O lugar era escuro, com o cheiro pungente de mofo e poeira impregnando o ar. Taehyung sentia cada fibra de seu corpo doer e podia jurar que seu pé estava quebrado. Seu olho latejava de dor, e ele mal conseguia enxergar no ambiente sombrio.
Ao longe, ele ouvia vozes e o choro incessante de uma criança. As lembranças dos dias com seu ex-marido invadiram sua mente, lembrando de como ele tinha que lutar constantemente para não apanhar e proteger o bebê que carregava em seu ventre. Ele se lembrou vividamente da dor excruciante que sentiu ao ser espancado pouco antes de seu filho nascer, e da desolação ao segurar o pequeno corpo sem vida em seus braços.
O choro ficava mais forte, e sua consciência começava a retornar lentamente. Apesar do frio penetrante que o envolvia, ele sentiu um toque quente em seus cabelos. Ele tentou se mover, mas a dor nas costelas o manteve imóvel, forçando-o a permanecer deitado.
Lentamente, sua visão começou a se ajustar à escuridão, permitindo que ele distinguisse formas vagas ao seu redor. Ele notou uma figura agachada ao seu lado, cujas mãos estavam em seus cabelos. A pessoa murmurava palavras suaves, mas o som era abafado pelo latejar em sua cabeça.
Com esforço, Taehyung conseguiu girar a cabeça ligeiramente para ver quem estava ao seu lado. O rosto desconhecido se aproximou, e ele pôde ver olhos cheios de preocupação. A figura sussurrou algo que Taehyung não conseguiu entender completamente, mas a suavidade da voz trouxe uma sensação de segurança. Ele fechou os olhos por um momento, enquanto a dor e a exaustão ameaçavam arrastá-lo de volta à inconsciência.
— Aguente firme, por favor — a voz dizia baixo. — Taemin-ah, traga logo a água.
— Calma, Nunu. Você sabe que é difícil enxergar nessa escuridão.
— Odeio que seu ômega não tenha despertado ainda.
O diálogo entre as vozes trouxe Taehyung de volta à realidade. Ele reconheceu a voz suave e preocupada que estava ao seu lado, agora identificada como Nunu. A outra voz, Taemin, soava ligeiramente irritada, mas não menos determinada.
— Ele está com o pé quebrado e muito machucado no rosto, Taemin. Precisamos agir rápido — Nunu insistiu, seu tom cheio de urgência.
Taehyung sentiu o toque gentil em seus cabelos se afastar momentaneamente, seguido pelo som de passos apressados. A menção de água trouxe uma onda de sede esmagadora, fazendo sua garganta arder de necessidade.
— Aqui está a água — Taemin anunciou, sua voz mais próxima agora.
Taehyung sentiu quando Taemin lhe ajudou a levantar um pouco, além de sentir um toque suave em seus lábios, um copo frio pressionado contra sua boca. Ele bebeu avidamente, sentindo a água aliviar a secura em sua garganta. A sensação de frescor trouxe um alívio momentâneo à sua mente e corpo.
— Isso mesmo, devagar — Nunu guiava, mantendo o toque reconfortante. — Você está muito fraco, dormiu por dois dias.
— Consegue falar? — Taemin perguntou, mas se assustou com um som distante de algo batendo. O bebê chorou mais alto, não dando tempo para Taehyung perguntar nada, pois a preocupação de Nunu e Taemin era evidente e pulsava em seus gestos.
— Estão trazendo ele de volta. Fique quieto, moço, e feche os olhos. Taemin, guarde isso — Nunu entregou algumas coisas para Taemin, que rapidamente guardou em uma espécie de buraco no chão. Quando a porta de ferro se abriu, tudo estava em silêncio. Os dois ômegas deitaram ao lado de Taehyung, fingindo estar dormindo.
Uma figura alta entrou com uma lanterna em mãos, focando em tudo ao redor. O choro ficou ainda mais incessante quando o homem jogou uma caixa no canto. Outro surgiu e empurrou alguém para dentro, deixando um corpo fraco cair no chão próximo aos pés de Taehyung.
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O Despertar Do Ômega - JIKOOK [Reescrevendo]
Fanfiction[ R E E S C R E V E N D O] Park Jimin é um ômega que trabalha incansavelmente para criar seu filho e mantê-lo seguro e escondido de seu ex-marido. Triste por ver seu amigo se sacrificar tanto e sem poder ajudar muito, Taehyung se vê sem saída e acab...