O gato risonho

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Continuamos, eu e o falso Deku, andando pela trilha de tijolos cor de rosa em completo silêncio.


Eu decidi me manter calada dessa vez, já que minhas tentativas de conversa anteriores pareciam sempre levar o menino para lembranças ruins, e também por que logo após sair da tenda do Kiri e do Tetsu, era como se houvesse batido um raio de realidade em cima de mim e eu comecei a ficar um pouco preocupada em me apegar demais as versões ilusórias dos meus colegas, e talvez num futuro em que eu tenha que sair dessa miragem feita pela individualidade da vilã que estava enfrentando, tivesse dificuldade por conta disso.


Olhando para o rosto do meu "amigo moldado por poder de vilão" eu pude ver que ele estava inquieto, assim como logo depois que saímos da tenda dos "KiriTetsu", pensei que ele estava mal por conta da aparição do Bakugou há uns minutos atrás, mas ele me garantiu que era por estar preocupado com o que lidaríamos em frente... Um tal de... "Garoto gato risonho" ou sei lá o que... Mas assim como o Deku do mundo real, o Deku do mundo ilusório nem sempre é sincero com os próprios sentimentos, então é capaz dele estar mentindo sobre o real motivo do seu silêncio... 


Assim como quando Eri, a garotinha de cabelos brancos e individualidade complicada foi sequestrada... E o Deku ficou muito mais arrasado do que ele se permitia mostrar para os próprios amigos... No final de tudo, acho que Todoroki e Iida foram melhores para consolar ele do que eu, e olha que eles nem sequer sabiam da existência da Eri e nem pelo o que o Midoriya estava passando...

Ótimo... Agora quem está inquieta sou eu... Mesmo com a versão imaginária do Deku, eu ainda me sinto incapaz de ser boa para ele... Parece que eu sempre erro... Nunca sei dizer as palavras certas e sempre acabo sendo inconveniente... Como quando eu comecei a chamar ele de "Deku" sem pedir permissão, logo depois de conhece-lo, tudo por que eu tinha visto o Bakugou chamando ele assim algumas vezes... No final era um apelido maldoso que o garoto tinha colocado nele como forma de bullying... O Deku pode até ter dito pra mim que aquilo que eu fiz ajudou ele a "ressignificar" aquele apelido, mas nunca me senti orgulhosa por ter feito isso, por que foi na inocência, por acidente, não algo planejado pra ajudar...


Por isso eu comecei a admirar o Deku, ele consegue ser um pilar pras pessoas voluntariamente, como quando ele ajudou o Todoroki a aceitar o próprio poder, era como se ele soubesse exatamente o que fazer e como fazer pra "salvar uma pessoa". Queria ter o mesmo poder que ele tem... Digo... Não a super força... Mas o poder de ajudar as pessoas.


Deku


- É...Vamos entrar lá! - Meu devaneio interminável foi cortado pelo garoto colocando a mão no meu ombro e apontando para frente.


Na direção que apontava tinha uma enorme floresta de pinheiros, com folhas azuis claras e escuras, que de longe pareciam chamas azuis se espalhando, mas olhando mais de perto, realmente é só uma floresta.


Uraraka


- Podia ter um caminho menos estranho pra seguirmos não? - Comentei com o garoto, me lembrando o quanto ele tinha dito que estava preocupado com nossa entrada nessa floresta.


Deku


- É...Tudo seria mais fácil se eu soubesse outro caminho se não seguir os tijolos rosa... Mas eu não faço ideia... - O menino coelho afirma, com as bochechas corando novamente, enquanto pegava seu relógio de bolso e dava uma pequena encarada antes de guarda-lo de volta.

Minha heroína no país das maravilhas (Togachako,TodoDeku,Kiribaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora