16. Problemas

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Meu sangue pareceu sair de meu corpo, como se não estivesse bombeando mais. Se pegarem Thomaz com esse garoto nós iremos para a delegacia! Thomaz não pensa? Puta que pariu!

Vi Trace sumir de minhas vistas indo para o lado oposto da boate quando me viu olhar para cima sem nenhuma pausa, literalmente fiquei vidrada com tamanha ousadia. Provavelmente foi receber os demais convidados e novatos em sua segunda casa.

Minha sorte foi que não precisei dispensar Trace, se não, teria a tratado mal 'pra caralho. Tudo por esse idiota sem cérebro.

Subo as escadas que antes eu estava escostada nela, esbarrei em inúmeras pessoas que se comiam pouco se fodendo para os outros presentes alí. A boate da Trace deveria ser nomeada como "Se quiser comer as pessoas sem um pingo de vergonha na cara, venha aqui."

Passei por um casal que estavam praticamente de corpos expostos para os outros assistirem como em um verdadeiro reality show pornô. Porra, eu realmente não precisava ver isso tão de perto.

Não que eu nunca tenha assistido filmes pornô, mas aquilo já era demais. Eu precisava lavar meus olhos com alvejante. E urgente.

Finalmente atravessei o labirinto cheio de pessoas nuas, e vejo Thomaz tentar puxar o garoto para o banheiro. Thomaz tá muito chapado ou o quê?

A única solução é interferir essa merda.

- Thomaz. - O chamo, me aproximando deles.

- Por que não quer ir? - Escuto Thomaz insistindo para que o garoto fosse junto com ele.

- É... Então... Não acho que... - Ele se embolava nas palavras.

Olho para o garoto loiro que nem ao menos sei o nome, ele estava visivelmente constrangido.

- Thomaz! Você não enxerga que ele não quer ir? - Pego o seu ombro e logo o viro.

O homem se vira confuso para mim, não entendendo nada pela sua expressão.

- Porra... Quem é você? - Franzo a testa.

Eu quem devo estar muito chapada depois de confudir Thomaz com esse cara. Se bem que não é lá tanta diferença, eu facilmente poderia os confudir.

- Só sei que não sou esse tal de Thomaz. - Ele volta os seus afazeres e subornar o garoto como sua presa.

Thomaz não é esse homem! Cadê Thomaz?

Quando eu ia voltar à caminhar ou correr na procura de Thomaz, olho de relance para o garoto. Eu não sou tão cruel.

Ele me pede ajuda apenas com o olhar. Não vou deixar um adolescente perder a inocência com qualquer um. Não quero que ele faça o mesmo erro que eu.

- Então, amigo. Nem te percebi aí. - Entro no meio dos dois, sorrindo falsamente. Mas não o bastante para entregar minha mentira. - Minha amiga quer muito falar contigo. Será que você pode ir até ela? - Abraço o garoto que está em confusão.

Dou uma piscadela para ele e logo entende.

Passo meu braço direito pelo seu ombro e o tiro do andar de cima, o levando com as mãos na frente de seu olho. Não posso correr o risco de que ele veja coisas tão indecentes para sua idade.

- Você por acaso enlouqueceu? - Sussurro para ele, o encostando na parede assim que descemos.

Retiro minhas mãos de seu corpo.

- Ah, por favor! Tu nem me conhece! Não aja como se fosse minha mãe! - Ele berra. - Não venha me dar lição de mora- - O corto.

Eu estreito meu rosto.

Lupus | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora