13. Face A Face

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- Ninguém. - Respondi friamente ainda com as mãos apertando meu peito.

- Achei que estivesse conversando com alguém. Mas estou vendo que não está. - Samantha me imprensou na parede, sobrando minúsculos centímetros para que nossos corpos se chocassem.

Samantha pôs a mão por cima de minha mão que pousava e quase enfiava minhas unhas dentro de meu peito.

- Por quê está apertando assim? Vai acabar se machucando. - Tirou lentamente a minha mão de cima de meu peito, fazendo meu coração errar as batidas por alguns segundos.

Por um momento, eu hesito seu toque, mas deixo sua mão me levar, ou melhor, levar minha mão até sua cintura, que a segurou com timidez em abundância.

E foi aí que a falta de ar e uma dor de cabeça que latejava e martelava meu crânio começou a me incomodar. Dou uma pequena semicerrada nos olhos pela dor que eu sentia, mas eu me liguei. Era uma crise natural.

Cada vez que ficávamos mais próximas, a dor aliviava de uma maneira esquisita. Era como se a jovem fosse um antídoto para todas as minhas dores e crises.

Senti uma forte pancada no abdômen e, pela primeira vez, meu lobo acordou de seu eterno cochilo. Ele não estava agitado e estressado, ele estava se comunicando com o lobo de Samantha pelos toques que nossas mãos e respirações trocadas faziam.

A respiração de Samantha estava mais próxima do que o normal. Não reunimos forças para combater e interromper aquela conversa que nossos lobos tinham, muito menos de nos afastarmos.

Finalmente tomei coragem de olhar para cima, e tive um pequeno susto ao sentir seu nariz empinado tocar o meu, a nossa proximidade fazia com que os pequenos centímetros entre nós se tornassem abaixo do zero.

Por vergonha de nossos corpos estarem chocando e sua perna encostando levemente em minha intimidade, viro minha cabeça para desviar e acabar com aquele contato. Mas sinto sua pele quente segurar meu queixo para virar-se novamente para ela.

- O que você quer? - Pergunto sem mais delongas.

- Você.

Fico sem expressão durante um minuto. Como assim ela me quer? Não é possível. Ela é minha cunhada. Isso está errado.

Somos interrompidas pelas lâmpadas alaranjadas falharem e pifarem ao nosso redor, somente uma - que estava encima de nós - permaneceu firme portanto afracada.

O corredor agora aparentou ficar mais apertado e mais escuro, me causando uma mínima e insignificante falta de ar.

A morena aumentou a pressão do toque entre o seu joelho e minha intimidade coberta pela calcinha, já que eu estava de vestido curto.

O mais estranho de tudo era que, apesar de ser o primeiro despertar de meu lobo, ele não havia acabado com alguma coisa ou matado alguém. Estava completamente pacífico tendo uma conversa calma com o lobo de Samantha, porém não como a nossa. Era tensa, compostas de toques e olhares, e apenas uma frase solta por nós que foi de minutos atrás.

Suas mãos percorreram pelo meu corpo e pousaram em minha cintura, apertando seus dedos em minhas curvas. Seus olhos desceram de meus olhos até minha boca avermelhada, e por apenas um triz e uma aproximação, um beijo era realizado.

Sem esperar, senti seus lábios carnudos chocar contra os meus de forma bruta, aqueles lábios cheio de desejo estavam contra os meus nesse exato momento.

Fechei os olhos na esperança de retomar aqueles lábios novamente e sentí-lo com mais sensações, sobrando apenas eu e a boca de Samantha naquela sala.

Lupus | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora