Capítulo 8

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- Está tudo bem agora. Eles não me podem alcançar aqui. - acho eu - Era por isso que a Terra estava a negociar com os Krots. Mulheres por tecnologia. - ele fica tenso novamente – Sabes, o planeta está com problemas, avanços tecnológicos são essenciais.

- Eles venderam fêmeas?

- Não é bem assim. As mulheres eram voluntárias. Elas eram dadas aos Krots em troca de tecnologia. Sim, elas eram vendidas, pelos Krots, como esposas a outras espécies de alienígenas. – mordo o lábio pensando como suavizar a situação - Mas os compradores tinham que obedecer certos requisitos tais como ser fisicamente atraente para a humana, ser estritamente monogâmico, ser respeitador e ser capaz de gerar descendência com a raça humana. Cada mulher pode contactar a Terra sempre que puder, no caso de não estar feliz com o marido. A taxa de sucesso é grande apenas uma quis voltar...- sorrio - ...das 1500 que foram enviadas.

- Então tu ofereceste-te? - ele pergunta num tom raivoso.

- Não, esse é o problema. Os Krots traíram a Terra. Eles contrabandearam vinte e uma mulheres. Iam vender-nos como escravas sexuais. - ele rosna.

- Malditos Krots! – ele rosna e chuta um dos corpos que voa alguns metros.

Eu gargalho.

- Acho que ele já não pode sentir isso...

- Eu estou orgulhoso da minha Kysa. Nos nossos relatórios, a raça humana é descrita como indefesa e fraca, mas tu, uma fêmea tão pequena, mataste mais de cinquenta Krots, sozinha. É impressionante.

As palavras dele trazem-me uma sensação de calor ao meu peito. Algo que eu não sei nomear. Algo que não sentia desde que a perdi...

Não penso duas vezes. Faço algo que vi num filme, quando fui ao cinema numa missão: avanço, puxando-o pelo colarinho da camisa e pressiono os meus lábios nos dele.

Ele não reage de imediato, mas rapidamente ajusta os nossos corpos e começa a movimentar os lábios contra os meus. A sensação é diferente. Um diferente bom. A sua língua áspera força os meus lábios a abrirem e penetra a minha boca.

A língua dele movimenta-se explorando todos os cantos da minha boca. A minha intimidade começa novamente a latejar. Os meus dedos, involuntariamente, enrolam-se na camisa dele e dão um puxão. O material cede e abre. As minhas unhas arranham o peito dele levemente.

- Wre'can, fui até à ala médica, e encontrei Ka'arg inconsciente. A tua companheira fugiu e eu não consigo...- um macho de cabelos verdes que surge no meu campo de visão - Oh! Vejo que a encontraste. - tento mover-me rapidamente para longe de Wre'can, mas ele puxa-me contra si.

- Sim encontrei-a, Saft'ir.

- Não acredito que que conseguiste derrota-lo novamente. - Saft'ir sorri para mim - Sabes, humana, eu, Ka'arg e Grow'anr queremos ter uma companheira tão feroz como tu. Melb'on diz que prefere uma fêmea menos selvagem...

- Quero-vos bem longe da minha Kysa! - Wre'can rosna.

- Qual é o Grow'anr? – pergunto, confusa.

- É o macho de armadura vermelha. - Saft'ir responde – Já deves ter percebido que a armadura é da cor da nossa pelagem. – Saft'ir mexe no cabelo.

- Não te atrevas a cortejar a minha companheira! – Wre'can rosna e volta-se para mim - Deves ficar longe dele minha Kysa! Aliás de todos os machos!

- Ah sim? E és tu que me vais obrigar? - debocho e Wre'can rosna.

Oiço uma gargalhada atrás de nós. Viro-me e vejo Ka'arg.

- Ela é feroz será uma ótima Kysa para nó...- Wre'can rosna novamente -...uma ótima Kysa para ti Capitão. – Ka'arg diz parecendo orgulhoso.

- O que ele ia dizer? – desconfiança cresce no meu peito.

- Sim, ela é perfeita. - Wre'can diz ignorando a minha pergunta.

- Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui, caramba! - os três machos olham para mim, bufo olhos e gesticulo para eles se moverem - Vá! Vamos buscar as outras mulheres! - digo deixando o assunto de lado. Por enquanto...

- Eu vou verificar se Melb'on e Grow'anr já acordaram. – Saft'ir diz.

- Diz-lhes que eu lamento, quando acordarem. – mordo o lábio envergonhada.

Ele acena e desaparece pelo corredor. Então guio os machos até Gemma. Ao chegarmos à porta da sala de comandos, eu viro-me para eles.

- Está aqui uma humana. Mas não como eu. Ela deve estar aterrorizada, por isso comportem-se! Sem rosnados! - digo autoritária - E Wre'can...

- Diz, minha Kysa.

Não me odeies quando entrares nesta sala.

- Nada. Esquece. – suspiro e viro-me para a porta.

Olho uma última vez para Wre'can. Espero mesmo que ele não me odeie depois de ver o monstro que eu sou. Bato três vezes na porta de metal. Uns segundos depois a porta abre-se e cabeleira rosa de Gemma aparece na porta.

285 - Abdução de uma assassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora