Capítulo 22: Fogo e Sangue

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7 dias

Faz exatos 7 dias desde que a notícia da morte de Daenys chegou aos meus ouvidos. Os 7 piores dias da minha vida! Me sinto incapaz, eu falhei como mãe pela segunda vez em um período de uma lua. As mães devem proteger seus filhos a qualquer custo! Mas eu não cumpri com esse papel, pelo contrário, mandei minha filha para a morte certa!

Quando Daella morreu, me culpei por dias até entender que foi uma doença, que eu não tinha matado minha própria filha, mas dessa vez fui eu, sim! Eu a mandei para ponta tempestade! Eu pedi para ser expor ao perigo! Eu a matei!

Como posso sequer estar aqui, sentada na areia observando o mar a dias, sem conseguir soltar uma lágrima? Que tipo de mãe eu sou por não chorar pela morte da primeira filha?

Como posso cumprir com a promessa que fiz a Viserys, se não consigo proteger os meus próprios filhos? Eu sou um fracasso, como mãe, como irmã e como esposa.

Estamos em uma guerra para qual me preparei por anos, e agora não consigo ficar em DragonStone sabendo que o corpo da minha menininha está no fundo desse oceano para qual olho neste exato momento. Rhaenyra me nomeou sua mão, mas não estou ao seu lado para aconselhar. Meu marido perdeu sua filha e eu não estou lá para consolá-lo. Devo mesmo ser o monstro que todos dizem que sou, afinal quem confiaria sua própria filha ao inimigo?

Eu sabia muito bem o quão arriscado era a aproximação da Daenys com o Aemond, mas ele sempre foi tão gentil e amoroso comigo que quando Baelon me contou que estava achando que o primo batia na sua irmã, eu achei loucura! Daenys nunca havia dito nada sobre isso mas alguns arranhões e hematomas apareciam de vez em quando no seu corpo, ela sempre dizia que Meraxes estava ficando rebelde com um tom de piada. Eu simplesmente não percebi que a cada sorriso apaixonado que ela dava a ele, um sorriso forçado era dado em troca. Minha filha sofreu por anos e eu não percebi!

Eu realmente sou um completo fracasso.

Minha doce menininha, que ensinava truques a sua dragão. Quando pequena ela sempre colocava fogo em algo por acidente tentando ensinar algo para Meraxes, Lembro-me de uma vez em que Daenys quase queimou o irmão tentando ensinar mira para a pequena dragão roxa que vivia em suas pernas para onde iam. Meraxes e Daenys nasceram juntas e morreram juntas, unidas como sempre foram. Sinto meu coração partir ainda mais com esse pensamento.

Canniball provavelmente está sentindo a minha angústia já abaixou a cabeça na areia e empurrou meu corpo levemente para o lado, ele expirou fazendo areia voar na direção do mar com força. Encosto o meu corpo perto de sua boca, por ele ser muito grande o máximo que consigo alcançar e o seu lábio superior.

— Acha que isso é culpa minha? — posso parecer uma idiota falando com um dragão mas sempre senti que ele me entende melhor do que ninguém — Sinto que falhei com todos que precisam de mim. — Ele bufa em resposta levantando mais areia

Canniball levanta a cabeça olhando para trás. Me levanto do chão o mais rápido que consigo e caminho na direção em que ele olhou, ao longe consigo ver várias pessoas juntas ao redor de uma rede? Por que esse alvoroço todo por peixes?

— Aquilo é um pedaço de dragão? — um homem grita e isso me alerta

Corro para Canniball e subo na cela o mais rápido que consigo e voamos para lá, os homens começam a gritar e sair correndo e eu finalmente posso enxergar o que eles tanto observavam e meu coração se quebra. É um pedaço da asa de Meraxes cobrindo alguma coisa. Desmonto do dragão e corro para a rede azul que enrola a grande asa roxa e com uma adaga, vou arrebentando a rede até conseguir livrar a asa por completo.

Respiro fundo antes de levantar a grande asa roxa e ver a pior cena da minha vida, o corpo da minha filha mais velha. Ela está inteira então provavelmente morreu na queda ou afogada. Ver seu corpo sem vida e ter finalmente a certeza de que ela se foi tira os últimos resquícios de autocontrole que eu ainda tinha e finalmente sinto o meu mundo desabar. Puxo seu corpo para cima das minhas pernas e começo a chorar.

Não tenho certeza do tempo que passei aqui, chorando no corpo da minha filha mais doce porém sei que minha cabeça doi, mal consigo respirar e meu coração bate forte contra o peito. Essa dor é ainda pior do que a anterior e eu finalmente me toco que posso ser a culpa por isso mas também há outro culpado.

Aemond Targaryen.

...

Voltei para Dragonstone determinada a começar a minha vingança contra os verdes, que fizeram uma festa com a notícia da morte da minha doce menina.

Desci de Canniball ignorando tudo e todos que tentavam falar comigo e fui direto para a sala do conselho, quase não vejo nada por todo o caminho só vejo vermelho! O mais puro ódio, eu fui traída! Eu o amava, eu cuidava dele melhor que a própria mãe e no final ele me traiu e vai pagar por isso com a própria vida!

Todos estão na sala do conselho e quando eu passo vejo a tristeza em seus olhares. Paro aonde deveria ser a cadeira do lorde mão e encaro todos ao redor da mesa enquanto eles estão em silêncio.

— Eu quero a cabeça de Aemond enfiada em uma estaca! — encaro todos e consigo ver Cregan e Daemon se olharem e levantarem um leve sorriso

Algo me diz que eles vão aprontar alguma coisa mas no momento não me importo com isso. Tenho mais uma coisa para fazer antes desse dia acabar de vez.

...

Estou novamente montada em Canniball indo em direção ao começo da minha vingança. Cannibal está escondido na escuridão da noite nos camuflando e me dando uma grande vantagem tática.

Do alto dos céus finalmente consigo ver o farol de Oldtown brilhando em chamas verdes e isso só me enfurece mais! Sobrevoou o grande farol em que abriga a casa Hightower a milhares de anos. Não mais!

— Dracarys!! — grito ao meu dragão e começo a observar Canniball queimar o farol do topo ao térreo e depois ele passa para o resto da cidade queimando tudo que vê pela frente

— Dracarys!! — grito ao meu dragão e começo a observar Canniball queimar o farol do topo ao térreo e depois ele passa para o resto da cidade queimando tudo que vê pela frente

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