer?! - Rose pergunta entredentes - Esconde-te! Rápido!

Sorrio e pisco-lhe o olho

- Boa! Uma masoquista louca para adicionar à lista de companheiras de cela. - Josie diz sarcasticamente.

O meu sorriso morre devido á minha confusão. Que raio significa masoquista? Abro a boca para perguntar, mas antes que o possa fazer oiço passo do lado de fora. Concentra-te 285! Mantém o foco! Salto e penduro-me nas grades do teto.

Três Krots entram. Um deles guincha e aponta a arma para as restantes mulheres. Desprendo-me das grades caindo em cima dele.

- Surpresa, alien imundo. - digo sarcasticamente.

Corto a garganta dele com um golpe limpo. Sangue preto jorra sujando o meu braço. Faço uma careta de nojo. Ainda bem que eles não são venenosos. Avanço rapidamente para os dois seguintes, matando-os da mesma forma. Afinal é o único sítio em que as armas humanas conseguem penetrar...

Olho para os três cadáveres. Tenho de os esconder, no caso de outros Krots aparecerem. Perderia o efeito surpresa. Arrasto um cadáver até ao canto mais escuro da sala. Uma mulher de cabelo rosa, raspado do lado direito, levanta-se e arrasta o segundo cadáver. Aceno em agradecimento e arrasto o terceiro. Retiro-lhes as armas e entrego uma a rapariga de cabelo rosa.

- Obrigado...

- Gemma. - ela diz. Sorrio.

- Obrigado, Gemma.

Entrego a segunda arma à ruiva, Josie, e a terceira à loira, Rose.

- Matem tudo o que passar por aquela porta!

- E se fores tu?- Gema perguntou.

- Eu baterei três vezes no metal antes de entrar.

Uma gargalhada ecoa pela sala.

- Como o Sheldon da Teoria do Big Bang! - a irmã de Josie diz.

- Carla! Não é hora para piadas! - a ruiva reclama.

- Sim, Carla, pode ser. - digo rindo baixinho, mesmo não tendo ideia do que ela está a falar.

Viro-me para sair, mas Gemma agarra-me.

- Vais sair sem uma arma?!

- Não te preocupes. - levanto o meu vestido, dando-lhe a visão do meu pequeno arsenal - Eu estou sempre armada.

Saio da sala antes que ela faça mais perguntas.