Depois de um bom tempo presos em um elevador sem luz, o grupo finalmente conseguiu sair com alguns, ou talvez muitos, segredos revelados e um pacto silencioso de que não contariam para mais ninguém, mesmo que a vontade de fofocar sobre o ocorrido fosse tão forte quanto nunca.
Ao chegarem no térreo, Péon se despediu do chefe e dos colegas de trabalho para retornar para sua casa. Seguia calmamente em direção a porta de saída quando sentiu uma mão leve apoiar em seu ombro.
— Como você vai para casa?
— Quê? De ônibus — respondeu um pouco atordoado com a pergunta tão abrupta e aleatória, não esperava que seu chefe fosse lhe questionar sobre a maneira que ia embora do serviço tão de repente.
— Você é suicida, por acaso? Está tarde e um ômega andando sozinho é o maior alvo de crimes, sabia? Não tem medo nessa cabeça oca? — questionou Aphelios colocando seu indicador no centro da testa de Péon antes de respirar fundo e sinalizar para que o seguisse. — Vamos, eu te dou uma carona para casa.
— É claro que eu tenho medo e sei dos riscos, mas não é como se eu tivesse outra opção além dessa… Obrigado pela oferta, mas eu não quero te incomodar ainda mais.
— Não seja bobo. Te levar para casa em segurança é o mínimo que eu posso fazer como seu superior. — Aphelios nem ao menos permitiu que o outro lhe respondesse e o segurou pelo pulso em direção a garagem. — Amanhã, venha me procurar quando for embora, te levarei para casa até que arranje um meio mais seguro.
— Sério? Eu… Vou ter carona todos os dias? Isso é incrível, obrigado, Aphelios, você é um ótimo chefe, nem sei como posso agradecer por sua bondade.
— Não se anime muito, só estou abrindo uma exceção para você porque não quero ver funcionário meu aparecendo na TV ou nas estatísticas… Agradeça-me sendo um bom garoto e fazendo seu serviço direito.
— Hm, acho que isso eu consigo fazer.
Aphelios não respondeu, apenas o observou pelo canto do olho e destravou o alarme de seu carro. Com toda a elegância de seu corpo, abriu a porta do passageiro e esperou que Péon entrasse antes de dar a volta para ficar no banco do motorista.
— Você mora na rua do shopping, não é? Acho que me lembro do endereço que estava em seu currículo.
— Sim, lá mesmo. Duas quadras depois do shopping… Aphelios…
O homem encarou Péon ao ser chamado e esperou que ele continuasse sua frase, entretanto, o ômega de cabelos azulados não disse nada antes de tocar a ponta de seus dedos pela face macia de seu chefe.
— Péon, o que está fazendo exatamente?
— Sendo um bom garoto como pediu — respondeu antes de diminuir lentamente a distância e roçar seus lábios nos de Aphelios.
O ômega mais velho deu uma fraca risada com a resposta e usou seus dentes para mordiscar o lábio inferior de Péon, puxando-o com um pouco mais de brutalidade antes de lamber a região.
— Não comece algo que não pode aguentar. Vamos, coloque seu cinto.
Aphelios se ajeitou no banco e passou o cinto antes de ligar o carro. Seus olhos se voltaram para Péon esperando que o outro ômega o imitasse, entretanto, ele apenas se virou de lado e colocou suas palmas sobre as coxas de seu chefe.
— Não se preocupe com isso, posso aguentar o que precisar se for para agradecê-lo corretamente.
— Péon… Não brinque comigo. Estou falando sério — afirmou Aphelios colocando as mãos sobre o volante e o pressionou quando sentiu os dedos do ômega deslizaram para a parte interna de sua coxa.
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Peônia azul
عاطفيةEm seus primeiros dias de experiência em uma grande empresa de arquitetura e design de interiores, o jovem aspirante a arquiteto, Péon, conhece seu chefe ômega e escuta boatos que o deixam curioso sobre como aquele homem tão bonito chegou tão longe...