"É um momento em que o espírito de alguém está subjugado e triste, sem saber porquê; quando o passado parece uma desolação varrida pela tempestade, a vida uma vaidade e um fardo, e o futuro apenas um caminho para a morte."
- Mark Twain.
O Natal trouxe consigo evidências novas e contundentes de quanta luta Hermione tinha pela frente. Na manhã de Natal, ela entrou na sala dos professores bem cedo, esperando chegar lá antes de todo mundo, e examinou a sala; os elfos domésticos haviam empilhado os presentes de cada professor ordenadamente em sua cadeira habitual. Ela ficou triste, mas não surpresa, ao notar que a única cadeira sem nenhum embrulho era a cadeira do canto de Severus. Ela realmente havia comprado um presente para ele, depois de semanas de debate interno consigo mesma, mas ser a única a lhe dar um presente seria, de certa forma, mais humilhante do que se ninguém o fizesse.
Preparando uma xícara de café para si mesma, ela ficou surpresa quando a próxima pessoa a entrar foi o próprio Severus. Reunindo suas forças, ela o cumprimentou com alegria. "Feliz Natal, Severus." Ele resmungou vagamente em resposta e foi se servir de seu próprio café. "O que o traz aqui?"
"É um dia de festa", rosnou ele em sua voz matutina, várias oitavas mais grave do que o normal. "Fui ordenado a ser sociável." Examinando as cadeiras, todas empilhadas com pacotes de cores vivas, exceto a sua, ele fez uma careta cansada e foi se sentar.
"Acho que você não está surpreso", comentou ela com cautela. "Era sempre assim?"
"Não exatamente. Dumbledore geralmente me dava alguma coisa. Sempre de mau gosto e normalmente inútil. Mas ele era o único, e eu sempre desejei que ele não o fizesse. Há um número limitado de maneiras de destruir meias chamativas."
Feliz que ele pudesse brincar com isso, mesmo que tivesse mais do que uma pitada de humor ácido, ela sorriu levemente e tirou a pequena caixa do bolso. "Espero que isso não seja de mau gosto nem inútil. Eu ia deixá-la em sua cadeira até entrar na sala."
Foi mais uma daquelas raras vezes em que ela o pegou totalmente desprevenido. Depois de um momento que durou tempo demais, ele se livrou de seu estado de espírito congelado e, com muita cautela, pegou o pacote como se esperasse que ele o mordesse, olhando para ele com uma expressão ilegível. Pouco antes do momento em que ela o teria levado a fazer alguma coisa, ele se mexeu e procurou no bolso, desenterrando uma pequena bolsa de tecido e jogando-a para ela. Surpresa, ela se atrapalhou ao pegar a bolsa e quase a deixou cair.
"Não se empolgue", ele a advertiu de forma sarcástica, parecendo mais com o seu eu habitual. "Não é para você."
Desconcertada, ela virou a pequena almofada em seus dedos; parecia estar recheada com folhas secas. Hermione cheirou-a com cuidado e sentiu os lábios se curvarem em um sorriso ao olhar para ele. "Catnip, Severus?" Ela tentou abafar o sorriso e tentou usar uma voz severa. "Eu desaprovo o uso de drogas recreativas." Ele bufou baixinho, e ela perdeu a batalha para permanecer séria. "Bichento, no entanto, não. Em nome dele, eu lhe agradeço. Agora abra seu presente antes que todos os outros apareçam."
Ela havia pensado muito sobre o que dar a ele. Qualquer coisa muito pessoal o deixaria desconfiado ou o faria se fechar ainda mais em sua concha; qualquer coisa muito impessoal era inútil. Nada caro, caso ele achasse que era uma obrigação; nada barato, caso fosse um insulto. Isso foi antes de ela tocar nos gostos e opiniões pessoais dele. Em suma, ela levou semanas para encontrar a solução, e agora esperava fervorosamente que tivesse adivinhado corretamente.
A conversa que tiveram do lado de fora da caravana sobre o fumo foi a inspiração. Ela havia comprado um novo isqueiro Zippo para ele; o antigo era simples e parecia ter passado por uma britadeira. Esse tinha suas iniciais em relevo em um dos lados, com o S duplo em destaque. Ele o girou muito lentamente em seus dedos, como se não tivesse ideia do que era.
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Post Tenebras, Lux | Sevmione
FanficUm encontro casual dez anos após a guerra pode não ser apenas uma coincidência e pode ter consequências de longo alcance. Uma história de muitas coisas, mas principalmente de cura. [Esta é uma tradução autorizada."Post Tenebras, Lux" do autor(a) LOT...