11. Nova Convocação

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__Precisamos de mais um jantar com os Finnegan's para podermos resolver de vez tudo relacionado a Atlas. - Victtor falava, sentado em sua cadeira de couro e esfregando dois dedos em sua barba.

__Vai ser exclusivamente para comentarmos sobre o jovem? - Desirée estava sentada a sua frente com as pernas cruzadas e postura exemplar.

__Exatamente. - Victtor se descolou da cadeira. __Como se acidentou, precisamos discutir sobre a data da cerimônia. E parece que não vai estar nem tão perto. - Ele bufou.

__Temos um antídoto guardado em um dos cofres. Talvez ajudaria a se recuperar mais rápido.

__Acha que Francesco e Maitê irão permitir que seu filho tome um antídoto sendo tão jovem? - Victtor olhou para a mesa e apoiou suas mãos ali.

__Não tenho certeza, mas é para uma cerimônia. Não podemos adiar ainda mais este casamento, Victtor.

__Nós os informamos quando estiverem aqui.

Victtor pegou uma caneta e um papel.

Caro Francesco, convido você para um novo jantar para discutirmos sobre a cerimônia de casamento e aliança de nossos filhos.
Espero que aceite e que presencie para que possamos resolver tudo de uma vez.

Victtor Levine

__Odeio escrever cartas. Não sei para quê ainda precisamos escrever sendo que temos celulares que já são totalmente tecnológicos. - Ele terminou por fim de escrever e colocou o papel dentro de um envelope.

Desirée se manteve sentada observando com atenção e receio todas as possíveis ações de seu marido.

__Porque está me olhando tanto?

__Não é nada.

Victtor olhou para ela como se soubesse que haveria algo.

__Ah. Tá bom... - Suspirou. __Eros me enviou um e-mail. - Ela falou com uma certa preocupação estampada em seu rosto. __Eu estou tão confusa. Achei que ele havia morrido e nunca mais iria voltar... - Desirée dizia, assustada.

Victtor se levantou e deu alguns passos até chegar  em Desirée. Deslizou suas mãos nos ombros de sua esposa.

__Ele não irá nos fazer mal. Prometo a você. - Ele abaixou a cabeça e deu um selinho em sua testa. __Desta vez, ele não irá ter forças. Estávamos despreparados com tamanho fingimento...

...

__Eu não estou acreditando que o senhor me tirou da escola! - Eu berrava sem ao menos ligar para os vizinhos. Eu não estava acreditando que o meu pai havia me tirado da escola, e sem a minha permissão.

__Você não deve opinar em nada, Pietra! Eu sou seu pai! - O homem à minha frente esbravejava sentado em sua poltrona. __Não sei por que está fazendo tanta questão se você já passou de ano e praticamente terminou a escola!

Eu não poderia dizer simplesmente que eu namoro escondido e que eu nunca mais poderia ver o meu namorado por causa da escola. Mas era a mais pura verdade. Eu só queria poder ligar para ele, mas ele sumiu. E agora eu não posso mais vê-lo.

Não esperei nem mais uma frase vinda daquele ser e corri para as escadas subindo cada degrau como se fosse um desafio e a recompensa era me jogar na cama e chorar litros.

E foi isso que eu fiz.

Me joguei na cama e chorei litros. Talvez por uma... duas... três horas seguidas.

Lupus | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora