Capítulo 24: Tratado de paz

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Me sinto inquieta. Quanto mais parada fico mais minhas pernas batem e meu coração dispara. Desde pequena tenho um jeito de acalmar os nervos. Focar no alvo, controlar a respiração e atirar sempre me relaxou desde o momento em que Daemon me ensinou.

— Princesa Visenya — ouço Jace me chamar e solto a flecha que segurava no arco, acertando a madeira há alguns metros na minha frente

— Jace, querido! — me viro para ele tentando lhe dar um sorriso, mas considerando a minha situação duvido muito que tenha conseguido um sorriso descente — Sarah me contou a novidade, parabéns por seu futuro herdeiro.

— Ela está feliz na medida do possível, mas sente falta da irmã — ele suspira — Até eu sinto, mesmo que não sejamos tão próximos. Daenys era boa demais para nosso mundo, e serei eternamente grato por ela ter salvo meu irmão.

Sim, Jace. Ela era boa demais para esse mundo e espero que tenha encontrado algum tipo de paz em meio as deuses.

— Como Luke está? — pego outra flecha na aljava e a ajeito no arco

— Se culpando, mas vai ficar bem — ele caminha até parar ao meu lado olhando para o meu alvo — Minha mãe me contou o que ouve.

— Também acha que não sou confiável? — solto a flecha e ela acerta exatamente outra flecha a partindo no meio

— Pelo contrário, sei que faria tudo o que for preciso para proteger nossa família — me viro para ele chocada, ele é tão jovem mas tão inteligente. Será um rei muito sábio um dia. — Nossa família está em guerra. Não podemos brigar entre si, Daemon foi embora e não acho que podemos perdê-la também.

— Daemon vai voltar, na hora certa. — encaro ele. Seus olhos castanhos e cabelos quase preto... ele é muito parecido com Harwin — Você se parece com ele. Um alívio e um tormento para mim.

— Ouvi dizer que vocês eram amigos. Como ele era? — seus olhos brilham, acho que ele não se lembra muito do Harwin... como lembraria? Jace era muito jovem quando ouve o incêndio a Harrenhall

— Gentil e bem violento. Ele me ajudou no parto da Sarah e da Sabrina, me protegeu no dia do atentado à Winterfell — levo um pouco de seu cabelo para trás da orelha — Era um bom homem e um bom cavaleiro. Penso que se tivesse convencido meu irmão a casar Rhaenyra com Harwin, talvez tivéssemos menos problemas.

Ele deita a cabeça na minha mão e sorri.

— Sei que o seu relacionamento com minha mãe pode ser complicado, mas ela ama a senhora e está assustada. Daemon mandou assassinos atrás de Aemond após ouvir seu desejo, ela acha que está sozinha. — ele tira minha mão de seu rosto e a segura firme — Peço que tenha paciência, tudo está ruindo a nossa volta. Ela tem que acreditar que pode se apoiar em você.

...

Depois do que Jace me disse, decidir ter outra conversa com minha sobrinha. Então caminho determinada até a biblioteca onde me disseram que Rhaenyra estava, está na hora de resolvermos tudo. Os guardas abrem as portas quando finalmente chego ao meu destino e assim que entro vejo Rhaenyra rondando uma mulher muito mal vestida, minha sobrinha parece um dragão observando seu inimigo.

— Desculpe interromper, não sabia que estava acompanhada — as duas viram os rostos para mim e eu reconheço a mulher mal vestida imediatamente — Mysaria?

Ela faz uma reverência rápida e quando levanta o rosto à um sorriso na boca. A examino da cabeça aos pés devagar.

— À conhece? — Rhaenyra pergunta com a testa franzida

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