capítulo 5

57 10 3
                                    

Depois de um bom tempo presos em um elevador sem luz, o grupo finalmente conseguiu sair com alguns, ou talvez muitos, segredos revelados e um pacto silencioso de que não contariam para mais ninguém, mesmo que a vontade de fofocar sobre o ocorrido fosse tão forte quanto nunca. 

Ao chegarem no térreo, Péon se despediu do chefe e dos colegas de trabalho para retornar para sua casa. Seguia calmamente em direção a porta de saída quando sentiu uma mão leve apoiar em seu ombro. 

— Como você vai para casa? 

— Quê? De ônibus — respondeu um pouco atordoado com a pergunta tão abrupta e aleatória, não esperava que seu chefe fosse lhe questionar sobre a maneira que ia embora do serviço tão de repente. 

— Você é suicida, por acaso? Está tarde e um ômega andando sozinho é o maior alvo de crimes, sabia? Não tem medo nessa cabeça oca? — questionou Aphelios colocando seu indicador no centro da testa de Péon antes de respirar fundo e sinalizar para que o seguisse. — Vamos, eu te dou uma carona para casa. 

— É claro que eu tenho medo e sei dos riscos, mas não é como se eu tivesse outra opção além dessa… Obrigado pela oferta, mas eu não quero te incomodar ainda mais. 

— Não seja bobo. Te levar para casa em segurança é o mínimo que eu posso fazer como seu superior. — Aphelios nem ao menos permitiu que o outro lhe respondesse e o segurou pelo pulso em direção a garagem. — Amanhã, venha me procurar quando for embora, te levarei para casa até que arranje um meio mais seguro.

— Sério? Eu… Vou ter carona todos os dias? Isso é incrível, obrigado, Aphelios, você é um ótimo chefe, nem sei como posso agradecer por sua bondade. 

— Não se anime muito, só estou abrindo uma exceção para você porque não quero ver funcionário meu aparecendo na TV ou nas estatísticas… Agradeça-me sendo um bom garoto e fazendo seu serviço direito. 

— Hm, acho que isso eu consigo fazer. 

Aphelios não respondeu, apenas o observou pelo canto do olho e destravou o alarme de seu carro. Com toda a elegância de seu corpo, abriu a porta do passageiro e esperou que Péon entrasse antes de dar a volta para ficar no banco do motorista. 

— Você mora na rua do shopping, não é? Acho que me lembro do endereço que estava em seu currículo. 

— Sim, lá mesmo. Duas quadras depois do shopping… Aphelios… 

O homem encarou Péon ao ser chamado e esperou que ele continuasse sua frase, entretanto, o ômega de cabelos azulados não disse nada antes de tocar a ponta de seus dedos pela face macia de seu chefe. 

— Péon, o que está fazendo exatamente? 

— Sendo um bom garoto como pediu — respondeu antes de diminuir lentamente a distância e roçar seus lábios nos de Aphelios.

O ômega mais velho deu uma fraca risada com a resposta e usou seus dentes para mordiscar o lábio inferior de Péon, puxando-o com um pouco mais de brutalidade antes de lamber a região. 

— Não comece algo que não pode aguentar. Vamos, coloque seu cinto.

Aphelios se ajeitou no banco e passou o cinto antes de ligar o carro. Seus olhos se voltaram para Péon esperando que o outro ômega o imitasse, entretanto, ele apenas se virou de lado e colocou suas palmas sobre as coxas de seu chefe. 

— Não se preocupe com isso, posso aguentar o que precisar se for para agradecê-lo corretamente. 

— Péon… Não brinque comigo. Estou falando sério — afirmou Aphelios colocando as mãos sobre o volante e o pressionou quando sentiu os dedos do ômega deslizaram para a parte interna de sua coxa. 

Peônia azulOnde histórias criam vida. Descubra agora