“Vou matar o Gojo-sensei!Filho da mãe! Saí e larga os fedelhos dele para eu vigiar!”
Se quisesse ser professora teria sido, mas gostava mesmo era de ficar na biblioteca. Uma bibliotecária, cuidava do acervo do colégio, que era muito mais pacífico.
Naquela tarde Satoru Gojo pediu a ela que vigiasse um deles, o calouro que segundo os rumores era o receptáculo de Ryomen Sukuna o rei das maldições, a criatura mais poderosa que já houve no mundo Jujutsu, a maldição assassina e milenar. Já havia o visto várias vezes pelo colégio, bonito e engraçado, as meninas com certeza se derretiam por ele. Ela se derreteria.
Na verdade estava bastante surpresa com o fato do garoto estar vivo, ouviu de várias pessoas que ele tinha morrido, mas como Gojo mesmo disse:
- É só por umas horas... Tenho que resolver um probleminha mas venho logo! Por favorzinho, Ma-ri-chan? - Gojo ria enquanto se afastava.
Tinha muita sorte de ser bonito como era, porque se não achasse ele bonito com certeza teria negado. Claro que não era a mesma coisa de cuidar de uma criança, os alunos já eram grandes suficientes para se cuidarem sozinhos mas mesmo assim preferia não ter contato direto com os alunos, já bastava as interações quando iam a biblioteca.
Caminhou pelo corredor onde Gojo disse que estaria a sala onde Itadori Yuuji estava, achava os treinamentos dele coisa de maluco mas se estavam funcionando não podia falar nada contra. Bateu na porta, não obteve resposta, abriu a porta e entrou.
O som da TV estava alto e o garoto sentado no sofá estava completamente absorto no filme que assistia, nem piscava vendo.
- Itadori Yuuji-kun?
- Aaaahhhh!!! – deu um pulo ficando em pé mas logo em seguida recebendo um soco da marionete do diretor que segurava.
- Desculpe por isso... – disse assim que o garoto voltou a se sentar. – não queria te assustar...
- Não, não... A senhorita não precisa se desculpar! Isso faz parte do treinamento.
- Bem... Gojo-sensei pediu que eu viesse aqui e olhasse para ver se precisa de alguma coisa, provavelmente ele só vai voltar a noite.
- Oh! Não! Não se preocupe, não preciso de nada. O Gojo-sensei me disse que a senhorita estaria aqui.
- Então está bem... Estarei na sala de arquivos ao lado, se precisar de algo é só pedir. – instintivamente deu uma piscada.
- Oh! Claro! Obrigado!
Saiu da sala pensando: “o rapaz é uma gracinha, não tem nada diferente, posso sentir o fluxo de energia amaldiçoada irregular mas nada que demonstre ser mesmo o receptáculo do Sukuna... Aqueles sinais embaixo do olhos dão a ele uma aparência infantil, mas ainda assim já é mais alto que eu, um corpo de homem... Pena que é mais novo... Não sei o que tá acontecendo... Mas ultimamente os rapazes estão cada vez mais atraentes muito jovens...”
Não que fosse uma velha, mas ele ainda era um estudante e ela já trabalhava como bibliotecária ali à uns 5 anos. Voltou para a sala do arquivo onde estava trabalhando antes.
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- Hey garoto? – Sukuna apareceu com a boca na bochecha de Yuuji.
- O que quer Sukuna? – Yuuji respondeu sem desviar os olhos da TV.
- Essa é a mulher? Aquela bonita que saiu daqui? – com a voz maliciosa.
- Ah?! Sim, a Mari-san... Ela trabalha aqui na biblioteca lembra, o Gojo-sensei pediu para ela me vigiar...
- Vigiar? Uma mulher bonita como ela deveria ser vigiada por você e não o contrário...
- Pare com essa conversa, já falamos sobre isso, parece que faz questão de debochar de mim!
- Não é deboche! É um fato! Você é um homem! Deve ser mais agressivo na abordagem com as mulheres!
- Sukuna você quer que eu seja agressivo como você! E isso que quer dizer?
- Bem, eu não preciso de fêmeas, maldições não tem as mesmas necessidades que um humano! Mas desde que estou dentro do seu corpo sinto aquilo que você sente...
- Mas toda vez que vê uma mulher bonita fala sobre isso!
- Então você não sentiu o cheiro dela? Cheiro de fêmea fresca pronta para o abate? – malicioso.
- Pare de falar como se fosse algo de comer! Pessoas não são comestíveis! – estava irritado mas não negou.
“Ela é muito atraente... O vestido que está usando é bem justo.”
- Já que está divagando em pensamentos devo supor que pensou em algo?
- Ela é bastante atraente. – respondeu por fim.
- Pensou em vê-la sem roupa? Eu pensei!
- Sukuna! Já falei sobre isso! Não pode reagir assim!
- Reagir? Isso é instintivo, sou um predador e como predador reconheço uma presa.
- Mesmo assim, não é correto...
- Não se trata de ser correto! Se trata de ser prazeroso! Meu instinto é prazer! E nesse momento a sua relutância em aceitar isso me deixa em fúria! Aceite Itadori: você gostaria de estar dentro dela!
- EU NUNCA FIZ ISSO! NÃO SEI COMO É! ENTÃO NÃO PENSEI NISSO! – gritou irritado.
- Era só o que faltava! Virgem e cheio de pudores! Deseja deixar de ser?
- Do que você está falando? – a curiosidade era maior.
- Posso atrair ela aqui? Usando energia amaldiçoada ao ponto de deixá-la obediente...
- Não pode fazer isso! É errado!
- E se eu usar seu corpo para tocar nela e ela gostar?
- Não diga isso! É errado! – começou a pensar que não seria mal tocar em uma mulher.
- Façamos assim: você pede um refrigerante para ela e quando ela vier trazer você pede para ela sentar no sofá conosco... E deixa o resto comigo...
- Não! Isso é errado Sukuna! E as marionetes de energia amaldiçoada?
- Itadori eu sei que ela é a mulher que faz você ficar fazendo aquilo no banheiro!
- As marionetes não são problema, posso controla-las...
- Mas... – não tinha mais argumentos.
- Se ela não quiser nada, ela não corresponderá. Se isso acontecer não insistiremos. De acordo?
Assentiu, mas ainda estava apreensivo. Foi até a porta e chamou.
- Ma-ri-chaaannn... – chamou tentando não parecer nervoso.
Não demorou nem um minuto e ela apareceu na porta vizinha a sua. Yuuji engoliu em seco, agora a observou com muita atenção agora, seu vestido era justo mas discreto na cor cinza e seus cabelos estavam presos, mas seus olhos foram diretamente para os botões em seu busto.
- Itadori-kun? Precisava de algo? - voz suave.
- Ah sim! Pode me trazer mais umas latinhas de refrigerante?
- Claro! Eu vou buscar, já volto! – saiu em direção as máquinas que ficavam do lado de fora.
Ao invés de entrar ficou na porta e observou ela caminhando até sumir no fim do corredor, olhava como ela caminhava e o movimento que seu quadril fazia, suas coxas sem dúvida roçavam uma na outra, não era alta, mas usava saltos que faziam o caminhar dela ser muito atrativo.
- Hey garoto, gosta do que vê não é? Eu disse... Ela deve ser deliciosa... – Sukuna na bochecha colocou a língua para fora.
- Não fale assim... É constrangedor...
- Não seja idiota... Você deve falar isso para ela!
- Isso? O quê?
- Imbecil! Deve dizer para ela que acha ela deliciosa!
- Não posso falar isso...
- Pode e deve! Ela vai gostar de ser tocada! Eu também quero!
- Sukuna não!
- Sim! Eu vou e você não vai fazer nada sobre isso porque vai participar!
Enquanto esse debate com Sukuna decorria, ela foi e voltou trazendo 4 latinhas de refrigerante para ele, chegando a sala. Colocou outro filme para assistir, ela entrou e colocou as latinhas sobre a mesinha de centro.
- Você vai precisar de mais alguma coisa? – em pé ao lado do sofá.
- Eu... sim... – disse meio sem graça abaixado próximo a TV.
- O quê?
- Companhia... – sorriu envergonhado.
- Eu não posso ficar na mesma sala com você Itadori-kun... Você está em treinamento, seu sensei deve ter dito... – cruzou os braços sobre a cintura.
- Só um filme... É sempre melhor com alguém... Esse aqui é o Senhor dos Anéis...Por favor! – pediu sentando no sofá.
- Só o primeiro... Só a Sociedade do Anel... – concordou pois gostava de o Senhor dos Anéis.
- Isso! Senta aqui! – batendo a mão no lado do sofá que não tinha ninguém.