capítulo dois- limpeza

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— Bem, hm.. café? — Estendeu a caneca de café. Draco pareceu sair dos seus pensamentos, já que seu corpo deu um leve espasmo assim que ouviu a voz grossa do Auror. O loiro acenou em concordância, suas mãos envolveram a caneca quente. — Ah.. eu não esperava por isso, confesso. — Murmurou, arrastando a cadeira para trás com uma caneca vermelha em mãos. O Potter coçou levemente seu queixo, bebericando o café.

Ele não sabia o que falar.

Os olhos verdes oscilavam entre o líquido marrom quente que debatia sobre as paredes redondas da caneca vermelha e o bruxo de feições delicadas e pele pálida em sua frente. Harry ficou em silêncio, sua mandíbula tensionada enquanto bebericava o café com os lábios ressecados, seus olhos deslizavam por todo o corpo do homem em sua frente. Fazia anos que ele não via Draco, desde a guerra, desde aqueles sombríos, cinzas e tristes dias.

Naquela época a mãe de Draco não deixou ele voltar para a escola. Malfoy terminou seus estudos em casa, no silêncio daquela mansão fria e vazia. Nunca mais perturbou Harry, e, com o passar dos anos, o Potter foi lentamente esquecendo o rosto bonito do seu "inimigo", ou até mesmo o sorriso malicioso que sempre esteve gravado em sua mente.

Draco estava diferente, muito diferente. Seu cabelo loiro quase platinado estava grande agora, enormes mechas loiras espalhadas pelos seus ombros magros. Suas feições pareciam mais delicadas, seu corpo estava esguio e atraente, os feromônios do omega impregnando as paredes da sala, deixando-o louco de excitação.

Harry teve que engolir seco. Remexeu-se inquieto no acolchoado da cadeira, deixou a caneca vermelha em cima da mesa. Seus dedos nervosos arrancaram um dos pelinhos da toalha de mesa.

Draco, por outro lado, continuou a tomar seu café em pleno silêncio, olhando para Harry com os olhos cinzentos e vazios. Nem parecia o mesmo Malfoy de sempre.

Harry conferiu o relógio mais uma vez. Cinco minutos atrasado para o trabalho, ótimo.

— Bom… — O moreno começou a falar, desviando o olhar. Deu uma batidinha na mesa com a palma da mão e levantou, olhando ao redor da casa. O bebê, Draco é a babá do bebê.

Mas a única coisa que passava na sua cabeça era: como caralhos Draco Malfoy havia se rebaixado ao ponto de virar babá de criança e ainda entrar em um site trouxa para ser contratado?

Eram tantas perguntas que sua cabeça ficou tonta. Sentir o cheiro doce de morango dos feromônios de Draco também não ajudava muito, deixava sua barriga com uma sensação estranha; como se alguém estivesse puxando suas tripas.

Deu graças aos deuses por tomar seus comprimidos anti cio todos os dias.

— Nem fala nada. — Draco balbuciou de repente, colocando a caneca em cima da mesa quando percebeu que o alfa iria abrir a boca para perguntar alguma coisa embaraçada. Ele não estava afim de contar toda sua trágica história que o levou para aquele site de babás. — Nem sobre o fato de eu ser ômega. — Piscou lentamente. Limpou a boca de café com um guardanapo jogado em cima da mesa, seus olhos focados na foto de um bebê pendurado ao lado da geladeira.

Harry piscou atordoado.

— Hãn.. — Chacoalhou a cabeça. Olhou para o relógio novamente, nove minutos atrasado! — Tá bom, eu tô atrasado. Tenho que trabalhar. — Cobriu o relógio com a manga do sobretudo e bateu levemente as palmas. O ômega levantou, colocando uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha.

Harry achou um pouco.. curioso a forma como Draco estava se comportando.

Ele tinha os ombros baixos, seu olhar sempre desviava quando seus olhos se encontravam com as orbes verdes do alfa. Ele parecia vulnerável.. e até mesmo submisso.

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