𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐩𝐡𝐚𝐥𝐞'𝐬 𝐆𝐚𝐫𝐝𝐞𝐧 𝐒𝐡𝐨𝐩 || 𝐀𝐳𝐢𝐫𝐚𝐜𝐫𝐨𝐰

Gardening Secrets

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Aziraphale estava mais uma vez abrindo sua adorável loja. Seu amor pelas plantas era inegável, mas seu coração pertencia principalmente aos livros. Naquele dia, ele se acomodou atrás do balcão, imerso na leitura de um livro qualquer, perdido em suas páginas. Enquanto o folheava com concentração, mal prestava atenção ao movimento na rua, querendo um momento de tranquilidade, apenas ele e sua leitura.

No entanto, o destino parecia ter outros planos. Ele estava tão absorto nas palavras escritas que não notou a chegada do primeiro cliente do dia, que não era outro senão Crowley. Surpreendentemente, Muriel não apareceu para tagarelar com o homem de cabelos loiros dessa vez.

Aziraphale se arrumou rapidamente, assim como fazia normalmente, e foi em direção ao cliente.

— Bem vindo a loja, o que deseja?— Perguntou com o sorriso de sempre.

— Vaso de planta, solo e uma muda, por favor.— Murmurou com um certo ódio.

Havia se passado um mês desde a loja ter aberto e Aziraphale nunca viu Crowley feliz, nem mesmo uma vez, ele sempre aparecia lá quando estava irritado, e o loiro não entendia o porque.

— Oh claro, muda de qual planta?— respondeu gentil.

— A mais barata, tudo do mais barato.— Gesticulou nervosamente, se escorando no balcão.

Crowley parecia mais irritado do que o normal, por mais que Aziraphale não simpatizasse com o cliente, odiava ver qualquer um triste, com raiva ou qualquer sentimento negativo. O loiro escolheu uma muda de Jade, um saco de solo grande e um vaso bonito. Levou todos os produtos no balcão, com uma certa dificuldade, mas mesmo assim, conseguiu oferecer um sorriso afetuoso ao cliente mal-humorado.

— Aqui, Senhor. Seus produtos.— disse em um tom alto para o de cabelos vermelhos prestar atenção.

Crowley saiu de seu transe, estava batendo suavemente a mão na mesa enquanto a outra servia de apoio para seu rosto cansado. Aziraphale notou uma tatuagem que se estendia um pouco sobre a mão do ruivo, mas não conseguiu discernir claramente o que era.

— Como você sabe tanto sobre plantas?— O cliente pensou alto em um murmúrio, mas mesmo assim deu para o vendedor ouvir.

— Eu sou formado em Biologia.— Respondeu baixo.

Não, a faculdade não foi um sonho na vida de Aziraphale. Seu sonho mesmo era fazer letras, mas devido a seguir todas as vontades de seu pai em sua juventude, acabou fazendo o que seu pai gostaria que fizesse e não seguiu seu sonho.

— Isso faz sentindo... Quanto ficou tudo isso?— Crowley perguntou, bufando e retirando uma grande quantia de dinheiro do bolso de seu blazer.

— Ficou trinta e quatro libras e noventa pences.— Sorriu, colocando tudo em uma sacola para um melhor transporte dos produtos.

— Aqui e fica com o troco.— Crowley pegou a sacola e deixou a quantia exorbitante de dinheiro na mesa, virando de costas para sair.

— Tchau e volte sempre!— O loiro acenou, mesmo sabendo que o outro não iria ver.

Assim que Aziraphale relaxou, achando que o cliente já havia ido embora e que poderia retornar à companhia de seu livro, o ruivo deu meia volta e parou novamente em frente ao balcão.

— Você é biólogo não é?— Questionou, descansando os óculos escuros em seu cabelo.

Pela primeira vez o loiro havia visto o olhar do outro, seus olhos eram um tanto quanto melancólicos e cansados, havia olheiras profundas que formavam uma sombra escura sob seus olhos, que harmonizava perfeitamente com o tom de café que suas orbes possuíam.