Thurkkur é um planeta magnifico, mas muito diferente da terra. A estrela deles emite um brilho azulado, o que faz com que tudo no planeta irradie um brilho místico. As construções são esplendidas, finas na base e largas no topo, com lindas cúpulas no cimo. O solo é coberto por uma espécie de erva branca, que pelo que Melb'on disse fornecem energia a toda a cidade, por um processo que ele chamou de fotossíntese. Algo que apenas as raparigas abduzidas compreenderam.
O planeta não tem qualquer tipo de vida para além do povo thurkkesiano e os seres que eles trouxeram do seu planeta. Saft'ir explicou-me que este não é o planeta original dos thurkkesianos. O planeta original deles foi destruído pela explosão da estrela-mãe desse sistema. Então os seus antepassados encontraram este planeta inóspito e tornaram-no habitável através da tecnologia.
Após a nossa chegada, eu e a maioria das humanas, fomos alojadas numa espécie de hotel, onde temos várias salas com diversas atividades. Apenas as fêmeas acasaladas, número que tem vindo a aumentar radicalmente, ficam nas casas dos seus machos. O que me fez perguntar a Wre'can o motivo pelo qual ele não me levava para sua casa. Ele apenas sorriu e disse que é o nosso dever cuidar das fêmeas até que encontrem um companheiro.
Vendo que ele não me daria mais respostas pedi a que me explicasse como funciona o sistema governamental deste planeta. Pelo que ele disse é como uma monarquia, mas a "rainha" tem tanto ou mais poder que o rei. O que me deixou ainda mais confusa. Não devia ser tarefa do rei e da rainha cuidar das fêmeas? Porque é que eles ainda não apareceram? Tenho uma ideia do motivo, mas vou esperar que ele ganhe coragem para me dizer.
- Bella? Já tens a lista? - sou arrancada dos meus devaneios por Saft'ir.
- Sim. Nenhuma humana quer voltar para a Terra. – posso sentir o alívio do macho do outro lado da porta.
- De qualquer forma, Wre'can enviou-me para te vir buscar. – ele diz fazendo-me bufar.
Levanto-me e abro a porta. O macho encara-me e então vira-se guiando-me pelas diversas salas. Ele para numa com cerca de vinte machos Thurkkesianos alinhados em fila.
Cada macho parece maior e mais forte que o seguinte. Mas apenas um se destaca na multidão. Os meus olhos são imediatamente atraídos para o maior e mais atraente macho na sala. Wre'can. Engulo em seco no momento em que os nossos olhos se cruzam. Ele tem estado estranho desde que chegamos.
Quando pensa que não estou a ver encara-me como um gatinho perdido e quando estamos com outros machos ele comporta-se de forma agressiva e irracional. O que me deixa extremamente preocupada, mas vendo-o agora rígido e com uma expressão miserável, faz o meu coração quase sair pela minha garganta.
- Wre'can? O que se passa?
- Podes escolher entre os machos, minha Kysa. - ele diz com uma voz distante.
- Escolher? Como assim? - pergunto confusa - Como guardas? Wre'can sabes bem que me posso defender sozinha!
- Não, Bella, como companheiros. – Saft'ir diz calmamente - Deves escolher no mínimo cinco.
- O quê? - pergunto olhando em redor, todos os machos estufam o seu peito - Tu queres que eu escolha outro macho? - sinto a raiva a consumir -me - Então é assim? Engravidas-me e livras-te de mim?! Achas mesmo que...- rosnado ressoa pela sala.
- O que é que estás a dizer, minha Kysa? Eu não tenho intenção de me livrar de ti! Nunca! - Wre'can aproxima-se um pouco.
- Então porque é que eu tenho de escolher outros machos como companheiros? - pergunto
- São as leis do nosso povo, Bella. Uma fêmea deve ter mais que um macho. – Saft'ir explica.
- Ainda bem que eu não sou uma fêmea thurkkesiana porque eu não quero mais nenhum macho e duvido que a maioria das outras humanas queira. – digo sorrindo friamente.
- Tens de escolher fêmea! - um macho de cabelos rosa rosna.
- E és tu que me vais obrigar? - o macho baixa a cabeça e não volta a falar.
- Bella...- Wre'can suspira.
- Eu não sei que raio de leis vocês têm, mas se algum destes machos tentar tocar-me eu juro que o deixo inconsciente por um bom tempo! - rosno - E tu, macho idiota! - caminho furiosamente até Wre'can - É por isto que tens estado estranho? – Wre'can ajoelha-se diante de mim.
- Lamento, minha Kysa – ele murmura com a cabeça baixa.
- Wre'can...- tento ajoelhar-me em frente dele, mas Saft'ir impede-me.
- Bella! Uma fêmea não se pode ajoelhar em frente a um macho! – Saft'ir diz entredentes.
- Não quero saber. – sussurro de volta.
- Espera só um pouco então. – Saft'ir volta-se para os restantes machos – Parece que teremos de rever as nossas leis e perceber como adequá-las ás humanas. Lamento ter-vos feito perder tempo. – os machos parecem abatidos mas saem um por um.
Vejo o macho de cabelos rosa que me enfrentou à pouco.
- Espera! – o macho para e volta-se para mim – Aguarda um pouco lá fora, quero apesentar-te a alguém. – o macho rosna em concordância e abandona a sala.
- Vou voltar para a minha companheira. - Saft'ir diz com um meio sorriso.
- Saft'ir? A Mayra pediu para te dizer...vais ser pai. – o macho encara-me por segundos e então desaparece pela porta, num piscar de olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
285 - Abdução de uma assassina
RomanceCriada desde pequena numa associação secreta, 285, faz parte do Esquadrão Obsidiada, especializado a avaliar as fraquezas e aniquilar alvos, sem deixar rastos. Após uma missão particularmente longa, 285, recebe ordens para passar a noite num hotel...