Capítulo 17: Últimos Encontros Antes da Guerra

1 0 0
                                    

2 de dezembro de 1914, dois dias antes da guerra. William e Harry foram dispensados após o serviço, e os policiais ficaram maravilhados ao saber que, após o assassinato do Major Armstrong, a taxa de criminalidade diminuiu rapidamente ao longo dos meses. Em consequência disso, os crimes na cidade diminuíram significativamente. Axel decidiu indicá-los para promoção, embora a aprovação só aconteça no início do próximo ano.

Enquanto isso, William e Harry se reuniram em seu apartamento. Harry notou que desde o dia em que entrou pela primeira vez, o lugar estava mais organizado, graças às dicas de William. "O café está pronto!" exclamou William, segurando a chaleira com duas xícaras. Os dois amigos se sentaram à mesa, aproveitando o momento antes dos eventos iminentes. O aroma do café preenchia o pequeno apartamento, criando uma atmosfera de conforto temporário. "É estranho pensar que, enquanto estamos aqui, o mundo oculto está à beira da guerra", comentou Harry, olhando para a xícara em suas mãos. William assentiu, sério. "Nossas vidas estão prestes a mudar drasticamente.

"Temos que estar preparados para o que está por vir", Harry decide não responder e muda de assunto. "William, você sente algo pela Elizabeth?" Nisso, ele fica corado, tão corado que suas orelhas ficam vermelhas. Harry dá uma leve risada e diz, "Está tudo bem, eu notei que você gosta dela há muito tempo." William desvia o olhar e gagueja enquanto tenta dizer, " T-tá, Harry, eu... eu gosto dela, mas eu... eu sou terrível com essas coisas." Harry, vendo-o tentar formar uma frase, coloca as mãos na mesa e diz, "William, depois que essa guerra acabar, a gente for promovido, você vai sair com ela. Promete?" Nisso, o vento balança pela janela, derrubando as xícaras e fazendo com que se quebrem. "Meu Deus! Desculpa, William", exclama Harry. Ele se levanta da cadeira e começa a juntar os cacos, mas seu parceiro diz, "Tá tudo bem, eu prometo, Harry." William nota que Harry retorna o olhar com um sorriso, dissipando qualquer tensão causada pelo incidente. Ambos compartilham uma risada leve enquanto limpam a bagunça.

Numa manhã na rua próxima ao distrito de Oxford, Stephen e Elizabeth estavam andando sem rumo pelas ruas, até que Elizabeth o questiona. "Stephen, que diabos estamos fazendo aqui?" Stephen, sem olhar para trás, apenas diz. "Só me segue." E ela fica quieta, obedecendo. Ao chegarem, ela se depara com uma loja de roupas e questiona indignada. "Stephen! Eu não preciso de roupas." Ele, mesmo assim, entra. Dentro da loja, Stephen começa a percorrer as araras, examinando as peças de roupa. Elizabeth o segue, ainda confusa sobre o que estão fazendo ali. "Stephen, você vai me explicar o que estamos fazendo em uma loja de roupas?", pergunta ela, cruzando os braços. Stephen finalmente olha para Elizabeth. "Elizabeth, nós não estamos aqui por necessidade de roupas. Estamos aqui porque, por alguns momentos, quero que esqueçamos os problemas iminentes e nos concentremos em algo mais leve." Ele pega um vestido colorido da prateleira e estende para ela. "Experimente. Vamos ter uma pausa do caos que nos cerca e aproveitar um pouco o presente." Elizabeth, ainda um pouco confusa, acaba cedendo à ideia de Stephen. "Tudo bem, mas só porque você parece realmente empolgado com isso." Enquanto Elizabeth experimenta algumas roupas. Mesmo que Elizabeth odiasse vestidos e roupas mais femininas, ela aceita ficar experimentando. Stephen observa enquanto ela tenta diferentes peças, oferecendo sugestões e comentários animados. "Esse aqui é bonito, Elizabeth! A cor combina com você", sugere Stephen, segurando um vestido azul. Ela hesita por um momento, mas decide experimentar. Ao se olhar no espelho, Elizabeth percebe que, de certa forma, está se permitindo desfrutar daquele momento de descontração. Stephen, ao ver a expressão dela, sorri satisfeito bem levemente.

"Veja só, você fica bem de vestido", comenta ele. Elizabeth fica emburrada, mas que fica um pouco corada. "Não me acostume com isso, Stephen. A guerra está à nossa porta, e eu prefiro calças e botas a vestidos elegantes." Por fim, Stephen compra uma camiseta de cor branca e uma jaqueta de couro preto com vários bolsos, e um par de botas, sabendo que não foi exatamente que queria fazer, mas Stephen fica contente. Em seguida eles vão numa cafeteria mais popular da região, ao chegar, Stephen pergunta. "bom dia, moça, qual é o melhor doce que vocês têm?" e ela responde educadamente. "Bom dia, temos o Banoffee Pie, que é feito com base de biscoito, coberta com leite condensado cozido, com banana e chantili. E temos também..." Stephen interrompe e diz. "Vou querer Banoffee Pie mesmo, um pedaço para mim, e para ela, e dois café." Ela anota e o agradecem, ambos se assentem, ela olha o movimento, sem entender muito sobre que está acontecendo. "Elizabeth, sinto muito ter mentido para você, mas tu sempre focaste em missões que até esquece das coisas pequenas que tem, como comer, vestir e andar pelas ruas sem preocupação." Elizabeth diz em seguida. "Eu te perdoo, mas queria saber do qual motivo de eu estar aqui?" ele diz olhando para multidão. "Veja Eliza, essas pessoas, possivelmente não veem aspectros, e vivem suas vidas normalmente, acordem, trabalham, vivam suas vidas, mas sempre tem um objetivo. Qual é o seu Elizabeth." Ela responde totalmente seco. "Sobreviver, apenas sobreviver." Ele reflete olhando para ela e responde depois de um tempo. "Apenas sobreviver?" ela só acena concordando, e ele continua. "Elizabeth, sobreviver é a coisa essencial de nós, todos os dias estamos esperançosos em acordar e continuando, mas quando você perceber, que apenas sobreviver é algo tão vazio, se você souber que vai morrer amanhã dormindo, todo seu 'objetivo' tenha sido em vão?" Elizabeth suspira e diz. "Eu ficaria muito brava de saber." E ele continua. "Elizabeth, quando você for perceber, A vida sem uma meta é completamente vazia. Depois da guerra, me promete em ter algo para se fazer?"

De repente, a moça surge dizendo. "Desculpe em trabalhar, mas aqui os pedidos." Stephen se prepara em pedir desculpas, mas ela volta para dentro da cafeteria. "Bom, você me promete?" ela desvia o olha e diz bem baixo. "Eu prometo."

Enquanto o grupo se reunia em um bar para debater após a última reunião, a tensão pairava no ar. Hans, mantendo uma expressão séria, dirigiu-se aos colegas: "Chamei vocês para conversar, mesmo que a guerra esteja prestes a começar a qualquer momento. Falta um entre nós, e suspeito que tenhamos mais de um traidor." Eliy ficou impressionada com a revelação, e Jessie comentou em voz baixa para George: "Eu disse." Hans continuou: "Anos atrás, numa operação para resgatar Frodo, Johnny Sower, pai de Elizabeth, me disse algo intrigante." Hans refletiu sobre os momentos arriscados da missão, e Eliy cortou o clima: "Tá, mas o que ele falou?" Hans, voltando-se para a janela em pensamento, respondeu: "Ele disse que o serviço que me deram não foi dos ocultistas. Investiguei e descobri que ele falou a verdade. Desde a expulsão de Johnny, os serviços foram sempre dos sentinelas, especialmente do Alto Escalão." Uma revelação impactante pairou no ar, e Hans provocou: "Quem vocês acham que tem o poder de emitir mandatos de assassinato? Quem tem o poder de matar um por um?" Liza questionou: "Você acha que James tem esse poder?" Hans respondeu: "Ele poderia, mas precisaria me matar primeiro. Ele sabe que qualquer um que ele queira matar terá que passar por mim primeiro. Então, a única solução para me derrubarem é terem alguém mais poderoso na jogada, um Deus para enfrentar outro Deus, uma alma para matar outra alma, e um poderoso para enfrentar outro poderoso." O silêncio na sala foi quebrado pela revelação, deixando todos chocados e impactados com essa nova perspectiva

O dia se encerrava, eram 23:15, próximo à meia-noite, no Museu de Oxford. Todos os ocultistas foram convocados para o Grande Dia. O líder estava no centro de uma roda, rodeado por seus fiéis, repleto de felicidade e orgulho, ciente de que em breve teria um novo hospedeiro para seu corpo.

"Irmãos!" exclamou o líder, a empolgação transbordando em sua voz. "Esta noite será um encontro glorioso." James adentrou o saguão dizendo: "Meus amigos, viemos assistir." Um dos ocultistas o questionou: "Viemos?" Em seguida, os membros do alto escalão surgiram, e o líder ficou satisfeito em ver que mais pessoas se juntavam à celebração. "Então, você estava certo. Apreciem e vejam este momento!" Todos se uniram em uma oração, glorificando Nyerlathotep. As vozes se entrelaçaram em composições de palavras desconhecidas, enquanto o líder, no centro, sentia uma alegria extasiante em seu corpo. A oração encerrou-se com um raio direto do céu, tão poderoso que os que estavam por perto pereceram. James, atônito, testemunhou um momento de terror. O corpo que antes era seu tinha sucumbido, transformando-se em um cadáver moldado. A aparência modificara-se, com cicatrizes atravessando olhos e boca, cabelos secos, sem olhos, apenas uma pequena chama entre as órbitas vazias. Sem dentes, era como um cadáver cheio de energia espiritual, imbuído de loucura, pronto para aterrorizar o mundo. Nyerlathotep acabara de chegar.

FIM DE CAPITULO

Caminhos Profundos (parte 1 e 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora