03 - Opostos (Revisado)

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Capítulo 03 - Opostos

Tudo oque ela falava,ele parecia ouvir,parecia prestar atenção,um ótimo ouvinte,e também ótimo observador,gostava de como ela se sentia a vontade com ele,ambos sempre foram tão diferentes,Ciel sempre foi tímido, não gostava de ter contato e nem nunca gostou muito de longas conversas,mas quando era com a sua Opheretta,ele fazia questão,fazia questão de fazer perguntas,apenas para ouvi-la falar mais,ouvir sua voz suave, confortável,mas ao mesmo tempo animada e inquieta,falando sobre inúmeras coisas diferentes ao mesmo tempo.
Diferente dele,ela era extrovertida,gostava de conversar,sempre foi expressiva, não sendo capaz de esconder oque sentia, deixava claro suas emoções,seus sentimentos.

Era incrivelmente facil ler a garota,que desde nova tinha o dom de animar as pessoas em qualquer lugar que ia.

Queria ter essa parte dela,ela por outro lado queria ter essa parte de Ciel.

Quando se é muito expressiva muitas vezes pode acabar com seu coração partido.
Como você é sempre legal é muito facil pisarem em você,coisa que Ciel nunca deixa acontecer,sua confiança em tudo oque fazia,sua confiança em si mesmo impressionava,ele sabe que é o melhor.

E mesmo depois de tanta desgraça,ele continua aqui.

Mas mesmo assim isso não parece ele de verdade,ele na verdade está fingindo ser outra pessoa,outra pessoa que já se foi.

    Perambulava pela mansão, não saindo da vista do mordomo, há muitos anos - Três anos mais ou menos - Não andava por essas bandas,lembrava que quando era criança,admirava as fotos em família da mansão,sim de fato,a família Phantomhive era muito bonita de se ver,na vida real e em fotos,uma família amorosa e unida,coisa que ela nunca pôde ter.

    Hoje em dia não havia mais nenhum quadro em família,ela o entende,depois de ver seus pais mortos claro que não suportaria ter que passar pelos corredores e dar de cara com seus rostos todos os dias.
   Mas ao mesmo tempo ainda era estranho para Julietta,uma casa que antes era coberta de aconchego e boas energias,agora carrega um peso tão grande e melancólico daquela fatídica noite.

Do outro lado,Sebastian cochichava alguma coisa no ouvido de seu mestre.
― Uma menina bem bonita,mal chegou e todos já estão prestando atenção nela, até mesmo Bardroy. ― Falou,e os dois se voltam para o mesmo que também cochichava algo para Finnian, enquanto olhava para a mesma.

― Escute,fique de olho nela,Ophera pode ser curiosa demais as vezes. ― O Azulado da a ordem,ignorando o comentário de seu mordomo.

― Ophera? que nome diferente... ― Sorriu educado.

― Julietta. ― Suspirou. ― Este é seu nome,eu nem sei porque ainda a chamo por esse apelido idiota... ― Massageou as temporas. ― Apenas não deixe-a cheretar demais.

― Cheretar o'que? ― Assustou o baixinho.

― AH! ― Deu um grito um tanto afinado mas logo se recompôs. ― Sua... não me assuste dessa forma...céus!!!

― Desculpe querido,gostaria de ir a biblioteca. ― Desculpou-se porém rapidamente mudou de assunto.

― Biblioteca? ― Se afastou por ela estar perto demais.

― Sim,faz tempo não é?gostaria de relembrar tudo,sei que é bem ocupado então irei sozinha certo? Certo!

Imediatamente deu as costas para ir, porém Ciel segura seus ombros de forma educada.

― Opa,espere,pra quê a pressa? Faz tempo que esse cômodo não é aberto,deve estar lotado de poeira,Sebastian, vá limpar.

― Yes my lord. ― Acena para ambos os dois e então "desaparece".

― Não irei ler lá dentro,somente gostaria de procurar um livro. ― Virou-se para ele.

― Sei que não mas deve se manter limpa! Eu devo subir e voltar ao trabalho agora, então trate de se comportar.

Sorriu debochada.
― Não sou criança. ― Seus olhos se encontram por um momento. ― Solte meus ombros.

Ele imediatamente as solta sentindo novamente suas bochechas corarem pela segunda vez ao dia.
― Veja bem,somos bem mais maduros agora, não precisa mais tentar me proteger sempre certo?

― Eu sei, não estou tentando te proteger nem nada,só não quero que fique com problemas.

Bem,essa é a propria definição de
proteção.

[...]

Estava esfriando e o céu estava mais nublado que o normal,iria chover.

Terminava de rever alguns papeis que havia assinado,teria de se encontrar com Lau para negociar novamente a exportação de açucar de qualidade para seus doces,fora o algodão para as pelúcias,as crianças podem ser inocentes,mas não burras,infantes gostam de pelúcias bem fofinhas de apertar e de uma ótima aparencia,infantes gostam de guloseimas bem açucaradas.

Ele como um infante,é o primeiro a compreender essas coisas e é por isso que a empresa Funtom vai tão bem.

Mais um de seus dons,ser bom em tudo oque faz desde já.
Impecável como sempre,fazendo jus ao sobrenome Phantomhive.

   Escrevia uma carta a Lau quando então nota que havia muito silêncio em sua residência,claro,onde ela está,sempre haveria barulho,ou de algo se quebrando ou de risadas,conversa,mas não, está quieto demais.

Oque ela estaria fazendo?

Negou com a cabeça diversas vezes.
Concentre-se.

Rapidamente escrevia,checando sempre se sua caligrafia estava boa ou se havia errado alguma palavra.
Chato, monótono,como sempre.

Termina de escrever,e então,cuidadosamente fecha a carta,a selando com o simbolo da sua família,perfeito.

― E-ei,Senhorita Bukater,e-esta chovendo aí fora não pode ler aí,entre para dentro!
― Pode ouvir os gaguejos de Mey-Rin,fazendo com que o mesmo se virasse para a janela.

   E então notou uma cabeleira loira sentada na grama, não se importando se iria sujar seu vestido,ela lia um livro qualquer enquanto estava completamente dispersa ao seu redor, provavelmente nem ouvindo a voz da rosada.

Estava chuviscando lentamente,molhava seus cabelos longos,seu vestido,e até mesmo um pouco do livro,Ophera não parecia prestar atenção em nenhuma dessas coisas.

Ele a observava de longe, não mudou muito,Opheretta continuava encantadora como sempre foi,isso o frustrava.

Distraída,ela vira uma página,e então olha para Mey-Rin finalmente.
― Xiu moçinha. ― Exclamou para a criada,que ficou confusa. ― Estou no meu momento de leitura!

Sem palavras,Mey-Rin fica em silêncio,indignada.
E então ela volta a ler como se nada tivesse acontecido.

Por isso estava tão quieta,o único momento que consegue ficar em silêncio é quando vai para seu mundo em meio as páginas.

Lança um sorriso indescritível para ele,pois já sabia que ele a espionava pela janela,e então acena.

Ele imediatamente desvia o olhar constrangido.

Opheretta = Pequena Ópera ou pequena amante da Ophera.

Kuroshitsuji - Pretty Sweet Charming [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora