Minsung - Os gatos vêm primeiro

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Naquela manhã ensolarada com brisa suave, nuvens branquinhas e fofas espalhadas pelo imenso céu azul, Lee Min-ho acordou mal humorado. Acabou perdendo algumas horas de sono trabalhando até tarde para tentar adiantar o serviço e aquele era o resultado, dor de cabeça, mal humor, cansaço e uma vontade enorme de não levantar da cama. Infelizmente aquela não era uma opção, afinal, ele era o Ceo e sem ele as coisas não andavam.

Com o rosto amassado entre os travesseiros ele abriu um olho de cada vez de forma lenta murmurando palavras desconexas do puro descontentamento que estava sentindo. Um sorriso ensaiou aparecer em seu rosto no momento em que ouviu um miadinho, era sonnie, um de seus bebês.

— Bom dia amorzinho, veio me ajudar a levantar ? - sorriu acariciando a orelhinha fofa.

Sim, Lee Min-ho era pai de pet,  três lindas gatinhas para ser mais exato. Sonnie, Doongie e Dori tinham o pai mais babão de todos, ele fazia tudo por elas, não seria eufemismo dizer que as mimava até demais. As gatinhas levavam uma vida muito mais confortável do que metade da população do planeta e não, não estou exagerando. Possuíam quarto próprio e o apartamento inteiro era "gratificado" (adaptado para gatos) também tinham festa de aniversário, rotina de skincare e idas semanais ao spa e pet shop, os veterinários as atendiam em casa para evitar o estresse, refeições diversificada preparadas por um chef especialista que o Lee chamava mensalmente e deixava no freezer que também era delas.

Nenhum ser humano vivo recebeu uma quantidade de carinho equivalente vinda de Min-ho e se dependesse dele, aquilo nunca mudaria. Era mais que feliz com suas filhas e não havia espaço em sua vida para mais ninguém.

Como todo os dias, após levantar, desejar um bom dia a cada uma delas e lhes servir o café da manhã. o empresário faz sua higiene pessoal e deixa para fazer o próprio desjejum em uma cafeteria próxima de sua casa, que era a sua favorita em toda a cidade. A cafeteira era pequena, mas muito  aconchegante e confortável, fora o ótimo atendimento que a deixava ainda melhor.

— Olá, bem vindo de novo senhor Lee. – O atendente sardento falou animado com um belo sorriso no rosto

— Bom dia, Felix.

— Bom dia, senhor lee. Vai querer o de sempre?

— Sim, por favor.

Outro detalhe que Minho adorava nessa cafeteria é que ela é silenciosa, o ambiente perfeito para quem não gosta de ter sua paz perturbada.

— Aqui está, um café forte sem açúcar e um brownie com massa de cacau cem por cento, bom apetite. – deu um outro sorriso amigável para o mais velho e saiu logo em seguida para não mais  incomodá-lo.

— Obrigada Felix.

Minho estava tão concentrado em degustar seu café da manhã, que nem ao menos prestou atenção quando o típico sino da cafeteria tocou indicando a entrada de um novo cliente. Não que ele fosse se importar com qualquer um que tenha entrado, entretanto se ele tivesse prestado atenção poderia evitar o evento que aconteceria a seguir.

— Lee Minho? Uau que coincidência – um garoto de bochechas grande falou se aproximando.

Droga, e lá se vai o seu café da manhã calmo e silencioso.

— ah, oi senhor… – fez uma pausa tentando se lembrar do nome do rapaz.

—  Han Jisung, mas só me chama de Jisung, sem o senhor,  por favor, sou muito novo para ser chamado de senhor. 

— Sim, claro Jisung. E o que faz aqui?

— Ah…tomar café, essa é minha cafeteria preferida na cidade.

— Curioso, nunca te vi por aqui.

— O senhor vem sempre aqui?

— Todos os dias

— Talvez nossos horários não tenham batido, mas agora nos encontraremos com mais frequência

Jisung era cínico e um excelente mentiroso. A verdade era que ele e Christopher já haviam estudado toda a vida do Lee, sabiam onde ele morava, lugares que frequentava, quem eram seus amigos, sua agenda, em resumo, sabiam tudo, inclusive o que ele comia no café da manhã. Algumas semanas atrás, o Han passou a frequentar aquela cafeteria em horários diversos, inclusive quando Minho estava lá, para quando se vissem a primeira vez ele tivesse a leve impressão que já o viu antes e ter mais simpatia por si, tudo era previamente pensado para o plano dar certo.

— Aqui está, Hannie, um café sem açúcar, um brownie com massa de cacau cem por cento e cheesecake de morango, bom apetite - também não poderia copiar cem por cento do pedido né, ficaria muito na cara.

— Muito obrigado Lix - E é claro que já havia conquistado a simpatia de todos os atendentes do local.

— Wow! Nosso pedido é bem parecido

— Sério? Eu nem reparei - sorriu — Temos muito em comum, senhor Lee

— É…parece que sim  - Minho sempre foi desconfiado, não acreditava no acaso ou coisas do tipo, mas aquele garoto era diferente, ele tinha algo curioso e queria saber no que ia dar. — Com o que trabalha, jisung?

— Investimentos

— Ah é? Que interessante. E como vão os negócios?

— Muito bem, estou investindo em algo muito promissor recentemente.  - Deixou escapar um meio sorriso. Se Minho soubesse que ele era o investimento... Aiai — Eu não posso dar muitos detalhes, é  confidencial, mas é algo grande que vai me ajudar a ter um futuro melhor

— Isso é fantástico. Em que área você investe?

— Da música mesmo, recentemente eu comecei a investir na futura carreira de um jovem promissor.

— Sério? Isso parece incrível, e essa pessoa que você está investindo, trabalha em qual área da música? – falar sobre qualquer coisa relacionada ao seu ramo de negócios, deixava Minho animado.

— Podemos dizer que ele é bem versátil, sua voz é realmente incrível, eu costumo o chamar de cantor absoluto, sabe?

— Interessante… Você tem algum material do trabalho dele?  Eu adoraria vê-lo, depois dessa propaganda toda acabei ficando genuinamente curioso.

— Tenho alguns vídeos aqui… Se o senhor estiver com tempo posso mostrar, se não podemos marcar de nos encontrarmos depois

— Hum.. é por isso que está aqui tomando café comigo? Quer uma chance pro seu garoto?

— Ah, não, não. Foi realmente uma coincidência encontrar o senhor aqui, mas também não posso perder a oportunidade né.

— Você é esperto.

— Eu diria que apenas sei aproveitar as chances que o universo me proporciona.

— Está certo, é essa coragem que separa os profissionais dos amadores.

— Então podemos marcar uma data?

— Sim podemos, só me diz os dias que você tem disponíveis para marcarmos o melhor dia para os dois.

— Bom, eu tenho preferência pela manhã, é mais tranquilo e posso encaixar um compromisso mais fácil.

— Perfeito, geralmente o horário que eu tenho disponível são as manhãs.

— Parece que vamos nos dar muito bem. Aqui o meu cartão, pode me ligar

— Obrigado Jisung, bem eu vou indo, prometo te retornar em breve para falarmos sobre seu garoto, tenha um bom dia senhor Han. – Minho levantou da cadeira onde estava sentado e foi até o caixa pagar sua conta. — Bom trabalho para você, Felix!

— Igualmente senhor Lee.

Jisung continuava indo muito bem em seu plano, isso era inegável. Pois modéstia a parte seus golpes sempre funcionavam, e é óbvio que esse não será diferente, talvez só um pouco mais complicado já que Minho parecia estar sempre desconfiado de algo, mas nada que um pouco de tempo e paciência não pudessem resolver.