10.

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Naruto chegou em casa umas dez da manhã, recebendo bronca de Kushina que disse que ele era pra ter avisado que dormiria lá, pois ficou preocupada.

Kushina olhou desconfiada para o filho, percebendo as roupas emprestadas.

Naruto sorriu, se aproximando dela. — Calma, mãe, eu ainda sou virgem.

— Ah, bom. Anda, vai se trocar. — Ela riu quando Naruto foi para cima dela, a abraçando com força. — Senti saudades.

— Eu também. — Naruto sussurrou, recebendo o carinho nostálgico de Kushina. Ele fechou os olhos por alguns minutos, ainda abraçado a sua mãe. — Mãe...preciso te contar uma coisa.

— Então você perdeu a virgindade mesmo! — Kushina soltou um gritinho, vendo Naruto soltar ela e negar com a cabeça.

— Nada disso, vem cá. — Ele puxou a mão de Kushina, indo até o sofá com ela. Os dois se sentaram e havia algo que estava incomodando ele, ele queria compartilhar com sua mãe. — Sabe o Sasuke?

— O irmão mais novo do Itachi que você atropelou.

Naruto corou, ainda morria de vergonha desse dia. — Isso, isso...então, ele ficou bêbado e acabou me contando sobre sua infância. Ele disse que não recebeu amor dos pais, e que o Itachi cuidou dele sozinho, com a ajuda do amigo e do primo. Ele disse que os pais deles morreram quando ele era criança, e ficou na cabeça dele que os pais morreram antes de ele ter conquistado eles...o Itachi teve que desistir de fazer faculdade e ficou com o restaurante porque arrumar emprego sem faculdade no currículo seria difícil. Saber disso me fez me sentir mal, sabe? Saber que enquanto os dois sofriam eu estava tão bem recebendo o amor de vocês...acho isso injusto, eles não mereciam isso.

Kushina suspirou levemente, puxando Naruto para deitar a cabeça no seu colo. — Meu filho, a gente não conhecia eles na época, senão com certeza teríamos ajudado, não adianta pensarmos no passado, e sim temos que pensar no agora. Agora podemos fazer alguma coisa, não é? Mostrar pra eles que são importantes. — Kushina entendia Naruto, ouvir essa história enquanto a sua própria foi uma maravilha, era mesmo ruim.

Naruto concordou com a cabeça. — A gente se conhece não tem nem uma semana, mas sinto a necessidade de estar perto deles, é confortante, legal, como se eu estivesse em casa...é incrível.

Kushina sorriu. — Você está falando de alguém em específico, não de todos eles.

Naruto fechou os olhos, sentindo seu estômago fazer uma festa. — É que...ver o Sasuke chorando ontem me fez olhar para ele de uma forma diferente. Mesmo sendo durão, ele só queria ter sido amado. Ele tem sentimentos, ele tem traumas e os confiou a mim, ele me contou e disse que eu esqueceria tudo hoje porque estávamos bêbados. Mas esse é o problema, eu não esqueci. — Naruto fez um beicinho, queria abraçar Sasuke de novo, dizer a ele coisas bonitas de novo, só que dessa vez sóbrio.

— Eu sabia que você tinha bebido! — Kushina apertou a bochecha de Naruto com força, ouvindo ele reclamar. — Mas enfim, se você gosta mesmo dele, demonstre. É difícil para uma pessoa que nunca recebeu amor dos pais aceitar quando alguém diz gostar dela. Vai ser difícil, Naruto, mas se é ele que você quer, você deve conquistá-lo.

— Mãe! Eu conheço ele só tem dias! — Naruto riu.

— Talvez seja o destino, nunca se sabe. — Ela sorriu.

Naruto ficou quieto, recebendo mais carinho da mãe, quando conseguiu se levantar para ir até o quarto.

Kushina estava certa, ele não poderia fazer nada sobre o passado, mas sobre o futuro sim.

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Naruto vestiu uma roupa mais fresca, apesar de estar fazendo frio, não estava congelante e ele queria sentir o vento. Usava apenas uma camisa laranja e uma calça preta, com seu típico tênis preto com detalhes laranja. Ele ainda usava a correntinha da noite passada, os cabelos macios e bagunçados em direções diferentes.

𝗔𝗟𝗔𝗦𝗞𝗔. ❬ narusasu ❭Onde histórias criam vida. Descubra agora