Você acorda em um lugar estranho... - Capítulo 2

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Visualize um elfo de cabelos loiros e orelhas pontudas, com um físico deveras definido. Mas não tome conclusões precipitadas, eu não jogo pra esse lado. Esse elfo, que ainda desconhecido, acorda em um tipo de cela composta por paredes de madeira e barras de ferro. Logo depois das barras, um corredor estreito, que se estende até uma escuridão que, da perspectiva do elfo, é vasta. Um pouco tonto e enjoado, ele murmura:

— Pelos três... onde eu é que eu estou?

Seguido de uma voz fina.

— Olha, "Amigo", eu tenho duas bolas, mas nenhuma delas é de cristal.

Ele se vira, avistando um gnomo que respondeu seu questionamento.

O gnomo é baixinho (Ah nossa, olha só né? Quem diria?) De cabelos encaracolados e consideravelmente cheio. Acho que não tem muito o que detalhar em um gnomo, ele é baixinho e está vestindo trapos assim como o elfo, aliás, eu já falei que ele é baixinho? Tipo 90 centímetros de altura... É, ele é baixinho.

— Olha, só vê se não vomita tá? Talvez o movimento do barco te faça enjoar, e, esse lugar já tem um cheiro horrível por causa do poço de merda que tem embaixo dos nossos pés. — o gnomo continua, apontando pra um pequeno buraco na cela de cada um deles.

— E quem é você?

As perguntas do elfo só aumentam.

— Eu que te pergunto! Acordei primeiro, então sou eu quem vai fazer as perguntas por aqui — diz o gnomo, com um sorriso malicioso no rosto quase imperceptível por conta da falta de luz do lugar.

— Você disse que estamos num barco, não? Como pode ter tanta certeza? — continuou, ignorando completamente o gnomo enquanto se levantava do chão.

— É só você escutar o barulho lá de fora. — ele diz, colocando suas mãozinhas em sua própria orelha, sinalizando para o elfo prestar atenção no barulho do mar, que estava logo acima deles.

Agora que tudo estava mais claro, o elfo começa a olhar em volta, e se ajoelha, dessa vez por livre e espontânea vontade.

Ele começa a rezar em silêncio. O que se passava na cabeça dele é algo que apenas ele e seu próprio Deus, ou Deuses sabiam.

O gnomo seguia quieto, com um olhar de deboche em seu rosto. Então o elfo se levanta novamente e diz:

— Me chamo Ragnar, e você é?

— Olha só! Resolveu me responder? O interrogatório acabou já, ô, garoto propaganda. Você malha é? Parece do tipo que derruba alguém no soco com facilidade. Quero ver se consegue tocar as próprias costas! — debocha o gnomo.

— Me chamo Giovanni Washington, e não, não é sobre o reino das terras distantes. E antes que você comece a perguntar um monte de coisa, não, eu não lembro de nada, nem de como eu vim parar aqui.

Ragnar pensa um pouco antes de continuar, dando uma olhada no lugar.

— Agora que você disse, também não me lembro de nada, mas sei que eu sou um guerreiro divino, e tenho que sair daqui se quiser continuar sendo um. Já vi que não gosta de apresentações pelo visto. Alguma ideia de como sair daqui?

— Temos um balde e um esfregão, acha que dá pra fazer algo com is-

Giovanni fica em silêncio por um instante, deixando Ragnar confuso.

— O que voc-

SHHHHHHHHH! Cala a boca! - cochicha Giovanni.

O silêncio se mantem por alguns segundos, até que passos começam a ser ouvidos de cima, seguido de reclamações abafadas vindo de um ser que começa a descer as escadas chegando até onde os dois se encontram.

Reinos Exilados -  A terra de VarannarOnde histórias criam vida. Descubra agora