O Despertar Do Ômega - JIKOOK [Reescrevendo]

- 1 - Depois do pesadelo

O vento gelado cortava o rosto do ômega como lâminas afiadas. Sua respiração tornava-se cada vez mais difícil, seus pulmões queimavam com o esforço, seus passos vacilantes ecoavam na densa floresta e os galhos quebrados sob seus pés cansados eram o único som naquele ambiente assustador. Uma clareira se abriu à sua frente, revelando um penhasco iluminado pela lua cheia, que brilhava majestosa no céu.

Ao chegar à beira do precipício, Jimin sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao encarar a profundidade da queda. Um galho se quebrou atrás dele, fazendo-o virar. Os passos lentos e calculados agora se tornaram audíveis, como se a própria floresta estivesse viva, enfim revelando a presença do monstro que o perseguia. Foi então que Jimin viu os olhos azuis cristalinos, brilhando na escuridão da noite.

Um lobo grande e peludo emergiu das sombras. Sua pelagem branca reluzia sob a luz da lua e seu andar manso era lento, como se estivesse estudando atentamente sua presa. A cada passo dado pelo animal, o ômega dava um para trás e quando o lobo estava próximo, Jimin sentiu o cheiro que aquele animal exalava. Era uma mistura selvagem e familiar, como se a fragrância do animal o envolvesse, despertando algo dentro dele. Era uma fragrância adocicada, como a mistura do doce de frutas vermelhas maduras com algo refrescante, como o cheiro de uma brisa fresca. Jimin sentiu uma sensação estranha, como se houvesse uma ligação especial entre eles.

Os seus olhos encontraram os do lobo, e por um breve instante, ele se viu refletido naqueles lumes azuis. O ômega sabia que existia entre eles uma conexão silenciosa, uma compreensão mútua que ia além das palavras. Hipnotizado, ele estendeu a mão querendo tocar os pelos macios do lobo, que rosnou para si mostrando as presas afiadas. Com medo, ele deu um passo para trás, mas mal percebeu que estava à beira do precipício e em um instante de desequilíbrio, seu corpo foi puxado para trás, e ele caiu no abismo, sentindo a escuridão lhe engolir enquanto o lobo uivava para a lua.

O ar frio da noite deu lugar ao suor que escorria de sua testa, e seu coração batia descontroladamente. Ele olhou ao redor, tentando entender o que acabara de acontecer.

O quarto estava escuro, mas os primeiros raios de luz do amanhecer começavam a iluminar o ambiente. Jimin estava deitado em sua cama, coberto de suor, o coração ainda martelando em seu peito. Foi apenas um sonho? Ou algo mais?

Ele se sentou lentamente, tentando acalmar a respiração agitada. A sensação da queda ainda estava fresca em sua mente, como se tivesse realmente acontecido. Jimin olhou para a janela, vendo o sol nascer lentamente. O que aquele sonho poderia significar? Uma sensação de inquietação lhe envolveu, deixando seu coração ainda mais acelerado.

Respirando fundo, o ômega levantou cuidadosamente de sua cama, olhando para o lado para se certificar de que seu pequeno filhote ainda estaria dormindo. Depois desse sonho estranho, tudo o que ele não queria era Ji-Sung de mal humor pelo restante do dia. Devagar ele se trancou no banheiro e tirou suas roupas, indo para debaixo do chuveiro e sentindo a água aquecida tocar sua pele. Seu coração foi se acalmando aos poucos, mas os olhos azuis do lobo ainda marcavam seus pensamentos.

Depois de se lavar, ele vestiu o uniforme da lanchonete em que trabalhava e foi para a cozinha preparar o café da manhã. Silenciosamente, o ômega movia-se pela cozinha com uma agilidade suave. O sonho foi deixado de lado quando ele percebeu que no balcão estava as contas de energia, gás e o aviso de pagamento de aluguel.

Jimin suspirou sentindo-se triste por toda a situação financeira que eles viviam. O ômega tinha muito orgulho de cuidar com muito carinho de Ji-Sung, seu filhote, que tinha sete anos. Ele buscava equilibrar o trabalho e as contas da casa enquanto protegia e cuidava do garoto. E sempre contava com a companhia de Kim Taehyung, seu melhor amigo, em todos os momentos.