Após o Apocalipse

Encurralada

Num ato de desespero, Millie abre a porta de sua cabine com tudo, golpeando os dois zumbis. Eles, ao receberem a portada, ficaram meio tontos e a humana aproveitou para fugir.

Ela subiu no vaso sanitário e pulou para a cabine da esquerda, ficando em cima da porta fina. Mas, no momento exato em que iria saltar para o chão, um dos zumbis apareceu de surpresa. Na cabine da esquerda, estava um zumbi. Na da direita, estava o outro zumbi. Ela estava encurralada.

Millie percebeu que, no banheiro da direita, a tampa do vaso sanitário estava aberta. Uma ideia surgiu em sua mente. Ela, ainda em cima da porta, deu um chute na cabeça do zumbi. O impacto fez com que a cabeça dele ficasse exatamente na direção do vaso. Millie, então, saltou da porta. Seus pés foram na direção do zumbi e, quando houve a colisão entre os dois, a cabeça do morto-vivo acabou ficando presa no vaso. Millie desceu de cima dele, dando risadinhas daquela situação engraçada, e correu para fora do banheiro.

Quando quase estava alcançando a saída da loja, o outro zumbi se pôs em sua frente, barrando a passagem. E o morto-vivo que ela havia preso no banheiro a agarrou por trás pelos braços, a imobilizando. Millie dava socos e chutes violentos neles, mas não conseguia se soltar.

— As pernas dela, as pernas dela! — o que segurava Millie mandou.

O outro zumbi assentiu e tirou uma adaga do bolso. Millie esperneou, mexeu os braços, tentou se soltar a todo custo. Mas já era tarde.

O morto-vivo agarrou uma de suas pernas e, com a adaga, começou a fazer um corte na virilha da humana. Millie gritou, sentindo a lâmina amolada perfurar sua pele e romper suas veias.

Sua pressão estava tão baixa naquele momento que ela pensou que teria um desmaio. Sua visão estava osci­lando e ela já havia desaprendido a respirar. Ainda tentava se soltar, mas estava muito fraca. Então apenas aceitou a morte lenta e dolorosa.