capítulo sete- arrependimentos

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Harry balançou o bebê em seu colo. James chorava alto, gritando com a boca aberta, os olhinhos apertados e as lágrimas deslizando pelas bochechas fartas.

— Não chora.. eu vou pegar o senhor elefante para você — Sussurrou com a voz trêmula. Harry deitou a cabeça do bebê no seu pescoço, a mão direita segurando a cabeça de James. Andou pelas ruas, o restaurante foi ficando mais distante assim que se aproximava mais do carro estacionado em frente à uma loja velha de quadrinhos. Usou a mão esquerda para pegar a chave no bolso de trás da calça, apertou um botão, o carro piscou, emitindo um som agudo. Abriu a porta do banco de trás e enfiou metade do corpo e colocou o bebê chorão na cadeirinha.

James continuava chorando, rios de lágrimas deslizando pelos seus olhos, passando pelas bochechas e derramando na roupinha rosa. Harry respirou fundo, odiava ver o filho chorando.

— Calma meu amor, já acabou.. — Passou o cinto no corpo gorducho. Esfregou a ponta do dedo indicador na bochecha macia, tentando fazer o filho parar de chorar. — Vamos para casa e eu vou fazer leite quente com morango por você ter se comportado — Fez um círculo imaginário na bochecha esquerda do bebê com o dedo indicador antes de se afastar e fechar a porta. Deu a volta no carro discando os números do melhor amigo no celular, abriu a porta e sentou no banco, escutando a linha tocar.

Colocou o cinto, fechou a porta e enfiou a chave na ignição. Arrumou o retrovisor, vendo o filho soluçando na cadeirinha com os olhos inchados. Mordeu o interior da bochecha assim que a ligação caiu na caixa postal.

— Porra.. — Tirou a mão do volante. Digitou freneticamente no chat do melhor amigo, quando acabou jogou o celular no banco ao lado. Olhou uma última vez para seu filho, sentado na cadeirinha, puxando o cinto com a mão esquerda. Ainda havia resquícios de lágrimas mas bochechas. Começou a dirigir assim que o bebê fungou, dando índice que começaria a chorar novamente.









Empurrou a porta de entrada com o pé, entrou aos pulos, balançando o bebê chorão nos braços. Fechou a porta com um chute, jogou a carteira e as chaves no sofá mais próximo, correu até as escadas, cantarolando uma música de ninar, tentando fazer James parar de gritar. Fechou o olho esquerdo atrás das lentes do óculos quando James gritou agudo novamente, a cabeça do moreno martelou.

— Papai já vai pegar o senhor elefante, James! Calma! — Balançou mais uma vez. E mais um berro saiu da boca pequena do bebê, seguido por um engasgo e mais um grito acompanhado por lágrimas. Abriu a porta do quarto de uma forma desajeitada, James já estava debatendo seu corpo, querendo sair dos braços fortes do pai. Só parou de chorar quando viu o pai chacoalhar o senhor elefante há alguns centímetros do seu rosto. Imediatamente parou de chorar, um sorriso abriu nas bochechas gordinhas e os olhos verdes brilharam. — Isso.. o senhor elefante.. — Colocou o bebê sentado no berço. O ruivo ergueu os braços, esperando a pelúcia.

Quando conseguiu rolou pelo colchão macio, abraçado com a pelúcia de elefante, tentando morder a tromba.

— Ufa.. — Passou a mão esquerda no cabelo, observando o filho com um meio sorriso. — Já passamos por muita emoção hoje. — Usou a mão esquerda para empurrar o corpo do filho com cuidado contra o colchão, obrigando-o a se deitar com as pernas para cima e o pequeno elefante apoiando em sua barriga. — Não me olhe assim.. — sussurrou. Puxou o cobertor macio para cobrir o tronco do pequeno. — Talvez tenhamos que sair mais tarde.. — Acariciou a bochecha esquerda. Os olhos verdes fixaram no rosto moreno, Harry sabia que os bebês não enxergavam muito bem até certa idade, James provavelmente via ele como um borrão deformado, mas sempre parecia prestar tanta atenção nele quando ouvia sua voz.

Ver aquele pequeno serzinho olhando para ele com tanta atenção doía no coração. A vontade era pegar aquele bebê gorduchinho e encher de beijos.

— Você é tão lindo.. — Afastou uma mecha da testa do pequeno. Um sorriso brotou nos lábios do moreno. — Não sabe quanto eu amo você — Deslizou o dedo da bochecha até o pescoço, onde fez círculos imaginários com a ponta do dedo, deixando James com as pálpebras pesadas. Harry suspirou assim que o filho deu os primeiros indícios de que cairia no sono ali mesmo. Obrigou seu corpo a se arrastar para trás, os dedos ainda segurando a barra de madeira daquele berço, até às juntas ficarem brancas.

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