New face? Nah, i already knew

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Segunda-feira Aziraphale abriu a loja, mas não com a animação de antes. Se sentou atrás do balcão e ficou esperando o primeiro cliente. Por mais que Crowley estivesse o auxiliando, ainda se sentia incapaz, impotente, se sentia uma merda. Ouvia as palavras de seu pai ressoarem em sua cabeça, lembrou exatamente de quando saiu de casa para seguir sua vida em uma quitinete. "Você nunca vai servir para nada!" "Eu estou te dando tudo e você está me largando por causa de uma briga besta?"  Essas e muitas outras frases faziam a cabeça do loiro girar. Mas foi despertado de seus pensamentos por Muriel. 

— Você está bem?— Perguntou, com uma expressão preocupada. 

— Oh sim, sim— mentiu— tem novidades por hoje?—tentou desviar do assunto. 

— Hoje eu tenho uma bem importante, está chegando um novo morador por aqui nas redondezas, fiquei sabendo que ele vai morar nessa rua de baixo. 

Naquele momento, Aziraphale ajeitou sua postura na cadeira e arregalou os olhos, começou a ficar interessado.

— Oh, você sabe mais sobre?— Perguntou, se levantando e se dirigindo até a chaleira que fumegava a poucos centímetros deles, colocando um xícara para ele e outro para Muriel.

O loiro se sentou atrás do balcão enquanto Muriel se sentou na cadeira que havia ali, pegando a xícara com as duas mãos e tomando tudo em um gole só.

— Soube que o nome era...— desviou o olhar tentando lembrar e depois olhando para Aziraphale levantando suas mãos e as colocando a frente do rosto como se contasse um segredo.— Gabriel. 

"Oh não, só pode ser praga" Aziraphale pensou, qual a probabilidade de seu ex se mudar para a rua debaixo? Não era possível que aquilo estivesse acontecendo, ou talvez ele só estivesse confundindo o novo morador com outra pessoa, isso poderia acontecer, certo? Mas este nome não era muito comum em Londres, então a probabilidade de ser ele era muito alta.

Aziraphale sentiu um nó se formando em seu estômago ao ouvir o nome "Gabriel". Era um nome que ele não ouvia há anos, mas que ainda pernecia em suas memórias como uma tempestade que ele preferia esquecer.

— Oh, obrigado pela informação— Quase sussurrou, bebericando o chá.

Muriel, após trocar mais algumas frases com loiro, se despediu do amigo e seguiu seu rumo ao trabalho e deixou Aziraphale com suas paranoias. 

Aziraphale passou o resto da manhã na loja, mas sua mente estava em tumulto. O nome "Gabriel" continuava a ecoar em sua cabeça, trazendo à tona lembranças dolorosas. Ele tinha se afastado de sua família e de sua antiga vida para escapar da sombra de seu pai e de um relacionamento tóxico com Gabriel. Agora, com a possibilidade de Gabriel se mudar para a rua de baixo, ele se sentia como se estivesse prestes a ser arrastado de volta para um passado que ele lutou tanto para deixar para trás.

Ao longo do dia, Aziraphale tentou se manter ocupado, atendendo os clientes e organizando a loja, mas sua mente não parava de voltar para a tal notícia. Ele se perguntava se deveria tentar entrar em contato com ele, se deveria enfrentar o passado de uma vez por todas ou se deveria simplesmente ignorar sua presença na cidade.

À tarde, enquanto arrumava algumas prateleiras, Aziraphale ouviu o sino da porta da loja tocar. Ele se virou e viu um homem alto e elegante entrando. Seu coração deu um salto quando percebeu que o homem na realidade era o próprio Gabriel. 

Aquilo o deixou atordoado, a pessoa que havia lhe trazido todas suas inseguranças estava em sua frente com um sorriso simpático no rosto. 

— Azi, quanto tempo!— Exclamou, indo o abraçar.

Aziraphale deu um passo para trás e suspirou fundo, colocando sua mão em frente ao corpo para o afastar de si.

— Boa tarde, como eu posso lhe ajudar?— perguntou, com a voz tremendo por um momento. 

Gabriel pareceu surpreso com a reação de Aziraphale, mas não desistiu de seu sorriso.

— Azi, não precisa ser assim. Eu estava esperando que você ficasse feliz em me ver depois de tanto tempo.

O loiro manteve sua expressão neutra, tentando esconder as emoções que se agitavam dentro dele. Ele não queria dar a Gabriel a satisfação de ver como estava afetado.

— É claro, É bom te ver de novo. Como você está?— Perguntou, tentando parecer o mais educado possível.

Gabriel deu de ombros e olhou ao redor da loja.

— Estou bem, obrigado. Vim para a cidade por causa de um novo emprego e descobri que você estava aqui. Depois de tanto tempo sem te ver, pensei em passar por aqui. 

Aziraphale se sentiu desconfortável com a ideia de reabrir antigas feridas, mas ele também sabia que não podia evitar Gabriel para sempre, especialmente se ele estava morando tão perto.

— Fico feliz que você esteja bem e que tenha encontrado um novo emprego. Mas eu estou ocupado agora. Se precisar de algo, é só me falar.

Gabriel pareceu um pouco desapontado, mas concordou.

— Tudo bem, Azi. Talvez possamos tomar um café algum dia para colocar o papo em dia.

Aziraphale assentiu, mesmo que não estivesse particularmente animado com a ideia.

— Sim, podemos pensar nisso. Tenha um ótimo final de dia.

Gabriel sorriu mais uma vez, embora parecesse um pouco desapontado com a frieza de Aziraphale. Ele acenou com a cabeça em concordância e se despediu, saindo da loja.

O loiro ficou paralisado por algum momento, pelos céus, estava tudo dando errado ao longo dos dias. Ele não havia tido um dia de paz se quer naquele mês, quando finalmente achou que iria descansar, seu passado o perseguiu. 

Foi retirado de seus pensamentos quando o sino da loja tintilou novamente e dessa vez ele abriu um sorriso, era Crowley.

O ruivo adentrou a loja e parou em frente a Aziraphale, que permaneceu no mesmo lugar, somente olhando para o rosto do outro, esperando ele falar o que queria.

— Você está bem? 

Perguntou assim que percebera o outro totalmente em choque, sentiu algo revirar em seu estômago com o pensamento de que algo ruim havia acontecido com seu amigo.

— Sim, eu estou ótimo, porque não estaria? Hahaha— Sorriu forçadamente, fazendo gestos exagerados.

— Você mente muito mal, Fell.— Respondeu, revirando os olhos e soltando uma pequena risada irônica pelo nariz.

— Eu não estou mentindo, eu estou ótimo!— sua voz afinou por um momento— Mas você veio aqui para que?— tentou desviar do assunto. 

— Repor o estoque de fertilizante lá de casa, mas eu acho que eu vou ter que conversar com você antes, você claramente não esta bem.

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Hey anjos, espero muito que vocês tenham gostado. Eu não queria que fosse o Gabriel, porque ele foi um querido na segunda temporada, mas ai com falta de personagem filha da puta aconteceu de ser ele mesmo. Eu revisei o capítulo mas mesmo assim pode haver alguns erros pois todos nós erramos, e já venho pedir desculpa por isso.

Ps: O feedback de vocês é importante, comentem, votem e façam críticas também! Isso é importante para o meu crescimento como autor para fazer fanfics cada vez melhores para vocês (:

Com amor, Júpiter ✨

© Júpiter, 2023.

𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐩𝐡𝐚𝐥𝐞'𝐬 𝐆𝐚𝐫𝐝𝐞𝐧 𝐒𝐡𝐨𝐩 || 𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐜𝐫𝐨𝐰Onde histórias criam vida. Descubra agora