We have a deal

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   Sem luz natural na casa, sem sinal do sol, e sem sinal de qualquer vestígio de um certo ruivo que se dizia um vampiro. Katsuki levantou-se consideravelmente cedo, no display do celular marcavam apenas 7 horas da manhã, mas as poucas horas de sono que tivera foram o suficiente para que sentir-se revigorado. Estava vestido com suas roupas que tinham secado durante a noite e havia pegado seu único pertence: seu celular. A casa estava as escuras, sem nenhum sinal de que era dia lá fora e sem sinal de qualquer habitante, Bakugou saiu pela mesma porta que entrara na noite anterior, ouvindo o mesmo barulho das dobradiças enferrujadas. Deixou o lugar dando uma última olhada ao recinto que por fora era horrendo, mas de uma beleza magnífica por dentro.

Voltou a cidade com um plano em mente, odiara esse plano, mas era tudo que tinha.

Bateu na porta de Deku as 9 horas, e no exato toque da campainha um rapaz alto de cabelos metade vermelhos e metade brancos abriu a porta.

— Ele está preocupado com você desde ontem. — A voz grave de Shoto Todoroki era acusadora.

— Imaginei. — Bakugou passou pela porta sem ligar para um convite e foi até a cozinha onde sabia que encontraria quem estava procurando.

Um rapaz pequeno, de cabelos verdes e bagunçados estava de frente para o fogão cozinhando uma torta que cheirava muito bem. Ao ver o loiro entrando na cozinha o de cabelos esverdeados sorriu aliviado e foi de encontro a Katsuki o abraçando, gesto esse que o loiro retribuiu timidamente.

— Onde esteva? Por que não veio pra cá? 'Tava preocupado com você Katchan, você pegou chuva ontem? — Os questionamentos vieram rápidos, um atrás do outro e com um olhar preocupado.

— Eu tô bem Deku, larga de ser chato — Resmungou e sentou-se no banco a ilha da cozinha.

— Eu estava preocupado, isso não é ser chato. Aquela foi a pior chuva que teve em décadas e você simplesmente sumiu! Liguei pra sua casa e a tia disse que você tinha saído sem nem dizer onde ia! Ela também estava preocupada sabia?

— Não ligo. — A voz seca indicava claramente o desgosto do loiro ao se referir a mãe.

— Não é assim que funci-... — O esverdeado foi interrompido pela voz seca e carregada do loiro

— Eu contei a ela que sou gay Deku, e ela não reagiu nada bem. Ela me xingou de todas as coisas que você pode imaginar, me disse coisas absurdas, coisas que ninguém merece escutar nem a pior das pessoas. Então eu espero que nunca retorne a mencionar aquela mulher perto de mim, por que ela foi tudo nesse momento, menos uma mãe.

O olhar raivoso de Katsuki fez Midorya calar-se e engolir todo o sermão que tinha preparado para o amigo. Sem saber o que dizer, ele serviu um pedaço da torta de chocolate que havia acabado de tirar da geladeira.

— Coma. — Disse sentando-se no banquinho ao lado do loiro.

Katsuki apenas concordou com a cabeça, pegando um pedaço e o comendo, Deku fazia as melhores tortas e doces que ele conhecia e com essa não era diferente.

— Preciso de um emprego. — Disse colocando mais um pedaço na boca.

— Fique aqui enquanto procura por um. Vou procurar saber quem está contratando, e marco uma entrevista para você. — Izuku disse já pensando em algumas possibilidades.

— Obrigado, otário. — Sorriu levemente comendo todo o pedaço da torta e pegando mais um em seguida.

Duas semanas se passaram. Duas semanas onde Katsuki teve algumas poucas entrevistas de emprego que não foi chamado. A cidade era pequena, não conseguiria nada com os pequenos comerciantes da região e tudo parecia ir por água abaixo nessas duas semanas que passaram voando. Sentia-se incomodado em permanecer morando com Midorya e Todoroki, por mais que Deku deixa-se claro que não era incomodo, para ele era. Odiava sentir-se dependente de alguém, principalmente de Deku.

It's ok have a deal with a vampire, right? - KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora