Capítulo 12.5 O passado de William

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Mais tarde, uma tempestade atinge a região e William e Axel decidem ficar na base até a chuva cessar. William, movido pela curiosidade, perambula pelos corredores até sentir um arrepio em um corredor específico. Ao entrar, depara-se com uma porta cadeada e selada, exibindo uma mensagem proibitiva. Sua curiosidade supera qualquer aviso, e ele arromba a porta. Ao adentrar, a atmosfera muda drasticamente. Em vez de equipamentos dos Sentinelas, encontra documentos e notícias sobre a fábrica. William segura um jornal que estava guardado em uma das estantes, seus olhos contraem-se ao ler as informações ali contidas, deixando-o visivelmente perturbado.

Enquanto isso, Axel está do outro lado da base, procurando por Stephen. Ouvindo um barulho vindo de um corredor escuro, decide investigar. Vários raios de luz surgem, iluminando o corredor, revelando Elizabeth, camuflada e em concentração. Axel, surpreso, reclama da falta de aviso, e Elizabeth explica que estava de guarda a pedido de Hans para detectar a presença de ocultistas na região. Conversam para passar o tempo, e Axel, curioso, pergunta sobre os sentimentos de Elizabeth. "Você gosta de alguém?" questiona Axel. Elizabeth, inicialmente confusa, entende a pergunta e responde que todos ali são como irmãos e parentes. Axel insiste em saber sua opinião sobre William, e Elizabeth o descreve de forma peculiar, chamando-o de "bebê detetive". Axel, então, questiona como ela o contratou.

Enquanto conversam, um grito ecoa pelos corredores, fazendo-os correr em direção ao som. Ao chegarem, encontram William em estado de choque, chorando desesperadamente com as mãos na cabeça. A preocupação toma conta de Axel e Elizabeth, que questionam o que aconteceu. A tensão toma conta do ambiente quando William, em lágrimas, aponta para o jornal. Elizabeth pega o jornal, lê atentamente, e sua expressão muda instantaneamente. Ela chama Axel para também ler o conteúdo. Ambos ficam chocados ao descobrir a notícia datada de 2 de setembro de 1897: "Uma fábrica foi incendiada, proprietário morre". William, ainda soluçando, questiona por que eles guardam aquilo. Elizabeth, de maneira brusca, responde: "Eu sei que é pesado, mas qual é o problema!" Em um grito de desespero, William revela: "O DONO É MEU PAI!" O impacto da revelação paira no ar, enquanto a dupla tenta processar a descoberta surpreendente. Num ato de desespero, William corre para longe, envolto em uma enxurrada de memórias dolorosas. Elizabeth e Axel, cientes do estado emocional delicado de William, correm atrás dele para evitar que cometa alguma atrocidade. A busca frenética culmina no topo de um prédio, onde William, consumido pelo sofrimento, se prepara para dar um salto perigoso.

Elizabeth e Axel, chegando ao topo, tentam acalmar William e impedir que ele tome uma decisão irreversível. "William, por favor para!" Gritava Elizabeth, enquanto Axel, com empatia, tentava encontrar palavras que o fizessem reconsiderar. A mente de William estava tumultuada, vozes gritavam incessantemente em sua cabeça, até que, de repente, tudo se silencia, e uma voz familiar ecoa em sua mente. "Filho, seja forte, ame e ajude os outros." São as palavras reconfortantes de sua falecida mãe.

William, chocado, recua, seus olhos azuis tornam-se brancos momentaneamente pelo impacto do momento. Elizabeth e Axel o seguram para evitar de bater a cabeça do chão.

William acorda num jardim, onde a serenidade e a beleza do dia acalmam seu coração perturbado. Tudo ao seu redor parece reminiscente de sua infância, transportando-o para uma época mais simples e despreocupada. Ao entrar por uma porta, encontra-se em sua antiga casa, um lugar moderno e acolhedor que já foi seu lar. "Meu Deus", murmura ele baixinho.

Enquanto explora, William reaviva memórias de tocar piano ao lado da lareira e visita a biblioteca, onde encontra livros que marcaram sua infância e adolescência. Entre eles, obras como as aventuras de Sherlock Holmes e "A História de Mr. Polly". De repente, o aroma da chuva o envolve, levando-o a abandonar os livros e subir as escadas. Ao abrir a porta do quarto de seus pais, uma sensação estranha o percorre, e ele percebe que seu tamanho e idade mudaram. Olhando-se no espelho, constata que voltou à sua infância. Surpreendido, dá um salto para trás, mas ouve a voz de sua mãe chamando: "Filhinho, vem aqui." Ao adentrar o quarto, William sente uma mistura de emoções. Seu tamanho infantil não o impede de ver sua mãe novamente. Ela sorri, mas logo é interrompida por uma tosse. Um sorriso maternal ilumina o rosto dela enquanto diz: "Filho, seja forte, ame e ajude os outros." Sua mão cai suavemente, e William, incapaz de conter a emoção, chora copiosamente. As vozes que o atormentam retornam, enchendo seus ouvidos.

"William! William! Acorde!" O grito desesperado de Axel corta o ambiente, e William desperta abruptamente, ainda sob o impacto das emoções intensas do sonho. Elizabeth, observando de canto, apenas admira a situação. "William, está tudo bem, ficamos aqui até você acordar."

Quando ele percebe, já é de manhã, o sol nascendo pelas nuvens. William se recupera e chama Elizabeth e Axel para contar. "Eliza, Axel. Eu não sei como dizer, mas ao olhar aquele jornal, minhas memórias chegaram forte.

O meu pai tinha uma fábrica de sapatos, e minha mãe era uma bibliotecária. Bom, e antes de nascer, minha tia dizia que eu estava na merda antes mesmo de nascer." Elizabeth corta o clima dizendo: "Mesma coisa que eu." E dá uma risadinha forçada. William continua: "Por que meu pai estava com dívidas com os funcionários, até que ele se envolveu com o Ocultismo." Elizabeth se espanta, mas decide não interromper. "E eles disseram que iam fazer uma troca, eles iam dar tudo que ele queria, mas que no futuro iam cobrar algo." Ele trava um pouco, excitando um pouco.

"Após disso, deu tudo certo para minha família, os negócios voltaram e minha mãe estava bem, mas tudo deu errado de novo quando anunciou que eu nasci. Eles voltaram e disseram que para continuar a prosperidade deles, eram para entregar eu para eles."

Elizabeth Franze a testa e disse. "Aqueles vagabundo, vindo deles é um absurdo."

William continua. "Eles recusaram e disseram que o futuro os aguarda. Semanas depois minha mãe ficou doente novamente, e as ações do meu pai caíram, e que eles me proibiram de sair. Meu pai não sabia da morte da minha mãe, até ele chegar em casa."

Axel sentido por aquilo, o abraça fundo e diz. "Está tudo bem, enquanto estivermos juntos, ninguém vai te deixar." Elizabeth, sentida também chega para dar um pequeno abraço. E o sol nasce iluminando os Três juntinhos.

Enquanto isso, Harry estava em seu escritório tentando resolver sobre o assassinato, durante a investigação descobriu o nome da vítima, chamada Annie Smith, Irmã do falecido Robert Jay Smith, o antigo dono da loja de sapatos. Além disso, descobriu a arma do crime que foi uma adaga, mas algo estava fora do encache, quem fez isso e por qual motivo. Harry pensa sobre isso enquanto esfrega a caneta em sua cabeça. Até que ouve a voz de seu mestre. "Está ocupado?" disse o George. Harry olha e o cumprimenta com o clássico aperto de mão. "Mestre George, o que veio fazer aqui?" ele olha para um lado, e para outro. E diz sussurrando em seu ouvido. "Me encontra na catedral onde vocês conheceram Nyerlhatotep, depois do seu expediente." Harry assustado pergunta. "Como você sabe?" ele faz um gesto de silencio e vai embora. O dia passa, e Harry acaba seu expediente, lembrando ainda do encontro com teu mestre, ele chega um pouco próximo a catedral, e o encontra por lá, camuflado como um cidadão comum. "Boa noite Harry, me segue por favor." E ambos vão andando. "Fiquei sabendo de sua investigação, andou dormindo bem?" Harry acena que sim. "Que bom, hoje você vai aprender mais uma coisa sobre a energia negativa. Bom além de dar forças, ela consegue te ficar com as paredes e podendo até voar, mas apenas o Hans consegue fazer essa proeza. Enfim você concentra a energia nas suas pernas e vai escalando, simples e prático."

Harry Observa que ele vai escalando sem ter dificuldade, Harry demora um pouco, mas consegue. Ao chegar no terraço, onde o teto é feito de vidro. Eles observam os ocultistas, e quando se deparam, um policial estava carregando o corpo da Annie Smith. Harry fica furioso de saber que na própria delegacia possui traidores. "Que Filho da puta" George pede para ele se acalmar, para não serem percebidos. E George faz uma conjuração onde pode ouvir o que há por dentro.

"Aqui está como o combinado." Diz o policial, então o líder diz. "Perfeito amigo, agora o seu pagamento." E ambos veem que ele deu mais de 100 mil libras, e o Lider volta a dizer. "Amanhã traga mais, mas dessa vez queremos o William Smith." Harry arregala os olhos com mais profundo ódio, e da um passo para trás. "O William? Para que?" perguntou o policial. "William Smith é uma dívida que não foi paga, e ele será útil para o sacrifício, e reencarnar nosso amado Nyarlathotep." George suspira e diz. "Por isso que vim trazer você para cá Harry, a única coisa que devemos fazer é protegê-lo. Harry num ataque de fúria salta sobre o teto de vidro. Todos que estão em baixo observem, o Harry e o George caindo. 


Fim de capitulo

Caminhos Profundos (parte 1 e 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora