Cap 13

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    Não quero acreditar. Isso não pode ser possível. Esteve todo esse tempo debaixo do meu nariz?
— Mary, você conhece essas pessoas?
– N-não. Quer dizer, sim. A mulher. Fiquei na taverna dela quando estava indo a Velour. Foi lá que conheci...
— Conheceu quem?
— Tom. Foi lá. Acho que eles já se conheciam. Tom e Pearl. Você acha que...?
— Que ele sabia? Com certeza não.
— Como tem tanta certeza?
— Mary, Bill mataria qualquer um que ousasse encostar em um fio de seu cabelo. — olho para ele, incrédula — até mesmo seu próprio irmão.
Depois de um tempo, digo:
— Não vou voltar com você, se é isso que está pensando.
— Não vim pra te levar de volta. Quer dizer, você vai ter que voltar comigo, mas depois de resgatar Georg.
— O quê? Você disse que ele não sabia.
— Menti. Bill mandou que eu viesse com você pra salvar seu primo.
     — Certo, vamos com isso, então.
      Descemos da árvore e seguimos para os cavalos.
     — Qual o plano, espertão?
     — Quer ir sozinha, vai. Levo tua cabeça pro Bill.
      Levantei as mãos, como rendimento.
     — Certo — ele diz e é como se um cenário passasse na minha cabeça.
     — Dante, o que es...
     — Estou na sua cabeça. Essa é a visão do castelo.
     — Você tem a persuasão?
     — Não, na verdade só seus bloqueios estavam abaixados. Qualquer um pode entrar na sua cabeça, sendo persuasivo ou não. Não posso influenciar suas escolhas, mas posso transmitir o que penso ou sentir.
     — Isso é legal, hein.
     — Ta, agora presta atenção.
    Um cenário se passa. As masmorras do Castelo. Deuses. Ele está em um calabouço no subterrâneo. Está escuro e posso até sentir o cheiro de umidade. Vejo 5 guardas na porta. E é como se o pensamento virasse fumaça.
    — Espera. Como sabe disso? Você precisa ter ido lá.
    — E fui. Quando você estava apagada pelo Cardo.
    — Ah.
    — Eu acessei pelos fundos. Não há guardas por lá. Mas podemos ir pelos túneis.
   — Túneis?
   — Não conhece sua própria cidade, caçadora. Que lástima.
   — Me leve até lá. Me leve até os túneis.

Algumas horas depois...

Como você sabe sobre aquilo ali — aponto em direção dos túneis — mas eu não?
— Ninguém vem pra esse lado da floresta, caçadora.
— Hayes não permite que ninguém venha aqui. O deus toma conta da floresta e arranca os dedos de qualquer um que ousar entra-la.
— Espertinha. Vem, por aqui – ele passa por uma descida e estende a mão para me ajudar.
— Isso fede.
— Quando vim aqui tinha um cervo morto, próximo desse túnel. Deve ser isso.
Caminhamos pelo túnel escuro e úmido, ouvindo barulhos de ratos e morcegos passando por nós. Estava com o arco e flecha posicionados.
— Você não vai usar nada? — pergunto à Dante. Ele mostra anéis pontiagudos nos nós dos dedos — Certo, eu quero um desses.
— Incrível, né.
Ouvimos passos em nossa direção, apurei a visão e vi que haviam dois guardas, à paisana.
— Consegue ver eles? Seus olhos são maneiros.
— Valeu. Vou pela direita, fique com a esquerda.
Rapidamente guardei o arco e flecha e tirei a adaga da bainha, empunhando a mesma próximo ao meu rosto e a outra mão à frente. Ao sentir a pele, não pensei duas vezes. Cortei a garganta do guarda.
— Tudo bem aí? — Dante pergunta, limpando sua mão no lenço vermelho em sua cintura e ele pega um pedaço de tocha apagada.
— Sim. Pra que isso?
— Tem tochas um pouco mais à frente, nas no calabouço não.
Continuamos até ver as tochas que Dante havia falado.
— Qual é a do lenço na cintura?
— Minha linhagem era de Piratas. Vyllás. Meu pai era um vampiro. Tinha um navio, o Dark Bones. Minha mãe era mortal, mas se transformou quando estava grávida. Era de risco, então meu pai deu o sangue à ela. Meredith e Aspen. Aspen Lennox.
— Deuses. Eu sabia que reconheci o nome do navio de algum lugar. Meu pai me contava essa história para dormir, eu achava que era lenda. Ele dizia que haviam sereias.
— E haviam. Lachlan. É lá onde vivem. O nome da sereia era Maisiè. Maisiè Talai.
— Isso. – me sinto nostálgica ao lembrar da história — Você é Dante Vyllás. O filho escondido, amado pelos deuses e odiado por humanos.
– Tem uns 3 dias que nos conhecemos e só se deu conta do meu nome agora? Quantos Dante você conhece?
— Só você.
— Que coisa, não?
Deveria ter reparado em suas roupas. A blusa branca e o lenço vermelho em sua cintura. As botas, o anel pontiagudo, As argolas nas orelhas, e outros anéis dourados.
— Se continuar me olhando assim, terei que ter uma conversinha com Bill sobre a garota dele.
— Eu não sou a garota dele.
Ah, você é. Já ouviu falar em par?
— Quê?
— Par, parceria, corações iguais ou só 2 meios.
Olho para Dante sem entender. Chegamos ao final do túnel, dentro do corredor da masmorra. O ar fétido invade minhas narinas, fazendo arder os olhos.
— Vamos acabar essa conversa depois — tampo o nariz — qual era a cela?
— Uma das últimas. Tem uma cela aberta um pouco a frente, vamos para lá e você apaga os guardar com a flecha.
— Tudo bem.
Dante foi à frente, estava com o arco e flecha já posicionados quando ele apontou. No mínimo quatro guardas. Atiro a primeira flecha e recuo. Ouço o barulho de que acertou o alvo e sussurros dos outros guardas. Posiciono outra flecha. Atiro.
— Isso é bem excitante.
— Se controle, Piratinha.
Dois guardas restantes nos vê e vêm em nossa direção. Dante dá conta dos dois. Guardo o arco e empunho a adaga.
— Georg? — chamo-o baixinho. — e se ele não estiver aqui? Georg!
— Aqui — uma voz abafada responde no final da cela.
Corro até lá. Georg está preso nos pulsos com correntes pontiagudas, que conforme ele se move, abrem feridas. Deuses. Corro até ele.
— Mary...
— Não, não... não fala, poupe-se.
Dante arranca as duas algemas num piscar de olhos. Carregamos Georg até a entrada.
O caminho estava estranhamente livre, passamos pela floresta e fomos andando até os cavalos. O dia já tinha anoitecido, então paramos e fizemos uma fogueira. Georg comeu uma maçã e dormiu, coloquei uma coberta em volta do mesmo.
Eu e Dante estamos em volta da fogueira.
— Tem alguma coisa errada.
— O que foi? Está tudo bem? — Dante pergunta.
— Saímos facilmente de lá. De um castelo com um prisioneiro.
— Sinto a mesma coisa.
— Eles vão planejar alguma coisa e sinto que não estamos preparados para isso.
Dante suspira diante do meu comentário.
— 2 meios?
— O quê?
— O nome que disse.
— Ah, é. 2 meios. Duas metades de um só coração. Isso só acontece com vampiros.
— E o que isso quer dizer?
— Você e Bill. Deveria acontecer, os deuses escreveram. Dois meios e um coração inteiro. Um par.
— M-mas...
— Ele daria a vida por você. Pode temer os quatro mares e os próprios deuses, a única pessoa que nunca deverá temer é o Bill Kaulitz. Fique com ele e estará protegida. Você é o laço dele.

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Pain Of Love - 1ª TEMPORADAOnde histórias criam vida. Descubra agora