Capítulo 3 - O Surpreendente Bill Kaulitz

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               Daquela vez, quando chegou à casa de Bill, Amanda não permitiu que David a embaraçasse. Parou o carro e apertou o botão do interfone. Assim que atendeu, identificou-se e comunicou que não desceria do veículo. Seguiu em frente com um sorriso vitorioso que se alargou quan­do a porta principal se abriu logo que tocou a campainha.

               — Bill ainda não emergiu do laboratório, David?

               — Meu patrão não está em um submarino, srta. Clark.

               — Não estritamente falando...

               — O que disse?

               — Nada. Ele está disponível?

               — Estritamente falando, não.

               — Eu sabia! Bill me acordou de madrugada e não se importa em sair  do laboratório para me receber! Não é de se surpreender que não tenha namorada. Se tivesse uma, ela já o teria matado!

               — Eu não disse que meu patrão ainda está no laboratório. — Amanda controlou a raiva e o fitou. David olhava para as pontas dos pés, na melhor tradição dos mordomos ingleses.

               — Você gosta de brincar comigo, não é? Acho que se daria muito bem com minha amiga Jill! — Amanda começava a gostar de David. — Se não está às voltas com a pesquisa, onde estará seu patrão?

               — No andar de baixo, na academia.

               — Está se exercitando?

               — Como não posso vê-lo neste exato momento, sou incapaz de responder a essa pergunta com precisão.

               — Oh, David, você poderia me levar a sério apenas por um minuto? — Suplicou, percebendo que ele se divertia em provocá-la.

              — Eu a levo a sério, senhorita. Venha, vou acompanhá-la até lá.

              Quando Amanda pisou no último degrau da escada que dava acesso a academia, seu coração perdeu um compasso.

               Bill estava vestido apenas com a parte de baixo de um kimono, dava socos vigorosos e precisos em um saco de boxe. Gotículas de suor brilhavam pelo abdômen definido e um caminho quase imperceptível de uma penugem clara, descia por uma trilha perigosa, se perdendo no interior da calça. Os poucos pelos daquele dorso eram acompanhados de algumas tatuagens bem interessantes. Podia-se notar uma estrela de cinco pontas no terço lateral inferior direito do abdômen, que também se perdia para dentro do kimono e uma gigantesca black work, que ocupava toda lateral esquerda de seu tórax, acompanhada por uma outra tattoo no antebraço, do mesmo lado.

               — Parece-me que está se exercitando, srta. Clark — David comentou, sem perder a oportunidade de provocá-la.

               Só então Amanda se lembrou de respirar. Sem interromper o que fazia, Bill sorriu para ela. Aquele sorriso de dez mil watts de potência. Por um segundo, ela novamente esqueceu como respirava.

               — Amanda! Que bom que veio...

               E ainda duvidava que ela iria? Seria capaz de ir encontrá-lo mesmo que fosse no fim do mundo!

               — Espero que não se incomode por invadir sua privacidade. Estou impaciente demais para conseguir aguardá-lo no andar de cima.

               — Não se preocupe. Podemos conversar enquanto me exercito.

               — Você consegue ter mais concentração do que eu. Quando malhava, não era capaz de responder sequer qual era meu nome sem me distrair.

Uma Equação Perfeita  | Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora