Algumas horas já haviam se passado, e o grupo estava indeciso sobre o que fazer a respeito do barco imparável. Ragnar resolveu descansar um pouco. Por mais que tivesse esgotado sua magia se curando, ele precisava recuperar as energias após todas aquelas batalhas.
Giovanni ajudou o elfo a construir um pequeno acampamento e uma fogueira controlada para não botar fogo no barco. Claro que o fato da madeira do barco estar molhada por conta da chuva ajudou nesse fator.
Com o acampamento improvisado pronto, todos, menos Arnold, sentaram ao redor da fogueira para expressar suas ideias.
Seth toma a frente na conversa:
— Então... Alguma ideia de como não bater um navio cheio de gente morta diretamente no píer de uma cidade portuária?
— Não acho que podemos evitar tal destruição. A não ser que desviemos a rota do navio — Ragnar responde.
— E se perder no mar? Não valeu. Prefiro não morrer de fome perdido no meio da puta que pariu dos mares de Varannar. - Responde o garoto.
— Infelizmente ele tem razão. Não podemos arriscar desviar um milímetro sequer da rota tracejada no mapa — Lich completa, de forma mais intelectual.
— Então a gente vai ficar parado esperando bater na cidade? — Giovanni interrompe.
— Pelo menos se a gente desviar o navio vamos ter comida do armazém. Quer dizer, VOCÊS vão ter comida, eu me alimento de sangue Arnold aparece do nada, quebrando a linha de raciocínio do grupo...
...ou não.
— É isso! Arnold você é um gênio! — Só faltou uma lâmpada aparecer em cima da cabeça de Seth quando ele gritou. — É... mais ou menos um gênio. Se a gente se esconder no armazém do navio, talvez saiamos ilesos da colisão. Não vai amenizar a destruição, mas pelo menos vamos ficar inteiros. Depois damos um jeito de fugir.
— Está com inveja da minha genialidade? Verme.
-— Não é uma má ideia. Acho que o que nos resta é esperar a batida e tentarmos sobreviver e fugir dos guardas, claro, imaginando que pessoas virão atrás da gente depois da gente tomar o barco. Depois a gente improvisa a fuga — Lich passa por cima das provocações do vampiro.
— Então, quando que o barco vai bater? — o gnomo questiona.
— Acho que nós vamos perceber quando uma ilha aparecer na imensidão desse mar, não é? — o tiefling responde com um tom de sarcasmo.
— Ah, sei lá né, vai saber se é uma ilha invisível — continua, rindo.
— Olha, vou mandar o papo reto pra vocês. Vamos evitar confronto com os guardas caso eles tentem prender a gente de novo. Não quero virar um criminoso procurado — Seth atrapalha a brincadeira dos dois... com mais sarcasmo, pra variar.
— Criminoso você já é né — Ragnar entra na brincadeira.
— Ah. Qualé! Eu não roubo tanto assim. Só quem merece mesmo.
Até parece, esse garoto invadiu um barco, se escondeu no armazém, matou mais gente do que ele salvou. Além de mais alguns feitos que não devem ser citados.
— Agora, falando sério. O que a gente vai fazer? — Seth continua, dessa vez num tom sério.
— Eu andei pensando aqui. Podemos tentar fazendo um buraco no casco do navio e fugir por lá, aparentemente o armazém fica colado na parede do casco, se meu raciocínio não estiver falhando. Não deve ser uma parede muito grossa, já q é um barco de madeira. Alguma magia explosiva já ajuda. É por isso qu-
Giovanni interrompe Lich.
— E quem vai tirar essa magia do cu? Eu só sei passar a mão nuns desavisados.
— Calma, meu amiguinho precoce. FElizmente, eu tenho essa tal magia de prontidão aqui comigo, não é tão potente, mas acho que vai ser suficiente. Até o amanhecer já vou poder usar ela novamente, pois meus círculos mágicos estão bloqueados no momento, já usei bastante magia hoje.
Uma rápida explicação sobre como o conceito de magia funciona no nosso mundo. Eu por acaso sou um mestre nela (ou quase isso).
A magia vem por meio de círculos arcanos, quanto mais forte o mana de uma pessoa, mais círculos essa pessoa desbloqueia. Quanto mais forte o fluxo da mana, círculos mais fortes são desbloqueados. Então quanto mais forte o mana, mais círculos. Quanto mais forte o fluxo, mais fortes os círculos. Quando esses círculos se esgotam, é como se eles quebrassem, então é preciso de um tempo até eles se reconstruírem.
Modéstia à parte, mas eu, Guto, tenho todos os círculos desbloqueados. Não é atoa que eu sou um Xerxes. O melhor bruxo de toda Varannar.
Agora, com um protótipo de plano em mente, o grupo continuou ao redor da fogueira, descansando após um longo dia de batalhas intensas, conversando e contando piadas, certamente tentando descontrair tudo que veio acontecendo ultimamente.
No fim da noite, todos foram dormir em seus sacos de dormir. Com exceção de Seth e Arnold.
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Reinos Exilados - A terra de Varannar
FantasiO universo em que se passa essa história é baseado no jogo de RPG Exiled Kingdoms produzido e publicado pela 4 Dimensions Games em 2021, apenas algumas mudanças foram feitas, como a existência das Terras Distantes