𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐩𝐡𝐚𝐥𝐞'𝐬 𝐆𝐚𝐫𝐝𝐞𝐧 𝐒𝐡𝐨𝐩 || 𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐜𝐫𝐨𝐰

Anxiety

━━━━━━━🌱━━━━━━━

Era sábado, Aziraphale abriu sua loja como todos os dias, como sempre, Muriel veio contar da vida alheia e as novidades de seu trabalho, aliás havia subido de patente, após a extensa conversa, Muriel saiu da loja para fazer o que havia para fazer no dia e Aziraphale desejava muito que o ruivo viesse o visitar, ele era seu melhor amigo. 

O loiro cuidou do estoque da loja e foi fazer as contas e viu que ficaria endividado caso a loja continuasse um pouco parada, por mais que muitos clientes entrassem lá, poucos compravam e quando compravam eram coisas sem muito valor, como uma semente ou um vaso de plástico. Ele estava estressado, não sabia como ia manter a loja de jardinagem. 

Ele caminhou pelo espaço, olhando para as prateleiras repletas de flores, arbustos e acessórios de jardinagem. As cores vivas das plantas contrastavam com o nublado de preocupação em seus olhos.

Não conseguia evitar a sensação crescente de ansiedade enquanto percorria os corredores do estabelecimento. Ele sabia que precisava encontrar uma maneira de atrair mais clientes e melhorar suas vendas, mas a incerteza de tudo o deixava inquieto. Sua paixão pelas plantas era evidente, mas ele começou a se questionar se talvez tivesse sido ingênuo em acreditar que poderia manter uma loja de jardinagem com sucesso.

Enquanto suas mãos tocavam delicadamente as folhas verdes e as pétalas coloridas das plantas em exposição, seus pensamentos inevitavelmente vagavam para Crowley, que apesar das diferenças, havia algo na presença do ruivo que fazia o coração de Aziraphale palpitar um pouco mais rápido.

A angústia se aprofundou em Aziraphale enquanto ele lutava para encontrar uma solução para seus problemas financeiros. Ele pensou no relacionamento passado que havia sido um grande fardo emocional em sua vida. Era um romance que ele havia alimentado com grande esperança e devoção, mas que acabou em decepção e corações partidos.

Há muitos anos, muito antes de até mesmo pensar em abrir sua loja de jardinagem, Aziraphale tinha se apaixonado profundamente por alguém que não podia retribuir seus sentimentos na mesma intensidade. Era um relacionamento marcado por desencontros e impossibilidades, e Aziraphale se viu preso em uma espiral de tristeza e autodúvida. A lembrança da dor que aquele amor não correspondido lhe causara ainda estava presente em sua mente, e agora, enquanto encarava a incerteza de seu negócio, aquela ferida emocional parecia voltar. 

Ele se perguntou se estava condenado a repetir os mesmos erros, se estava destinado a investir seu tempo e energia em algo que nunca daria certo. Aziraphale sabia que não podia mudar o passado, mas sentia que suas experiências anteriores o assombravam, minando sua confiança e coragem para enfrentar o presente.

Enquanto refletia sobre seu relacionamento passado e a incerteza de seu futuro, Aziraphale sentiu-se ainda mais isolado. Ele ansiava pela presença de Crowley, o amigo que sempre trazia um raio de luz para sua vida, mesmo nos momentos mais sombrios. Mas a voz da autocrítica sussurrava em seu ouvido, lembrando-o de que buscar conforto em alguém que ele amava secretamente poderia ser mais uma receita para o desastre emocional.

Aziraphale estava em uma encruzilhada, com o peso de suas escolhas passadas e o temor do que o futuro reservava para ele. Ele sabia que precisava encontrar uma maneira de superar suas inseguranças e tomar medidas para salvar sua loja. No entanto, o desejo por algo mais, por uma conexão que ele ansiava profundamente, o atormentava, tornando sua jornada ainda mais dolorosa.

A ansiedade se aprofundava a cada momento que ele passava naquela loja, cercado pelas plantas que tanto amava, mas que agora pareciam acusá-lo silenciosamente de suas escolhas de vida. Ele se lembrava de como sua vida tomou um rumo diferente do que ele havia sonhado quando era mais jovem. O peso de suas decisões passadas estava sempre presente, pesando como uma âncora em seu coração.