6. Adrenalinas

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"Meu coração tá disparado, meu corpo tá viciado nessa louca adrenalina que me faz arrepiar. Meu sangue ferve nas veias quando você me incendeia. Vem me Amar!"

Algumas horas foram dadas como o suficiente para que os integrantes daquela viagem em grupo pudessem descansar. Era perto do horário do almoço quando a voz de Juliette pôde ser ouvida no corredor, batendo em cada uma das portas.

– Vambora, minha gente! Bora pra neve! Let it go!

E, em poucos minutos, aquele acesso aos quartos foi tomado pela animação e o barulho das pessoas que iam saindo já prontas para começarem o primeiro dia de viagem. Bianca foi a última a deixar o quarto já maquiada e vestida adequadamente para a neve. Se deparou com Rafaella encostada na parede oposta à porta e se aproximou, dizendo:

– Viu só como fico muito melhor sem cara de acabada que dormiu mal? Esse é o poder de Boca Rosa Beauty.

– Boca Rosa Beauty é incrível, mas… – Rafaella não se esforçou para evitar um sorriso. – Eu gosto da cara de acabada que dormiu mal.

– Então, eu realmente tava com essa cara péssima – concluiu.

– É você que tá dizendo. Eu disse que gosto – a mineira respondeu, deixando a outra mulher sem palavras, encarando o chão.

– Pombinhas, vamos comer! – Pocah chamou quando o restante do grupo já havia se afastado na direção das escadas e, só assim, elas notaram que estavam sendo deixadas para trás.

O clima na mesa de almoço era da mais pura animação e ansiedade para curtirem o primeiro dia, ainda que a maioria estivesse comendo devagar por dividir a atenção com os stories do Instagram que faziam. Incluindo Bianca, que dizia aos seguidores:

– Boa tarde, meu povo… ou bom dia aí no Brasil. Que horas são aí? Umas oito? Nove? Não sei… Mas olha só onde a mestra dos magos está – mostrou atrás de si a janela de vidro que dava para a paisagem coberta de neve. – Sim, Courchevel! Deixei meu gudugo com o pai e vim passar uns dias tentando aprender a esquiar. Vocês acham que eu vou conseguir?

– Oieeee.

Pocah, que estava sentada ao lado surgiu na frente da tela, encostando a têmpora na lateral do rosto de Bianca, que continuou dizendo:

– E vim com várias pessoas incríveis, tipo essa mulher maravilhosa aqui… – virou a câmera do celular para mostrar uma a uma as outras pessoas sentadas à mesa. – Lele… Vivi e Juliano… Oh, stories dos stories! – falou ao notar que o garoto também gravava com o seu celular. – “Anira”... Larissa, olha pra cá! – chamou a cantora pelo nome de batismo, ao notar que ela não prestava atenção, mas que imediatamente levantou a cabeça e deu um tchauzinho. Depois Bianca filmou um pouco mais para a direita, a câmera focando em Juliette. – Juju, amor da minha vida – a nordestina apertou os olhos, fazendo um bico com os lábios.

Mas o olhar de Bianca havia, na verdade, se focado na mulher sentada ao lado de Juliette. Rafaella, ao notar que seus olhos se cruzaram com os da carioca, imediatamente desviou a atenção para qualquer outro ponto do salão, como se não quisesse olhar para ninguém. Por um segundo, Bianca pôde jurar que nos olhos dela conseguia ler uma pontinha de ciúmes, mas depois se martirizou mentalmente, porque aquela ideia não devia se tratar de nada mais do que uma estúpida ilusão. Para livrar sua mente disso é que teve a coragem de, por fim, dizer:

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