Blood

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A comida parou na garganta de Katsuki, o ar faltou-lhe e sua mente só pensava que precisava sair dali o mais rápido possível. Aquele cara realmente queria seu sangue? Então aquilo que bebia... era realmente sangue.

Bebeu o suco em seu copo, tossiu várias vezes, tentou recuperar o ar e passou uns minutos tentando raciocinar aonde tinha se metido. Depois de recuperar o fôlego, e olhar novamente para o ruivo esperando que fosse piada e vê-lo totalmente sério parou e ajeitou-se na cadeira.

- Pera... é sério isso? - Kirishima apenas concordou com a cabeça.

- Parece loucura, e é, de certa forma mas... bom, sendo totalmente direto e sem rodeios: sou um vampiro.

Katsuki começou a rir, tanto de nervosismo quanto de desespero. Aquele cara era maluco? Mais uma vez viu o ruivo quieto e sério, então resolveu calar-se, mesmo achando aquilo papo de doido.

- É sério isso cara?

- Difícil de acreditar né? mas não estranhou eu simplesmente estar bebendo sangue enquanto tem uma mesa repleta das comidas mais gostosas inventadas pelo ser humano? Não encostei em nada, e as janelas são todas fechadas e com cortinas pesadas para que nenhuma fresta de luz passe por elas, o morcego que passou por você quando chegou era eu, e se quiser que eu dê uma de Edward de crepúsculo e vá para o sol brilhar e te mostrar a verdadeira face de um monstro eu não vou fazer isso, pois acho vergonhoso.

Katsuki segurou o riso quando Eijirou citou crepúsculo. Ainda desacreditado na história maluca que lhe era contada, mas fazendo mais sentido ser um vampiro do que simplesmente um maluco Pelo menos era nisso que Katsuki preferia acreditar. Melhor um vampiro do que um psicopata que bebia sangue por prazer.

Mas isso não queria dizer que aceitaria aquele contrato maluco. Não. Só não.

- Quando diz sobre querer meu sangue toda semana, você iria morder meu pescoço ou tirar meu sangue de outra forma?

A famosa frase "a curiosidade matou o gato" sempre foi repetida a Katsuki, mas quem disse que ele dava ouvidos a isso?

- Eu iria te morder, obviamente. - Kirishima disse como se fosse algo de senso comum.

- Ta..., e quando eu ganharia?

Veja bem, Bakugou não pretendia aceitar, mas gostaria de saber todos os termos disso antes, apenas a cunho de curiosidade. Estava precisando de abrigo, comida e dinheiro, mas isso ele conseguiria resolver sem precisar ter que aceitar um acordo maluco com um cara mais maluco ainda que se dizia ser um vampiro.

- O quanto quiser. - O dar de ombros do ruivo deixou muito mais que claro que dinheiro não era o problema, e isso instigou Bakugou.

- Moradia, alimentação e um salário a meu gosto só para que você morda meu pescoço? - Um riso frouxo saiu dos lábios de Bakugou.

- Exatamente. Sempre que eu sentir fome, você me deixará morde-lo, em troca ganha todas as regalias que quiser.

- Cara, você é maluco. - Bakugou riu e bebeu todo o suco em seu copo. - Obrigado pela comida, o banho e por me deixar passar a noite mas amanhã cedo estarei indo. Com licença. - Kirishima apenas concordou com um aceno de cabeça positivo

- As portas estarão sempre abertas. - O ruivo disse educadamente e observou Katsuki sair da sala de jantar.

Tentativa falha, mas valia a intenção, ele tinha sido o único ser humano a pisar naquela casa a décadas, na verdade, a séculos. A séculos que ninguém além de Kaminari visitava aquela casa, e Eijirou preferia assim. Havia se cansado de ter amigos e relacionamentos que sempre terminavam em morte. Relacionamento era uma palavra que havia saido de seu vocabulário a muito, muito tempo e ele não queria e nem tinha pretensão que voltasse.

Ter aquele garoto em casa era mais por uma opção de prazer, sentia falta morder pessoas por ai, mas os tempos mudaram e se quisesse sair em caçada era muito provável que acabassem o descobrindo. Seu medo não era ser descoberto como um vampiro, até porquê sabia que ninguém acreditava em tais coisas nos tempos atuais, mas sim ser preso. Poderiam denunciá-lo por alguns crimes que foram adicionados a nova continuação federal desde a última vez que lembrava-se de participar de uma dessas reuniões e não tinha pretensão de encarar um juri.

***

Bakugou deitou-se na enorme e macia cama de docel, pensando sobre a roubada que se meteu. O sono foi se fazendo presente e acompanhado do jantar recheado foi tornando o loiro mais próximo da deliciosa inconsciência do sono, seus olhos foram fechando e seu corpo já dava sinais de cansaço pelo dia cheio de emoções.

O sono de Katsuki tinha sido tranquilo, sem sonhos, sem acordar no meio da madrugada. Apenas o sono dos justos em uma cama muito confortável.

It's ok have a deal with a vampire, right? - KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora