‒ 8 ‒ O despertar do lobo

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Jimin e Jungkook permaneceram dentro do carro estacionado em frente ao hospital, o silêncio entre eles necessário apenas pela respiração ritmada de ambos e pelos ruídos abafados do movimento ao redor. O ômega olhou para Jungkook, buscando sua mão e, consequentemente, sua atenção. O alfa tinha o olhar triste e preocupado, mas ainda assim sorriu para ele.

— Alfa, o que foi? — Jimin perguntou carinhosamente.

— Eu gosto quando você me chama de alfa — respondeu Jungkook, tentando desviar a atenção. Jimin sabia que ele fazia isso para evitar mostrar qualquer vulnerabilidade.

— Não tente tirar meu foco, ainda tem muita coisa que preciso que me explique, Jungkook. Só não quis mais ouvir de Taehyung porque sei como ele fica machucado ao lembrar do passado.

O alfa suspirou, mas concordou.

— Prometo explicar tudo a você, se aceitar ir comigo a um passeio hoje à noite — ele o olhou esperançoso, pegando Jimin de surpresa com o pedido repentino.

— Mas e o Ji-sung? E por que não podemos falar sobre isso agora? — As perguntas escaparam dos lábios de Jimin, traindo seu nervosismo. Jungkook riu e levou as mãos dele aos lábios, deixando um beijo carinhoso no dorso.

— Calma, anjo. Vamos resolver tudo hoje. Agora, se prepare, vamos até ao pavilhão.

— Pavilhão? O que é isso? — Jimin perguntou, curioso.

— O pavilhão, anjo, é onde fica o conselho Lúpus e grande parte da matilha. Está na hora de eu te apresentar formalmente e de você tomar seu lugar de direito. Afinal, para que consiga sua vingança, precisará ter o poder em mãos.

Jimin sorriu com a fala do alfa e assentiu. Trocaram de lugar e finalmente saíram daquele estacionamento. O pavilhão ficava cerca de dois quilômetros longe da vila, então, antes de iniciarem a viagem, passaram em casa para que Jungkook pudesse pegar alguns documentos.

Em seguida, embarcaram no carro e seguiram viagem, deixando que apenas músicas aleatórias preenchessem o ambiente, enquanto ambos se mantinham imersos em seus próprios pensamentos. No entanto, Jimin ficou mais tenso quando o alfa fez uma curva em uma bifurcação estreita, revelando a visão completa do que chamavam de sede dos Lúpus.

O pavilhão era uma construção que parecia ter crescido da terra. Tinha paredes feitas de pedras e madeira envelhecida, era cercado de grandes árvores que e suas folhas criavam um dossel verde que se misturava à estrutura exterior. Jimin estava encantado com aquele prédio. A entrada principal era uma porta maciça de carvalho que parecia ter anos ali. Ela era toda esculpida com desenhos que pareciam contar a história da matilha.

À medida que se aproximavam, era possível ouvir risadas e vozes vindas do interior do lugar. Os sons da matilha criavam uma sensação de calor e pertencimento, deixando Jimin extasiado.

— Está pronto? — perguntou Jungkook depois de desligar o carro.

— Estou nervoso, mas sim, estou pronto — respondeu Jimin com a voz firme. O alfa sorriu e o puxou para um abraço inesperado. Jimin demorou um instante para corresponder, mas logo rodeou Jungkook com os braços, sentindo o cheiro tranquilizante dele acalmá-lo imediatamente.

— Enquanto estiver comigo, você não precisa ficar nervoso — sussurrou Jungkook em seu ouvido, deixando um beijo carinhoso em sua testa, o que fez Jimin rir.

— Obrigado, alfa.

Jungkook sorriu, meio bobo, antes de conduzi-lo para dentro, mudando sua postura para algo mais sério.

Dentro do pavilhão, o espaço lembrava um escritório, com várias salas, uma recepção movimentada e pessoas trabalhando. Assim que avistaram Jungkook, todos se levantaram e fizeram uma reverência formal, mostrando o respeito que tinham pelo alfa.

O Despertar Do Ômega - JIKOOK  [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora