Capítulo 2: Família Armstrong

3 1 0
                                    

O sol nasceu novamente, eram 6 horas da manhã quando Harry acordou e seguiu sua rotina habitual. Após se arrumar, tomar café e se despedir de William, Harry dirigiu-se ao departamento para discutir com seu chefe a viagem para o interior, onde encontrariam o único parente sobrevivente da família da vítima, o Major John Forrest Armstrong. O trajeto pelas ruas ensolaradas, mas ainda carregadas de cinzas e fumaça, era tranquilo. As pessoas iam e vinham em suas rotinas matinais. Porém, Harry logo se deparou com uma cena perturbadora. Uma mãe chorando intensamente enquanto um comandante entregava um pingente. Harry recordou seu próprio passado durante a guerra. Ele cresceu em uma região próxima a Londres, uma área pacata e tranquila. Seu pai era um ex-comandante da infantaria, veterano de vários conflitos, e seu irmão tinha o desejo de seguir os passos do pai ingressando no exército britânico. No entanto, há cinco meses, Harry e seu irmão tiveram uma discussão acirrada quando o irmão foi convocado para a guerra. Harry considerou um absurdo seu irmão ir para a batalha apenas para ser morto. Desde então, ele havia perdido o contato com seus pais, pois eles apoiaram a decisão do irmão.

Ao ver a mãe chorando desesperadamente, Harry lamentou que sua própria mãe não tivesse reagido da mesma forma quando recebeu a notícia da morte de seu irmão. Ele segurou o pingente de seu irmão, com as datas de nascimento e morte gravadas, e engoliu o choro enquanto continuava seu caminho em direção ao apartamento de William. Ao chegar ao apartamento de seu parceiro, Harry percebeu que William estava dormindo profundamente. Subiu as escadas, refletindo sobre como deveria abordar o Major John Forrest Armstrong e informar sobre a morte de seu sobrinho.

Ele se posicionou diante da porta de William e bateu suavemente, chamando pelo seu nome. Não houve resposta. Harry bateu novamente com mais força: "William, acorde. Estamos atrasados." Mas ainda assim, não houve resposta. Foi então que um senhor idoso se aproximou de Harry com uma voz gentil e o cumprimentou. Harry estava um pouco surpreso com a abordagem súbita e respondeu mantendo sua compostura: "Bom dia, o senhor conhece o jovem que mora aqui?" O idoso assentiu e explicou que William tinha saído cedo para a estação de trem, onde o encontraria.

A expressão de Harry mudou drasticamente. Ele não podia acreditar que William não havia o informado sobre sua partida antecipada. Agradeceu ao senhor idoso e partiu rapidamente para a estação, carregando suas coisas enquanto corria pelas ruas. Na estação de trem, William estava elegantemente vestido com um terno sofisticado e um chapéu marrom que combinava com sua roupa. Alguns olhares de admiração das mulheres se voltaram para aquele jovem bem-vestido. Seu olhar gentil era notável para todos, e ele carregava um diário em uma mão e uma maleta cheia de itens na outra. William percebeu que a estação estava mais lotada do que o normal. Ele esperava ansiosamente a chegada de Harry, sem saber que seu colega estava a caminho em um esforço desesperado para alcançá-lo antes de seu compromisso com o Major John Forrest Armstrong. Com o coração acelerado, Harry chegou à estação de trem, ofegante e suado após a corrida pelas ruas de Londres. Ele avistou William elegantemente vestido, aguardando pacientemente na plataforma. Harry se aproximou de seu parceiro e, ainda recuperando o fôlego, disse: "Você não poderia ter me avisado que sairia tão cedo?" William sorriu gentilmente, sem mostrar preocupação com a situação. "Eu queria te poupar de acordar ainda mais cedo do que você já teve que acordar." Harry revirou os olhos com um sorriso irônico. "Bem, obrigado por isso. Agora vamos embarcar antes de nos atrasarmos ainda mais." Os dois detetives compraram seus bilhetes e embarcaram no trem que os levaria até a cidade de Burford. Durante a viagem, Harry aproveitou para revisar o caso e compartilhar informações com William. Eles estudaram o dossiê da vítima, Johnny Forest Armstrong, em busca de pistas que pudessem ajudar na investigação. O assassinato brutal nas ruas de Londres continuava a intrigá-los, e eles estavam determinados a resolver o mistério. Ao chegarem em Burford, uma cidade pitoresca no interior da Inglaterra, Harry e William encontraram um ambiente completamente diferente do caos de Londres. Mas para chegar no local onde Major mora, são mais horas de viagens, mesmos exaustos eles pegaram um taxi, durante a trajetória, William vê os campos da cidade, bem cuidados e com uma vista maravilhosa, enquanto isso Harry apenas anota algumas coisas em seu diário e olha os arquivos novamente. William se preocupa um pouco em relação com seu parceiro.

Ao chegar notou se que o sol está quase se pondo e queriam fazer tudo o mais rápido possível, os dois perceberam que não é uma casa, é uma espécie de condomínio, aonde os mais famosos e ricos moram em casas e em volta de todas, um grande muro, Harry sem hesitar ele vai falar com o porteiro. "boa tarde, meu amigo, precisamos falar com Major Armstrong" o porteiro com uma aparência cansada e usando roupas típicas de um policial diz. "Olha infelizmente não posso liberar vocês agora, porque a linha de comunicação está quebrada e preciso ir até a casa dele. Harry diz. "mas somos policiais, detetives, pessoas do bem, não dá pra pelo menos liberar para a gente entrar?"

Enquanto isso, William aprecia a natureza em volta, ignorando todo o que está acontecendo, ele nota que a natureza é muito linda, algo que nunca sentiu ou tocou na vida, de repente ele sente a necessidade de fazer um desenho dessa paisagem, mas algo chama mais a sua atenção, quando vê, Harry estava quase no ponto de dar um soco no porteiro, e rapidamente ele vai lá para apaziguar a situação. "Boa tarde, o que está acontecendo? "Harry fala quase berrando. "Esse cara não quer deixar a gente entrar William, isso que está acontecendo!" William deixa o Harry num banco de madeira próximo e tenta resolver com ele. Dois minutos se passam e William volta dizendo "ele só precisava ir falar com o Major, não precisava esquentar a cabeça"

Harry dá um sorrisinho de canto e diz, "Pois, é, exagerei um pouco" os dois conversam um pouco sobre a relação da natureza em volta, e o tempo passou até que uma pessoa chega até perto deles, um homem alto, com bigode loiro e uma careca brilhante, mas seu jeito de falar de uma forma tão educada e meiga conforta os dois. "boa noite, cavalheiros, desculpe por me atrasar, vamos entrando. Ele os leva até sua casa, em quando os dois veem as altas mansões até chegar da família Armstrong. Ao chegar, eles se deparam com uma mansão enorme parecendo o Palácio de Buckingham, os dois ficam maravilhados de ver, em quando o major abria o portão.

Após abrir o portão da mansão, o Major Armstrong decidiu mostrar a Harry e William um pouco da casa e sua história. Eles caminharam pelos corredores adornados com obras de arte e antiguidades, ouvindo as histórias por trás de cada peça. O major compartilhou detalhes sobre a história da família e seu próprio passado como segurança pessoal do rei George V.

Depois de um tour pela casa, eles se sentaram no sofá da sala de estar, onde o major continuou a conversa de maneira amigável. "Sinto muito por Johnny", disse ele com tristeza em sua voz. "Ele era o último dos jovens Armstrong, e sua morte é um golpe terrível para a família. Eu estava esperando que vocês viessem para me dar mais informações sobre o que aconteceu."

Harry e William compartilharam com o major o que sabiam sobre o caso até o momento. Discutiram os detalhes do assassinato de Johnny Forest Armstrong e qualquer informação que poderia estar relacionada ao crime. O major escutou atentamente, preocupado com o destino de seu sobrinho.

William, que havia se perdido na beleza da mansão, finalmente se envolveu na conversa. Com sua voz suave e respeitosa, perguntou: "Major Armstrong, você pode nos contar mais sobre a família e seu passado? Isso poderia nos fornecer alguma pista sobre o que aconteceu com Johnny." O major recostou-se no sofá e começou a compartilhar a história da família Armstrong, sua tradição militar e suas conexões reais. "Bom, nossa família sempre foi leal aos reis, de geração e geração, nos sempre fomos o prazer de cumprir nosso dever. O Johnny, ele era o próximo a proteger a próxima rainha ou rei, porém que ele disse que queria exercer uma outra profissão. Todos foram contra, mas eu fui a favor." Harry ao ouvir disso já entra com outra pergunta. "Você acha que o assassinato de seu sobrinho foi uma ordem de algum superior, ou da própria família?" Major ao ouvir diz "Nossa família sempre fomos unidos, talvez seja de algum superior mesmo, pois todas as reuniões as autoridades participam também". William escuta a conversa, mas decide dizer apenas no final da conversa, de repente a chuva cai, Harry da uma suspirada e já pensa de como sair sem ficar encharcado, até pela surpresa dos dois o major se levanta e diz. "Que tal vocês dormirem aqui, amanhã a chuva vai passar". Os dois concordam e passam um tempo a mais com o major, durante o tempo eles chegam na conclusão de que ele não seja um suspeito, pois ele elogia seu sobrinho e sua família e seu legado.

Ao dormirem, o Major tem um costume de ler um belo livro de história, um livro antigo de capa velha com o tema da biografia de Leonardo Da Vinci. Então atmosfera do ambiente muda completamente, os seus pelos se arrepiavam e os olhos arregalaram. "O que está acontecendo?" pergunta o major, de repente ele ouve passos molhados, e uma respiração com eco, ele se levanta e olha no corredor de ontem está esse barulho. "Tio, me ajuda" essa voz ecoa, e deixa o Armstrong chocado, até que a aparece a criatura, com aura azul e sem olhos, e sem rosto. Major não reconhece pela aparência e sim pela voz que é seu sobrinho.

FIM DE CAPITULO

Caminhos Profundos (parte 1 e 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora