Capítulo três

107 11 2
                                    

- Então, no fim não haverá nada, como devia ter sido. - Miguel termina sua apresentação orgulhosa.

- Muito bem, Miguel. - Metatron o prestigia. - Aziraphele, está quieto. O que achou do plano? - Chama a atenção de Aziraphele, que estava preso em seus pensamentos, quase não os escutava.

- Bom, e-eu... Eu achei... Divino? - Responde incerto. - Mas...

- Sim? - Metatron o incentiva a continuar.

- M-Mas é mesmo necessário...? Quer dizer, que no fim, os humanos... E a terra seja... destruída?

- Aziraphele, eu entendo que tenha passado tempo demais na terra. Principalmente, que estava sendo influenciado pelo demônio Crowley, mas agora está na hora de voltar a ser quem você é, e seguir os seus deveres. - Metatron o repreende. - Você, nós, somos muito maior do que eles, somos etéreos, no fim, só haverá nós quando vencemos.

- Sim. Está certo que sim...

- Que bom que está entendendo. Espero que Crowley não tenha o influenciado tanto. - Metatron se contenta com sua resposta. - Venha até minha sala conversar, tem algo importante que eu preciso falar com você.

- Certo, eu irei.

- Isso é tudo. A reunião está encerrada. - Todos os anjos se dispersão.

Aziraphele suspira seguindo para a sala de metatron, sem saber sobre o conteúdo da conversa que ele quer abordar.

Entraram em uma sala totalmente branca, onde havia somente uma mesa e uma cadeira.

- Sente-se. - Milagrosamente, uma poltrona verde escuro aparece na sala de frente a mesa.

Aziraphele se senta, se sentindo nervoso e ansioso.

- Você quer algo terráqueo para consumir? - Metatron pergunta e se senta na cadeira atrás da mesa.

- Ah, não... Obrigado. - Responde receoso. - Sobre o que gostaria de falar?

- Eu já ia chegar lá. Já que quer saber tanto, eu serei direto. - Metatron junta as mãos a sua frente. - Preciso que se livre do demônio Crowley.

- P-Perdão? - Aziraphele arregala os olhos surpreso e assustado.

- Com o fim do mundo próximo novamente, não posso deixar que alguém estrague tudo de novo. - Diz em um tom sério. - Os planos de Deus não devem ser interferido. Você sabe que tiveram sorte de terem escapado da punição anterior.

- E-Eu... Mas não será necessário, Crowley não irá interferir... - Aziraphele engole em seco.

- Aziraphele, Crowley ainda continua com aquela rebeldia de sempre, nem como um demônio ele consegue cumprir o papel como deve. A terra se tornou um objeto de afeto para ele. - Metatron se levanta e começa a rodear pelos lados, sendo seguido pelos olhos de Aziraphele, que estava se sentindo cada vez mais pressionando. - Se ele resolver interferir, será um grande problema. - Ele para e volta a olhar no fundo dos olhos de Aziraphele. - E só você conseguiria impedir-lo.

- M-Mas... O que quer dizer com... Com "Se livrar" dele? - Pergunta tentando conter seu tom de desespero.

- Bom, água benta deve servir. - Responde simplório.

- Água benta!? - Se assusta. - Mas isso... Isso o destruiria por inteiro...

- Isso. - Ele se senta. - Você é um arcanjo agora, certo? Ainda está do nosso lado ou não?

Aziraphele quase perde o ar, ele estava entrando em desespero, parece que estar dentro de uma caixa apertada, sem um mísero oxigênio.

- ...Eu- Eu estou...

- Sim? - Ergue uma sombrancelha questionadora.

- E-Eu estou do lado do céu... - Suspira ao responder. Seu coração se aperta só por suas palavras.

- Ótimo! Tem o máximo de 48 horas terráquea para fazer isso, quanto antes melhor.

- Mas, n-nós somos os bonzinhos, não matamos... Eu nunca...

- Você irá aniquilar um demônio, isso não é o que fazemos?

- É... É claro. - Força um sorriso. - Mas...

- Então já pode ir. - Metatron o interrompe. - Falta pouco para o plano de Deus ser executado, espero que você esteja do lado correto. Eu ainda tenho fé em você.

- Então, eu já vou indo... - Aziraphele se levanta e a poltrona desaparece em sincronia. - Até logo.

Quando ele retira, sua respiração volta a funcionar como se estivesse a segurando sem perceber. Aziraphele não sabe mais o que fazer, se está fazendo o certo ou como usar seu cargo para mudar o céu como sempre quis.

Os anjos são os bonzinhos, os demônios são os malvados, deveria ser assim. Se os anjos são maus também, o que de toda a criação, seria bom? Era como se estivesse perdendo suas crenças.

Como iria lidar com essa missão, quando se tratava de machucar Crowley? Não o faria, não conseguiria nem se quisesse realmente seguir essa ordem.

Ele precisa urgente de um plano, um que deixasse Crowley seguro.

.
.
.
.
Link playlist Aziracrow: https://deezer.page.link/coZub5UYGFvQihb68

Não me matem por favor 😭🙏

Reencontros não são felizesOnde histórias criam vida. Descubra agora