Capítulo 02: Dragonstone

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— Você não vai se casar com ninguém! — Daemon grita depois de jogar algumas coisas no chão.

Viemos para Dragonstone, não sei exatamente o motivo, mas Daemon quer irritar nosso irmão por ter o exilado. Contei para ele que Viserys me deu em casamento para os Starks, como eu esperava ele não gostou nenhum pouco e agora está destruindo as coisas na sala de reunião.

— Não há muito o que fazer, ele é o nosso rei Daemon — uma estátua de dragão voa perto da minha cabeça, mas eu me abaixo a tempo de não ser acertada

— Você é minha, não vou permitir que Viserys a tire de mim — Daemon com raiva me deixa entediada, sempre são os mesmos comportamentos de homem das cavernas

— Deveria ficar feliz que não é um velho babão, Cregan só tem 15 anos — uma mulher se intromete na nossa conversa. Pera... ele tem 15? Achei que fosse mais novo. Deve ser porque sempre estou rodeada de homens mais velhos, para mim ele parecia muito jovem.

— É isso! Vou matá-lo — Daemon sempre acha que matar vai resolver todos os seus problemas

— E depois o que? O rei vai casar Visenya com outro — de novo a mulher fala, talvez eu comece a gostar dela

— Eu me caso com ela primeiro — as ideias de Daemon são tão inteligentes que me dão vontade de viver

— Já chega! Eu te amo meu irmão, mas meu dever é me casar. Viserys adiou o tanto que conseguiu, mas chegou a hora. — Solto um suspiro passando as mãos no rosto

Sei muito bem que meu irmão não irá aceitar isso de bom grado então tenho que dar um jeito de chegar a Winterfell o mais rápido possível. Nunca quis me casar, mas imaginava que se o fizesse, faria por amor. Acho que nunca vou poder experimentar esse sentimento, espero que pelo menos nos tornemos amigos. Sei que nunca poderia amar alguém que estou sendo obrigada a casar

— Bom, eu não vou te levar a lugar algum. Se Viserys quer mesmo que esse casamento aconteça terá que vir te buscar — Daemon sai pisando forte, solto outro suspiro e me sento em uma cadeira

— Por que não monta em seu dragão e vai? — a mulher me perguntou quando se aproximou

— Eu não tenho um dragão senhorita que não sei o nome — sua risada me fez tirar as mãos do rosto para encará-la

— Desculpe, sou Mysaria. Minha princesa sabe que nessa ilha habitam alguns dragões sem montadores? Vai atrás de um e não deixe que seus irmãos decidam seu futuro, você é uma Targaryen. Ouvi dizer que vocês são determinados e caóticos — Ela se abaixou para ficar na minha altura, seu sorriso é lindo. Devolvi um sorriso e me levantei da cadeira

— Pode distrair meu irmão? Tenho um dragão em mente, mas ele não vai gostar — ela acenou com a cabeça levemente e eu parti em disparada para trocar de roupa

Sair de fininho aqui é muito mais fácil do que na fortaleza vermelha, claro que aqui quase não tem pessoas e os poucos guardas estão ocupados com Daemon. Dragonstone é uma ilha relativamente pequena para quem olha por cima, mas sempre esquecem que há muitas cavernas por baixo da ilha, onde os dragões mais gostam de ficar. E onde estou nesse exato momento, está muito escuro e o pouco que enxergo são graças a tocha que seguro em uma das mãos.

Tem muitas pedras no chão, estou tropeçando em algumas por não querer olhar para baixo, só para frente. Não quero dar de cara com um dragão sem querer, não quero incomodá-los em seu descanso, quero um dragão em específico. O Cannibal. O maior dragão vivo e o mais selvagem de todos.

Ele nunca foi montado e tem fama de comer dragões menores que ele, por isso o nome Cannibal. Não acho que ele seja ruim, só mal compreendido e talvez territorial. Poucas pessoas se encontraram com ele e sobreviveram para contar história, dizem que seus olhos brilham em um verde neon e seus dentes são maiores que as patas de um cavalo.

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