Tudo o que conseguia distinguir era um borrão como se houvesse apenas um ponto de luz, como um cabresto só conseguia olhar para sua frente, não conseguia ver nada ao lado de seu rosto.
Forçou sua vista, focalizando em uma ponto a sua frente, como uma página de um livro que se abre, vislumbrou aquilo que parecia ser a saída de onde estava.
Foi em direção a isso, em seu pés sentia líquido viscoso e quente que causava uma estranha sensação de familiaridade mas não lembrava o que era.Emergiu no que pareceu ser água e quando saiu do outro lado percebeu que estava em pé em um lugar pavimentado e bem iluminado, era dia e havia árvores em vários lugares, reconheceu o que era, já havia estado nesse mesmo lugar.
Um cemitério.- Não deve ficar com raiva do seu pai pelo caminho que ele escolheu... Isso é o que os homens fazem...
- Sim vovô... Não estou com raiva... – fungou e esfregou os olhos.Yuuji-kun?
De fato era Yuuji-kun, mas quando menor, ainda um menino.- Não estou com raiva dele, mas não entendo porque ele me deixou sozinho...
- Sozinho? – deu um tapa na nuca que fez barulho – E eu sou o que moleque?
- Você entendeu! – deu um berro com os olhos cheios de lágrimas.Viu o avô segurar o menino pela mão e saírem do mesmo jeito que entraram.
Abaixou a cabeça e suspirou, virou seu rosto e viu Yuuji-kun voltando, pelo outro lado, dessa vez não era um menino, já estava usando o uniforme do Colégio Jujutsu.- Avô. Papai. – parado em frente a lápide – Eu vim aqui porque... Bem, eu sou um xamã jujutsu agora. Gojo-sensei cuida de mim. Ele é bem legal... Vovô se o senhor o conhecesse com certeza bateria nele...
Sorriu.
- Eu tenho treinado para ajudar pessoas... E... Bem... Na verdade queria dizer uma coisa... É, eu entendo... Entendo o papai agora. Eu conheci uma garota, bem ela não é uma garota, ela é uma mulher. Se a conhecessem iriam adora-la... Ela é muito linda. Não entendam mal, eu não estou apaixonado por ela... Mas... Eu entendo o que o vovô dizia sobre a necessidade de estar perto de alguém. Nanami disse que isso é por causa dela. Ah! É... Nanamim-san não é um professor, ele é meu nakama, me ensinou muitas coisas sobre ser xamã... Bem, o problema é... Acho que Nanamim-san tem sentimentos por essa mulher...Era estranho ver Yuuji-kun falando sobre Nanami assim, ficou apreensiva.
- Eu sei o que vai dizer vovô, e a resposta é sim. Eu... Eu... Dormi com ela... Eu fiz... Ela é minha primeira – colocou a mão na nuca – nunca tinha sido tocado por uma mulher desse jeito e foi... Foi muito bom... – sorriu – Ela é maravilhosa na verdade! – cobriu o rosto corado com as mãos – Mas... Acho que fiz errado, se bem que eu não sabia que ela e Nanamim-san tinham algo não resolvido entre eles... E bem, tem o Sukuna e ele só complica as coisas! Ele também a quer... Não tenho a menor chance, nem tenho sentimentos... Talvez devesse ter me interessado pela Kugisaki mas acho que nem de homem ela gosta...