LAURA GOMES
Ramon... ele acabou de roubar meu ar, meu mundo, e me deixou aqui. Fico parada por segundos que parecem intermináveis, ou talvez minutos, não faço ideia. Quando finalmente recupero um pouco de equilíbrio e minhas pernas firmam, saindo do canto em que estava, encontro minhas amigas.
— Amiga, onde você estava? Sua mãe estava te procurando. — Bella fala. Rose olha atentamente para o meu rosto e tampa a boca.
— Você... você estava... — ela me arrasta para longe da aglomeração e então solta.
— Você beijou alguém, amiga? — ela pergunta.
— Seu batom está borrado, e seus cabelos estão um pouco desarrumados. — Rose observa.
— E algo me diz que o sortudo foi meu irmão. Estou certa? — Não tenho como mentir, então balanço a cabeça confirmando, e elas batem palmas.
— Como aconteceu, amiga? — Rose pergunta.
— Enquanto vocês foram pegar bebidas, fui até a barraca de Fátima e Caio apareceu. Pedimos algo e saímos andando pela festa. Ele me ofereceu uma mordida de sua maçã, e então Ramon surgiu, não gostando da intimidade que achou que estava acontecendo. Ele me puxou para um canto escuro e me beijou. — conto, passando a mão pelos meus lábios inchados.
— Foi bruto, mas gostoso. E do mesmo jeito que começou, terminou. Ele disse que se eu queria um beijo... — não termino a frase. As meninas ficam sem palavras, assim como eu.
— Nossa, Laura... você mexeu com a cabeça do meu irmão. Nunca imaginei que ele tomaria essa iniciativa. — Bella fala, agora mais séria.
— Nem eu, Bella. Estou tão confusa com isso. — desabafo.
— Mas não era o que você queria? — Rose pergunta.
— Era... — sussurro.
— Então... — Rose completa.
— Ele me deixou lá sem mais explicações, só foi embora. Isso me deixou confusa. — tento ser racional, mas não consigo pensar em nada além do toque das mãos de Ramon em mim, me deixando quente como nunca antes. Minha calcinha deve estar arruinada. Nunca imaginei que um simples beijo poderia fazer isso. Eu o vejo indo em direção a uma barraca de bebidas e pagando por uma cerveja. Continuo observando-o à distância, enquanto as meninas conversam entre si. Meus pais aparecem mais tarde, e eu pego um lenço para tentar limpar o borrão de batom da minha boca antes que eles nos alcancem.
— Oi, filha, está tudo bem? — pergunta minha mãe, eles chegaram bem mais tarde do que prometeram. Eu confirmo com a cabeça.
— Está sim, mãe.
— Você está pálida. Vou procurar uma barraca que vende água. — diz meu pai, nos deixando ali paradas.
— Vamos lá para a frente, meninas, o show vai começar. — chama minha mãe, e eu sigo as meninas automaticamente. Rose segura minha mão e me puxa para a frente, e ficamos em um lugar estratégico para assistir ao show. Tudo passa sem que eu realmente preste atenção, nem mesmo o cantor pelo qual estava tão entusiasmada me rouba a atenção. Tudo em que consigo me concentrar é Ramon. Ele também não para de olhar para mim, e percebo que é a sua terceira ou quarta bebida. Então, uma mulher aparece na frente dele, e viro o rosto, não querendo ver. Puxo Rose para um canto.
— Quem é aquela mulher? — pergunto a ela.
— Não sei, não a conheço. — ela fala. Não resisto e olho para os dois. Ela estava passando as mãos pelos braços de Ramon, parecendo íntimos. Ele presta uma atenção extra a ela, enquanto ela fala algo. Ele se abaixa para ouvir, e ela passa os braços em volta do pescoço dele. Aquilo me faz mal, e acabo tropeçando e saio correndo de lá. Não espero por ninguém. Não estou nem aí se meus pais vão desconfiar de algo, só não posso continuar assistindo a essa cena. Isso vai me destruir. Por que ele me beijou para depois fugir e ficar de papo com outra mulher? O que ele acha que eu sou? Droga. Paro bem longe de toda aquela aglomeração, e nem percebi que Caio estava por perto.
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Irresistível Cowboy (Degustação)
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