Nesta noite fatídica, minha mãe veio me buscar no hospital assim que os médicos me deram alta. O silêncio pesava no carro enquanto voltávamos para casa, e eu lutava para processar tudo o que havia acontecido.
Minha mente era um turbilhão de perguntas sem respostas claras. Eu revivia em minha cabeça o momento em que vi Beatrice, a pessoa mais próxima de mim naquele momento, sendo engolfada pelas chamas. Como ela conseguira escapar sem um único arranhão? A cena da destruição, do fogo voraz, ainda estava viva em minha mente.
Quando finalmente chegamos em casa, a lembrança daquela angústia avassaladora me atingiu novamente. Era uma dor que eu nunca havia experimentado antes, uma mistura de medo, confusão e um estranho pressentimento de que algo maior estava acontecendo. Seriam os efeitos do ar impregnado pela fumaça tóxica que respiramos? As dúvidas se misturavam às lembranças, formando um emaranhado de emoções e interrogações sem fim.
E assim minha mãe para diante de mim com uma expressão de profunda preocupação estampada em seu rosto. Seus olhos buscavam desesperadamente por respostas, por qualquer sinal de que eu estava bem.
— Elyn? Por favor, fala comigo. Me diz oque houve lá dentro! — As palavras dela soavam como um apelo, enquanto suas mãos firmes seguravam meus ombros, buscando conforto e entendimento.
— Eu preciso tomar um banho. — Minha mente ainda girava em torno dos acontecimentos recentes, mas isso foi tudo o que consegui articular.
Subo as escadas lentamente, como se o peso das dúvidas e do desconhecido estivesse me puxando para baixo. Ao entrar no banheiro, a água do chuveiro era um convite irresistível. Sem pensar muito, mergulhei sob a corrente reconfortante, deixando que a água lavasse não apenas meu corpo, mas também parte da confusão que habitava minha mente.
Deslizando meus dedos ensaboados pelo cabelo, senti a água quente relaxando meus músculos tensos, mas os pensamentos intrusivos persistiam, como sombras teimosas que se recusavam a se dissipar. Cada gota que caía parecia uma tentativa de limpar não apenas a sujeira física, mas também as incertezas e os medos que me assombram desde aquele fatídico incidente.
Com o vapor do chuveiro envolvendo o ambiente, levantei minhas mãos tremendo levemente e as encarei, como se nelas pudesse encontrar respostas para o que acabara de acontecer. As gotas d'água escorriam pelas minhas mãos, criando pequenos riachos que se perdiam pelo ralo
"Eu fiz aquilo?" A pergunta ecoa em minha mente, misturada com um turbilhão de emoções e pensamentos confusos. A sensação de que algo além do meu controle havia acontecido é esmagadora.
— O que foi que eu fiz? — A voz saiu em um sussurro, quase perdida no som da água caindo.
A lembrança do momento em que o fogo cessou após o meu surto ainda era vívida, como se uma força desconhecida tivesse tomado conta de mim.
[...]
1 semana depois...
Após uma semana do incidente, o retorno às aulas no Colégio Sheffield estava marcado, seguindo um afastamento de cinco dias que pareceram se estender. Durante esse intervalo, encontrei refúgio no meu quarto, evitando qualquer interação social. Passava horas na janela, apoiada no vidro frio, observando as ruas lá fora,
habitualmente calmas, quase despidas de movimento, apenas ocasionais transeuntes atravessavam as calçadas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Harmonia Elemental - As Crônicas De Kandrakar
Viễn tưởng(LIVRO PAUSADO POR TEMPO DETERMINADO) Em um mundo mágico onde segredos ancestrais e poderes elementais colidem, quatro destemidas adolescentes do mundo dos humanos são escolhidas para uma missão épica: proteger a harmonia do universo como as lendári...