Capítulo 04: Ano difícil

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Desde que montei Cannibal vivo nos céus, o vento batendo em meu rosto, a sensação de euforia toda vez que meu dragão faz uma curva. Esse sentimento de estar viva me preenche todas as vezes que estou voando, não me sinto sozinha e nem me sinto vazia. Na verdade, não me sinto vazia a muito tempo, 18 meses para ser exata.

Depois da minha noite de núpcias, não demorou muito para as minhas aias perceberem mudanças no meu corpo. Os meistres disseram para me alegrar pois havia pegado barriga na nossa primeira noite segundo as suas contas, mas a única coisa que eu estava, era apavorada.

Entrei em completo pânico quando meu parto começou, minha barriga estava muito grande e eu não sabia por que, foi assustador. O bebê quase não se mexia ou chutava, muitas vezes achei que a criança estava morta dentro de mim e isso só me deixava mais paranoica e apreensiva. Até que eu comecei a sentir muitas dores, parecia que ia morrer. Não sei a que deus tenho que agradecer, mas sei que agradeço imensamente por Cregan estar comigo a cada passo, a cada contração e a cada choro.

Bom depois que Baelon nasceu não demorou muito para as parteiras descobrirem que havia outro bebê na minha barriga, foi quando eu entendi o porquê eu estava parecendo que ia explodir a qualquer momento, estava gravida de gêmeos. E desde então meus dias têm sido mais alegres, nenhum dos meus irmãos conheceram os meus filhos o que me doí muito, sei que Daemon não pode vir a Winterfell assim como sei que Viserys tem seus afazeres de rei.

E tenho quase certeza de que Cregan ficou chateado quando implorei para buscarem meu irmão enquanto estava parindo, mas ele nunca disse nada. Cregan ama os filhos e isso é um fato, ele detestou quando levei Baelon e Daenys aos céus no torso de Cannibal quando eles tinham apenas alguns dias de vida igual estou fazendo nesse exato momento. Claro que como Targaryens, os meus filhos também têm os seus dragões.

Eles ainda não têm nomes, quero que as crianças escolham os nomes deles. Por mais que eu seja levemente apegada a eles, já que fui eu quem achou os ovos naquela caverna. Eles eclodiram horas depois do nascimento dos gêmeos. São lindos dragões de escamas roxas, dependendo do sol, elas até brilham, mas ainda são só bebês.

Depois de alguns minutos voando com as crianças, mando Cannibal descer ao solo encontrando meu marido e as babás na frente dos portões me aguardando como sempre. Cregan queria que as crianças tivessem uma ama de leite, claro que eu recusei. Não queria nem as babás, porém Bernard insistiu que eu tivesse. Ainda não gosto dele, por mas que eu não tenha visto nada de “errado” que ele tenha feito, ainda.

Sei que tem algo errado e vou descobrir, tenho certeza de que ele maltratava Cregan. É impossível um herdeiro tão magro e despreparado como ele era, claro que desde que cheguei aqui quase o obrigo a comer. Durante esse um ano e meio meu marido engordou bastante, não que ele esteja gordo, ele está maior e sarado já que treina todos os dias por bastante tempo.

— Me lembro que havia pedido para não voar com as crianças até eles completarem 2 anos — ele diz assim que paro na sua frente com as crianças no colo

— E eu me lembro de ter dito que isso não ia acontecer — respondo com um sorriso, ele pega Daenys do meu braço e me dá um beijo na bochecha

— Por que tinha que me casar com alguém tão teimosa? — sua mão passa pela minha cintura me puxando para perto do seu corpo e ele cheira o meu pescoço me fazendo cocegas

— Me pergunto a mesma coisa. Por que quis se casar com uma Targaryen? Já ouvi falar que os deuses jogam uma moeda para determinar qual de nós vai enlouquecer — um sorriso lindo surge em seus lábios rosados

— Foi amor à primeira vista — que mentira mais mal lavada, mas isso não importa. Sei que havia dito que nunca iria me apaixonar por alguém que foi obrigada a casar, mas é impossível não se apaixonar por Cregan Stark.

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