Capítulo 8_Cala a boca, Martim!

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— Ãn? Ei! Você não pode entrar aqui desse jeito! — O garoto exclama com surpresa ao ver a porta da sala de redação, praticamente arrombada pela minha entrada abrupta

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— Ãn? Ei! Você não pode entrar aqui desse jeito! — O garoto exclama com surpresa ao ver a porta da sala de redação, praticamente arrombada pela minha entrada abrupta.

O tal Martim, um garoto de pele clara e aspecto magro, de cabelo castanho em fios finos parecendo estar meticulosamente arrumado. Usa um óculos circular que faz seus olhos parecerem pequenos por trás das lentes. Ele estava sentado em frente a uma pequena mesa, deslizando na cadeira de rodinhas de forma despreocupada até que, com o susto da minha chegada repentina, acabou perdendo o equilíbrio e caindo da cadeira, revelando sua surpresa com a minha aparição inesperada.

— Ah! Elyn Harrington, que prazer — Ele se levanta ajeitando seus óculos com uma mistura de choque e indignação quando me reconhece, tentando manter um tom cortês.

— Eu não tenho prazer nenhum. — Minha resposta é direta e sem rodeios.

Atrás de sua mesa, a parede é decorada com vários quadros pendurados. Neles, estão retratados diversos certificados de cursos de escoteiro, cada um representando uma habilidade, sendo algumas, Masterchef da Fogueira, Guerreiro Anti-Mosquito e Detetive de Rastros de Unicórnios...

A ironia da situação não passa despercebida, e uma sensação de resignação se mistura ao meu pensamento, eu não acredito que estou lidando com um nerd metido a escoteiro? Eu mereço...

— É, falaram mesmo que você é dura na queda! — Sua risada é forçada, sem encontrar o humor na situação.

— Sério? Foram os mesmos que fizeram esse jornal ridículo? — Não me detenho e com um gesto brusco, jogo sobre a mesa dele os papéis picados do que restou do jornal.

Minhas palavras são carregadas de desdém enquanto ele tenta manter a civilidade.

— Eu vou matar esse garoto! Você quer mesmo entregar a minha reputação?? — No mesmo momento, Delilah entra furiosa, seu rosto uma máscara de fúria contida.

A mesma avança em direção a Martin, batendo o jornal em seu peito com força. Martin, com os olhos arregalados, caindo da cadeira para trás novamente, surpreso com a reação intensa de Delilah.

— Delilah! — ele exclama, com sua voz apreensiva.

— Martin! Você está morto! — Catarina entra com seus gritos ecoando pela sala, enquanto ela se apoia na mesa à frente de Martin, encarando-o com intensidade.

— Ah...meninas...por acaso vocês organizaram isso? — Martin, agora quase encolhido dentro da cadeira, tenta desesperadamente manter a tranquilidade.

Nós três nos entreolhamos com braços cruzados em frente ao peito, o silêncio carregado de emoções não ditas. É a primeira vez que nos vemos após aquela noite, e o desconforto paira no ar como uma nuvem densa.

Até que um leve toque na porta quebra o momento tenso, fazendo-nos virar de repente. E Beatrice entra na sala com cautela, observando-nos atentamente. Nosso olhar desvia-se dela, a situação tornando-se ainda mais desconcertante com sua presença.

Harmonia Elemental - As Crônicas De KandrakarOnde histórias criam vida. Descubra agora