Criminal Love (Jaywon)

Lembranças

- Nós entendemos que investigações levam tempo, Tenente, mas precisamos que sua equipe se apresse. - O Superintendente falou.

- A questão aqui é o criminoso envolvido. Se não fosse por ele, não estaríamos o apressando assim, mas a cada dia que ele passa solto e, ainda mais, sob tutela do Serviço Especial, é um risco enorme para nós e para o resto da população. - Dessa vez foi o Comandante Geral.

- Eu entendo a preocupação, senhores, mas investigações desse porte podem levar meses, anos até. - Heeseung recolheu o requerimento que tinha levado até ali e pôs dentro de sua pequena pasta. - Eu não tenho condições de estipular um limite. Já levou muito tempo juntar as pequenas pistas que possuíamos antes da investigação começar.

O Lee sentia as têmporas latejarem. Queria largar toda essa educação obrigatória e mandá-los ir à merda. O que sabiam sobre trabalhos em campo e investigações, afinal? Nada. Não faziam nada além de sentar as bundas velhas na poltrona confortável de seus escritórios, assinar papéis e infernizar a vida dos estagiários. Não tinham ideia dos riscos que uma operação desse nível trazia, ou das dificuldades que enfrentaram e ainda teriam que enfrentar. Não tinham o menor direito de exigir pressa de Heeseung e sua equipe, quando não faziam o mínimo que fosse para ajudar.

Ainda assim, estavam ali. Os únicos dois superiores que sabiam sobre toda a operação, afinal o sinal verde para que tudo aquilo começasse tinha que ter vindo de algum lugar. Contudo, ao que parecia, eles estavam começando a se arrepender de ter dado permissão à investigação. O Tenente só conseguia amaldiçoá-los enquanto ria sem humor de toda aquela palhaçada. Eles preferiam mesmo deixar que aquela maldita gangue, ou seja lá o que fosse, continuasse sequestrando pessoas e traficando órgãos ilegalmente, a dá-los mais tempo para terminar a operação, só porque o Anjo Caído estava envolvido?

Para o inferno se a imprensa descobrisse! A vida da população valia mais do que a boa aparência do setor policial do país. E era por isso que Heeseung estava ali, naquela reunião, com um requerimento em mãos, tendo que praticamente implorar para que não limitassem o tempo de sua equipe. Sentia sua boca amargar. Sabia que eles estavam fazendo aquilo só como uma desculpa para dar voz de prisão à Yang Jungwon. E mesmo que ele fosse um criminoso, o qual caçou e aprisionou pessoalmente anos atrás, tinha feito uma promessa a ele, e não tinha a mínima intenção de quebrá-la.

Os dois homens pareceram pensativos com as palavras do Lee. Eles não eram loucos, sabiam que Heeseung tinha razão, mas não seria por isso que ignorariam o motivo de tê-lo chamado para aquela reunião, em primeiro lugar.

- O que podemos fazer é dar-lhe mais um mês, totalizando assim, três meses de investigação, contando a partir de hoje. Nós não podemos correr tantos riscos, Tenente. - O Comandante lhe respondeu.

Heeseung estava a ponto de perguntar se ele era idiota, mas o toque de seu celular lhe impediu. Tinha tanta noção que estava a ponto de fazer uma besteira, que nem se importou com a interrupção do dispositivo; na verdade, até agradeceu mentalmente. Mas os outros dois senhores não pareciam compartilhar de seus pensamentos, a julgar pelas expressões desgostosas nos rostos deles.

Aquele era o erro mais não profissional e tolo que alguém poderia cometer, mas o Lee não se importou com isso ao ver o nome do detetive na tela. Desculpou-se, contrariado, com os superiores e pediu para que continuassem aquela reunião em outro momento. Sem pensar muito, saiu daquela sala, que parecia muito menor do que quando chegara ali, e foi em direção ao elevador, pronto para voltar à sua sala, enquanto atendia o celular.

- O que houve, Park?

- Heeseung, você precisa vir aqui, agora! - A voz dele parecia preocupada e o Tenente sentiu todo o seu corpo tensionar. O que teria acontecido?