Capítulo 4_ Catarina Rousseau

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Após terminar a cansativa tarefa de organizar uma festa da qual nem vou participar, o ginásio completamente decorado já está mais vazio, com alguns alunos já tendo ido embora, incluindo Beatrice

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Após terminar a cansativa tarefa de organizar uma festa da qual nem vou participar, o ginásio completamente decorado já está mais vazio, com alguns alunos já tendo ido embora, incluindo Beatrice. Pego minhas coisas e, antes de sair, vou em direção ao banheiro.

No corredor, observo que Delilah é uma das poucas ainda no colégio, mantendo a mesma euforia de horas atrás, enquanto todos ao redor já estavam cansados da agitação da pré-festa. Ela parece uma verdadeira bateria 220, que me deixa cansada apenas de ver.

Ao adentrar no banheiro, sou surpreendida pelos soluços abafados de alguém em prantos. Os sons ecoavam pelas cabines, levando-me a uma busca silenciosa pela fonte da angústia. Conforme me aproximo, localizo a porta de onde vinham os gemidos, mas antes que eu pudesse tocar, ela se abre abruptamente.

E Amara emerge da cabine, seus olhos inchados e marcados pelas lágrimas, encontrando os meus em busca de uma resposta.

— O que foi? — ela indaga, dando de ombros como se nada estivesse acontecendo.

A mesma passa por mim e coloca sua nécessaire sobre o mármore da pia.

— A mesma pergunta poderia ser feita a você... — comento, caminhando para o seu lado da pia afim de lavar as mãos.

Amara retira alguns produtos de maquiagem de sua nécessaire e começa a corrigir os borrões no espelho, tranquilamente.

— Então tá...— Faço uma careta estranhando sua reação, mas antes que eu pudesse me virar ela joga seu pincel com força dentro de sua nécessaire e respira fundo.

— Por favor, não conte a ninguém. — Ela quebra o silêncio, com sua voz trêmula.

Dou alguns passos sutis em sua direção.

— Ninguém ninguém ou ninguém tipo Delilah...? — pergunto após alguns segundos do meu silêncio, afirmando sua resposta apenas com o desviar do seu olhar. — Eu pensei que ela fosse sua melhor amiga. — Cruzo os braços, caminhando para frente de uma das cabines e me enscostando na porta, a observando pelo reflexo do espelho.

Enquanto a mesma se maqueia, seus olhos se encontram com os do reflexo no espelho, revelando uma profundidade perturbadora. É como se ela estivesse tentando esconder algo, mascarando suas emoções por trás de camadas de maquiagem. O cuidado meticuloso que ela dedica ao seu rosto contrastava com o vazio que transparece em seu olhar, criando uma aura de mistério e melancolia.

— Ela sempre será. Mas nossos problemas, são nossos problemas. — Amara organiza suas coisas e, antes de sair do banheiro, interrompeu sua saída para encarar-me diretamente. — Por favor, prometa que não vai contar...

O tom de suas palavras transmite uma mistura de vulnerabilidade e determinação, como se fosse uma súplica genuína.

Assenti com a cabeça e a mesma suspirou.

Harmonia Elemental - As Crônicas De KandrakarOnde histórias criam vida. Descubra agora