Agua e veneno~ Miguel O'hara

Inconfundível

Senti minhas pupilas dilatarem, ao som do meu coração retumbante.

Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Porque em cada canto que eu olhasse eu via...

Super-heróis.

Vários para ser mais exata.

Mais de mil e um homens aranhas em cada canto que se olhasse.

Engoli em seco ao sentir um mal pressentimento.

Eu estava na toca do lobo.

Senti uma risada nazal em meu pescoço, O'hara estava rindo da minha reação repentina de silêncio.

Sua mão deslizou para minhas costas conforme me apoiava no chão, o lençol ainda enrolado ao meu corpo. Quase bambei ao tocar com meus pés descalços aquela superfície gelada.

Meus olhos e os dele se encontraram, seu rosto trazia uma imensa satisfação aparente. Ele estava ciente do que eu já havia descoberto.
Nesse lugar eu não teria escapatória.
Teria que ser no mínimo outro Homem-Aranha para passar despercebida. E se ainda conseguisse escapar... Estaria em um planeta totalmente desconhecido.

Meu rosto se tornou uma caranca.

Eu iria enfocar Miguel com esses lençóis.

O tecido que eu estava amarrada deslizou do meu corpo para o chão.

Sem pensar duas vezes meu punho avança com velocidade contra o meio de suas pernas.

O mesmo agarra minha mão com força antes que ela chegue ao seu destino.

Sua mão envolveu a minha e a apertou com força não me deixando puxa-la com facilidade.

Percebi quando seus olhos deslizaram para meu corpo, para minhas pernas expostas por estar só usando uma cueca box, eu ainda desconfiava que aquela cueca poderia ser dele, mas...

- Você conseguiu se livrar das amarras...

Seu rosto era como uma máscara, mas eu conseguia perceber a leve surpresa em seu olhar. Eu amava aquele olhar, o do desconhecido, o daqueles que me substimavam só por ser mulher.

- Antes de me juntar a Blood lembre que eu era uma ótima ladra, Miguel O'hara.

As últimas palavras sairam em um guspe de meus lábios, seu aperto afrouxou logo em seguida ao mencionar seu nome.

Então aproveitando essa deixa pisei na ponta de seu pé com meu garrão, e eu considero que poderia ter doído mais, se ele não estivesse com aquela maldita fantasia de super herói.

Sua mão apertou meu pulso com força me levantando para cima.

Seus olhos brilhavam em puro desgosto.

- Detesto quando age desse jeito.

Uma leve tom de magoa escapou de sua voz.

- E você espera que eu reaja de qual jeito se um homem te amarra em meio a lençóis, te carrega até outro universo, e ainda espera que eu aja docilmente a suas vontades?!

Ergui as sombrancelha quando seu rosto se aproximou do meu, o cabelo castanho caindo em sua testa.

- Esse "Homem" sou eu, não um desconhecido qualquer, nem um ser de má índole.

- Pouca bosta.

Ha.
Poderia sentir que aquilo era o cúmulo para Miguel, suas presas logo não demoraram para aparecer em seu novo visual de " A reação do maior rabugento Homem-Aranha após ser refutado"

- Espera... É VOCÊ SOLZINHO??!

Aquela voz famíliar.

Voltei meu rosto ainda pendurada pelo pulso. Cabelo loiro apareceu em meu campo de visão.