Capítulo 14

195 24 0
                                    

Olho para a sala de treinamento, está vazia. Acaricio a minha barriga que já apresenta um pequeno alto.

Passaram-se cerca de três semanas desde que deixei Wre'can. Já comecei a organizar o meu plano, aliás, está quase pronto a ser concretizado. Falei com as outras líderes de Esquadrão, 239, 103 e 58, e com as meninas do meu Esquadrão. Todas aderiram à causa. O golpe acontecerá em breve. Tudo está pronto hoje e eles nem saberão o que os atingiu.

- Agente 285. - a voz da líder do Esquadrão Esmeralda, Agente 103, tira-me das minhas reflexões - Foste convocada para a tua primeira missão.- a voz dela suaviza- Lamento.

Sorrio e ela olha para mim confusa.

- Eles é que vão lamentar. Hoje é o dia! – sussurro com a mão em frente à boca.

- Vou iniciar os preparativos. - ela sai rapidamente da sala de treino.

Dirijo-me ao gabinete do Sr. Stone. Bato à porta e entro. Ele olha para mim com um sorriso maldoso. A Líder do Esquadrão Obsidiana olha para mim com pena.

- O senhor convocou-me?

- Sim, veste o uniforme do Esquadrão Rubi! Hoje será a tua primeira missão como líder do Esquadrão Rubi! - o sorriso dele aumenta - Sê uma boa menina! São novos patrocinadores! Garante que os três fiquem satisfeitos! - aceno.

São só três. Que pena. Apenas menos três criaturas nojentas que a contaminar o planeta.

- A Agente 58 vai escoltar-te até à sala onde eles se encontram - ele faz um gesto para nos sairmos.

Dirijo-me ao meu setor. A Agente 58, segue-me, mas para à porta dando-me privacidade. Entro e visto o uniforme. Se é que lhe pode chamar isso.

Resume-se a um pequeno babydoll preto com acabamentos de rubi. É algo que eu gostaria de mostrar a Wre'can. Não àqueles homens nojentos. Suspiro e acaricio a barriga.

- Amanhã já seremos livres e daqui a uma semana estaremos com o papá, coisinha...

Saio do setor Rubi. A líder do Esquadrão Obsidiana, 58, que me aguarda à porta, segue, mostrando-me o caminho. Alguns corredores depois ela para em frente a uma porta.

- É aqui. - ela aproxima-se - Sê forte. - ela diz alto e abraça-me - Tenho duas armas nos bolsos, tira-as discretamente - faço o que ela diz e escondo-as o melhor que posso - Boa sorte...

- Para ti também... – sussurro.

Ela olha para mim confusa.

- É hoje. - digo sem mexer os lábios e ela acena.

- Vou avisar o meu Esquadrão. - ela sussurra.

Entro na sala e olho em redor. As paredes da sala são vermelho-sangue, o chão é de ébano. Não há cama, apenas um enorme tapete branco. Os moveis da sala estão preenchidos por objetos de tortura: chicotes, algemas, tazers, bastões, entre outros objetos que eu não conheço. Um arrepio percorre a minha espinha só de pensar no motivo de ali estarem.

Dois homens encontram-se dentro da sala um velho barrigudo. Que olha para mim com luxúria. Nojento. O outro é mais novo não tem mais de quarenta anos. Os seus olhos percorrem os móveis brilhando com um prazer malicioso. Fecho a porta e aproximo-me deles, puxando-as armas.

- Boa noite, meus senhores... aconselho-vos a fazerem exatamente o que eu digo, isto se quiserem não quiserem o cérebro espalhado pela parede... - o velho olha para mim com medo.

Eles não deviam ser três?

- Como se não os fosses matar de qual qualquer forma...

Esta voz...Posiciono-me de forma a apontar uma das armas para o homem atrás de mim mantendo a outra apontada para os outros dois.

Um homem alto e musculoso encara-me com fúria no olhar. Os seus cabelos brancos estão presos num coque. E os seus olhos...Não pode ser.... Baixo a arma.

- Wre-Wre'can?!

Encaro o homem pasma. Ele usou um modificador de aparência? Eles são tão raros. Apenas os líderes dos planetas mais ricos têm acesso a alguns! Wre'can fala tirando-me do meu transe:

- Achavas que eu deixaria a minha fêmea ir, sem mais nem menos? Depois de tanto tempo para te achar? - ele diz num tom frio.

 O homem mais novo olha para Wre'can e depois para mim.

- Então não é a primeira vez da vadia? Vou reclamar com associação! Eu pedi uma virgem! Mas por agora vais ter que servir...- ele aproxima-se.

Wre'can move-se rapidamente. O homem desaba com o pescoço num ângulo estranho.

- Ninguém toca na minha Kysa! Ninguém!

285 - Abdução de uma assassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora