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❛ SOPHIE JAMES ❜

Fiquei com o coração a milhão no momento em que Vinnie me deixou sozinha. Sentei no chão daquele armário sem me importar de sujar a minha roupa e me encolhi como se pudesse proteger a mim mesma do que quer que estivesse acontecendo lá fora. Ouvi outro tiro e imediatamente comecei a chorar de desespero. Demorou dez minutos até batidas ressoarem do outro lado da porta.

— É o Vinnie! — ele gritou.

Fiquei de pé e abri.

— Alguém morreu? — perguntei temendo a resposta.

— Sim. O maluco que estava tentando te matar. Eu atirei nele.

Soltei o ar que nem sabia que estava segurando e cambaleei ao me sentir meio zonza. Vinnie segurou a minha cintura e veio para perto olhando-me com atenção.

— Você está bem? — perguntou.

— Vou ficar quando estiver em casa. — ergui os meus olhos até os dele.

Eles eram de um verde acizentado que ficava um pouco mais escuro sem tanta iluminação naquele ambiente. Traziam algo de pacificador em alguns momentos, ao mesmo tempo em que tinham um ar de agressividade controlada na íris. Vinnie parecia ser o tipo de pessoa que sabia dosar o seu temperamento, mas que agia quando sentia que deveria, não se importando com nenhuma opinião que não fosse a dele.

— Você tinha certeza que eu estava em perigo. — falei com um tom de voz mais pacificado. — Como segurou a sua convicção?

— Eu tenho um pouco de experiência. Digamos que eu sinta o cheiro do perigo. — o canto do seu lábio se ergueu em um pequeno sorriso. — Agora que estou aqui para proteger você, sugiro que não duvide quando eu disser que algo está errado porque eu nunca me engano.

Eu comecei a sorrir também e relaxei mais o meu corpo, o qual ele ainda segurava pela cintura.

— Não gosto de homens me dizendo o que fazer. — falei em um tom manhoso.

— Não serão ordens e sim sugestões. Mas se não segui-las, terei que te agarrar daquele jeito de novo. — Vinnie desceu o seu olhar brevemente para os meus lábios, mas voltou a me encarar nos olhos. — Sabe... é pelo seu bem.

— Sei... — a palavra soou quase como um sussurro.

É claro que desde o primeiro dia eu notei que ele era um homem bonito, mas isso não me surpreendeu. Todos os nossos guarda-costas eram jovens e de boa aparência. Mas ao olhar com mais atenção e assim tão perto, eu podia notar que Vinnie era o mais atraente segurança que já tivemos. Fazia um tempo que um homem tão bonito não me segurava com firmeza como ele estava fazendo naquele momento. E ele sequer precisava, mas suas mãos não se afastaram do meu corpo.

Em outra ocasião, eu jamais permitiria que alguém me tocasse assim. Esse tipo de contato me fazia sentir acuada, ainda mais vindo de alguém que eu mal conhecia. Mesmo assim, eu fiquei exatamente onde estava.

— Vamos te levar para casa. — ele disse depois de ficarmos um tempo em silêncio nos encarando.

— Eu não tenho que falar com a polícia?

— Eles irão vê-la em casa.

— Ah, claro. Os privilégios. — ri.

Senti uma espécie de frio quando ele se afastou e eu quis mais daquele contato, eu precisava realmente de mais, mas aquele não era o momento para pensar nisso.

Saímos pelos fundos para não sermos vistos pelos jornalistas e seguimos de volta para a minha casa. Durante o caminho, eu olhei para Vinnie sentado ao meu lado. Ele parecia atento a tudo, olhando para cada carro que passava pelo nosso como um falcão caçando. Seu maxilar estava tenso e ele trazia um leve vinco entre as sobrancelhas, deixando-o com uma expressão totalmente séria. Era extremamente sexy, tanto que eu lambi os meus lábios involuntariamente quando ele me olhou de relance.

First Lady ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora